O ministro de Relações Institucionais do Governo Federal, Ricardo Berzoini, afirmou, em entrevista exclusiva a O Estado, que a presidente da República, Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, governou o país com “um olhar pelo Maranhão e por todo o Nordeste de inclusão social”. Ele criticou o modelo de gestão do PSDB, do senador Aécio Neves, e disse que os tucanos historicamente privilegiaram apenas o Centro-Sul e a região Sudeste do país. Para Berzoini, uma eventual eleição de Aécio significaria retrocesso para o Brasil.
Berzoini destacou os principais programas sociais dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, como o Bolsa Família e o Luz para Todos, e afirmou que o modelo de gestão do PT alcançou todo o país, principalmente os estados das Região Nordeste, segundo ele, pouco atendida pelo governo Fernando Henrique Cardoso.
“Um de nossos objetivos com a candidatura de Dilma é justamente lembrar para o país todo, principalmente aqui no Nordeste, a importância da política da inclusão social e da redução das diferenças regionais”, disse.
De acordo com o ministro, a candidatura da petista representa a busca pela igualdade social. “O governo do PSDB foi focado muito no Centro-Sul e no Sudeste do país foi focado numa política que não reconhecia a democracia, e que não reconhecia a necessidade de se diminuir as desigualdades sociais. E no Brasil a desigualdade tem um traço regional e social. Se nós não desenvolvermos fortemente as regiões Norte e Nordeste do país, teremos sempre uma federação desequilibrada, uma democracia torta. Nós queremos, contudo, uma democracia para valer”, completou.
Integração – Berzoini afirmou que a gestão da presidente Dilma, por outro lado, atendeu as demandas de todas as regiões do país. “Nós desenvolvemos políticas sociais para atender os mais carentes, os mais pobres, com políticas econômicas que possam reduzir a desigualdade de desenvolvimento e um política de uma integração total entre as unidades da federação”, completou.
O ministro de Relações Institucionais conversou com O Estado após um almoço com lideranças políticas e membros do PT num restaurante situado na Avenida Litorânea.
Lá, ele pediu o empenho da classe política na condução da campanha de Dilma em todas as regiões do Maranhão e também pediu a integração entre as alas da sigla ligadas aos grupos políticos liderados pela governadora Roseana Sarney (PMDB) e ao governador eleito Flávio Dino (PCdoB).
“Nossa agenda é primeiro de agradecimento pela expressiva votação que a presidente Dilma recebeu no primeiro turno. Nós também não podemos esquecer que temos de recompor os interesses dos dois diferentes grupos políticos no estado e consolidar a vitória nas urnas. Neste aspecto específico, é válido ressaltar, o Maranhão está no caminho certo”, finalizou.
Abrindo o jogo
O Estado: O que representa a candidatura de Dilma para o Nordeste e em especial para o estado do Maranhão?
Ricardo Berzoini: Representa a diminuição das
desigualdades sociais, a inclusão e o equilíbrio da democracia na federação.
O Estado: Qual a sua avaliação em relação à movimentação dos diferentes grupos políticos no estado em prol de Dilma. Se positiva, há ressalvas?
Ricardo Berzoini: Não há o que reclamar em relação a esse ponto. Há a representatividade das duas candidaturas que
disputaram o governo no estado na campanha de Dilma.
Estamos fazendo a recomposição de interesses e acredito que o caminho é esse mesmo.
O Estado: E qual o posicionamento da presidente Dilma em
relação à neutralidade do governador eleito Flávio Dino (PCdoB), único a não se posicionar no estado?
Ricardo Berzoini: Nós conhecemos a trajetória político e de conteúdo do Flávio Dino, entendemos as circunstâncias, mas sabemos que o partido dele está na campanha. Nós temos relações tanto com o grupo da governadora, quanto com o grupo de Flávio. E sem criar qualquer tipo de constrangimento para nenhuma das partes, apenas queremos que ambas possam trabalhar pela eleição da presidente.
Foto: De Jesus
O Estado