No início da semana expressei, pela primeira vez, minha opinião sobre a eleição para a presidência da Assembleia Legislativa do Maranhão. Desde o final das eleições de outubro, Humberto Coutinho vem anunciando sua candidatura única, acordada com o governador eleito, Flávio Dino, e alguns deputados da próxima legislatura. Nada contra Humberto Coutinho, a quem respeito, porém, como deputada eleita pelo PMDB, partido de oposição ao futuro governo, não posso concordar com a imposição de Flávio Dino que demonstra claramente desejar obter o controle de dois Poderes a partir de 2015: o Executivo e o Legislativo.
Precisamos discutir e incentivar a indicação de alguém que realmente represente a renovação e não o atraso, alguém que não irá apenas obedecer ao governo, mas que poderá questionar quando for necessário e que, acima de tudo, se negue quando o assunto for desfavorável ao povo do Maranhão, este a quem realmente devemos lealdade, compromisso e respeito. Qualquer outra posição é condenável e não terá o meu apoio. Precisamos honrar o nosso eleitorado. Nós fomos eleitos para atender o desejo do povo, com uma nova forma de fazer política, uma política diferente.
Para isso acontecer, precisamos estar mais unidos e o diálogo é a melhor opção para alinhar as coisas. Afinal, sou formada em Comunicação Social, sei bem os resultados de uma discussão saudável onde todos são ouvidos e a decisão tomada seja aquela em benefício de todos. Acredito que na política não devemos pensar individualmente, devemos pensar em grupo porque defendemos uma ideia, temos um objetivo em comum e precisamos estar bem alinhados, por isso tenho certeza que, em breve, o PMDB iniciará essa discussão e eu continuarei defendendo a ideia de que não devemos aceitar Humberto Coutinho como presidente da Assembleia só porque Flávio Dino quer, como forma dele retribuir os favores, por exemplo, de quando foi eleito deputado federal com apoio de Humberto Coutinho. Isso é uma escolha pessoal de Dino e não devemos nos basear nessa pessoalidade na hora de decidir o presidente da AL-MA.
Quanto às especulações de candidatura, não sou e não quero ser candidata a presidente da Assembleia. Tenho outros planos para o início da minha carreira política, honrando meus compromissos sem jamais deixar de lutar por uma oposição responsável, transparente e firme ao governo Flávio Dino, como faz o próprio candidato que disputou com Dino. Lobão Filho é do nosso partido e também já deixou clara sua posição de oposição.
Na minha opinião, não há razões para o PMDB fazer acordo a essa altura com Flávio Dino, porque votar em Humberto é votar de acordo com a imposição do futuro governador. Temos que fazer o nosso papel com seriedade, sem acordos pessoais.
Quero que o grupo tenha um candidato, pois temos muitos nomes, alguns muito experientes, com vários mandatos e, mesmo entre os novos, alguém que se disponha a agir em nome dessa maioria, respeitando o direito de todos os deputados e tratando-os de forma igualitária, respeitando o direito dessa maioria que o nosso grupo elegeu, assim como das minorias e do deputado individualmente. Recordemos o fato de que, em 2011, os deputados desejaram uma Assembleia mais independente e Arnaldo Melo foi consenso. Os deputados da oposição integraram um bloco garantindo a vitória de Arnaldo, a desistência de Ricardo Murad e a derrota de Manoel Ribeiro. Na segunda eleição de Arnaldo apenas deram continuidade ao acordo.
Hoje é diferente. O momento político é de afirmação do grupo que conseguiu ampla maioria na Assembleia. Foram 29 deputados estaduais, uma maioria eleita pelo nosso grupo e que representa milhares de votos. E ir contra isso é trair nossos eleitores. Então, que oposição faremos? O grupo está desalinhado, cada um para um lado e precisamos rever isso.
Quanto a minha postura no Legislativo, muitos não querem entender ou aceitar o fato de que desejo construir um mandato com base nas minhas opiniões e no que for melhor para o povo do Maranhão. Faço parte de uma nova geração na política brasileira que deseja construir um legado diferenciado e com ações novas. Fui eleita deputada, para representar o povo e não para defender os interesses do governo.
