Secretários na corda bamba
O fim da folia de Momo poderá representar, também, o fim do projeto de pelo menos dois secretários do governo Flávio Dino (PCdoB): Marcos Pacheco, na Saúde, e Ester Marques, na Cultura. O próprio Dino já marcou reunião com a titular da Cultura, Ester Marques, com quem discutirá as questões políticas da pasta, após demissão de todos os indicados pelo PPS.
No caso do secretário de Saúde, é o próprio Marcos Pacheco quem se mostra pouco à vontade no cargo, e deve pedir para sair, também após o Carnaval. No caso de Ester Marques, Flávio Dino já disse a ela que o cargo pertence ao PPS, fruto de articulação política garantida ainda na campanha eleitoral e que dá a garantia de governabilidade ao novo governo. Dino não pretende indispor-se com nenhum partido de sua base de aliança até as eleições de 2016. E o PPS deixa claro que quer ocupar plenamente os espaços destinados à legenda no governo.
A situação de Marcos Pacheco envolve questões pessoais. Médico atuante no estado, Pacheco demonstra-se pouco afeito às questiúnculas que envolvem o gigantesco Sistema Estadual de Saúde, que mobiliza não só questões técnicas, mas também forte pressão política. São dezenas de hospitais, unidades de pronto atendimento, postos de saúde, clínicas e convênios em todo o Maranhão, sendo necessária a absoluta autonomia do gestor da SES para gerenciá-lo. Mas, segundo apurou a coluna, o atual secretário tem dificuldades até para nomear diretores em vários municípios, por falta de autonomia no comando da pasta.
Para completar, o governador Flávio Dino nomeou como adjunta da SES ninguém menos que a odontóloga Rosângela Curado, com larga experiência na gestão da Saúde em vários municípios. Além disso, Curado tem forte apoio partidário no PDT e se relaciona com representantes da classe política de várias correntes e partidos, o que lhe dá forte autonomia no gerenciamento do setor. A pedetista é uma sombra na gestão de Marcos Pacheco, e ele já percebeu isso. Flávio Dino, portanto, só aguarda a folia passar para tomar as primeiras medidas de correção de rumos em seu secretariado. O que pode resultar, sem dúvidas, nas primeiras trocas, menos de dois meses de assumir o governo.
Coluna Estado Maior/ O Estado