O Estado
Essa menina, só foi eleita devido ao voto de cabresto e, já quer tomar lugar na janela. Procura comer mais papa sua iniciante…
Sobre o que pensa a deputada Andrea Murad quanto à eleição na ALM
Leio o que Andrea Murad escreveu e fico orgulhoso dela. Ela é uma ótima pessoa. Inteligente, culta, sensível, interessada em fazer o melhor nesse seu mandato. Ela sempre gostou de politica. Não está deputada por ser filha de quem é. Ela gosta disso! Posso garantir porque a conheço e sei de sua intenção nessa atividade. Tenho certeza que ela será uma excelente deputada e quem sabe uma das raras parlamentares desta legislatura.
No entanto devo alerta-la para um triste fato que ocorre exatamente neste momento no Maranhão e principalmente na ALM. A falta de nomes com capacidade, com tamanho suficiente para exercer um cargo, ainda maia de presidente da Assembleia legislativa do Maranhão. Não que os outros 41 deputados não o possam. Podem! Quem for eleito o pode, mas apenas poder não resolve, tem que sê-lo de forma satisfatória para o poder legislativo e em minha opinião são pouquíssimos os nomes com essa capacidade. Em minha conta os melhores seriam dois, ambos ligados ao futuro governador. Existem outros dois razoáveis, que não são ligados a ele, mas que logo ficariam, e só. Isso é 10% de opção, e o que não significa sucesso.
No texto de minha querida Andrea, existe três passagens fundamentais para entendermos o que está acontecendo nesse momento: 1) “O momento político é de afirmação do grupo que conseguiu ampla maioria na Assembleia. Foram 29 deputados estaduais, uma maioria eleita pelo nosso grupo e que representa milhares de votos”. Isso é um sofisma, uma verdade que não é verdadeira. Desses 29 eleitos dentro das mais diversas coligações, nem nove fecham 100% com a ideia do grupo que em tese os elegeu. Falo de menos de 30%.
2) “Quero que o grupo tenha um candidato, pois temos muitos nomes, alguns muito experientes, com vários mandatos…” Andrea se engana de total boa fé. Os que detêm essas características em nosso grupo não conseguiriam convencer aos demais de sua capacidade… Não estamos mais no tempo em que tomamos a presidência da mão de Manoel Ribeiro contra Sarney, Roseana, Zé Reinaldo e todos os demais. Naquela época havia quatro possíveis candidatos Milhomem, Arnaldo, Evangelista e até eu… Tanto que os três primeiros chegaram a presidência!
3) Quando ela diz, “Fui eleita deputada, para representar o povo e não para defender os interesses do governo”, ela está corretíssima. Equivoca-se quando não usa o desejo do executivo para tirar proveito para o legislativo. Humberto só não vencerá a eleição se for muito tolo, coisa que ele não é, logo, devemos embarcar em sua candidatura e obriga-lo a manter uma postura de respeito do governo para com a ALM. Essa frase de Andrea é a mesma que eu disse quando Roseana era governadora e queria impor mais uma vez Manoel Ribeiro para presidir o legislativo. Essa frase é verdadeira e olha que eu era do mesmo grupo de Roseana. Dizer isso sendo contra o futuro governador é fácil, difícil é reconhecer que as opções hoje são pouquíssimas ou nenhuma.
A eleição de agora é completamente diferente da de quatro anos atrás, quando os deputados resolveram eleger Arnaldo Melo numa disputa que parecia estar garantida para Ricardo Murad. Os tempos são outros…
Continuo acreditando que Andrea Murad será uma grande deputada. Ela já está demonstrando isso. O deputado não tem que está sempre certo, ele tem é que defender suas ideias com clareza e coerência e isso ela esta fazendo. Posso discordar especificamente desse seu posicionamento, mas estou orgulhoso dela, pois ainda nem bem chegou, já está movimentando mais a ALM que muitos que estão lá faz muito tempo.
Na realidade o que estamos vendo é uma briga interna dentro do PMDB, grupo Sarney vive um momento de surgimento de novas lideranças e, tem Roberto Costa e A. Murad já colocando seus times em campo. Vamos acompanhar esse embate de camarote.