Só mais um projeto de poder

6comentários

joaquimhaickelPor Joaquim Haickel

Analisemos hoje a bandeira e o discurso da campanha Dinista.

1 – A bandeira anti-Sarney. Para eles, Sarney representa tudo o que não presta. Dizem que desde 1966, quando assumiu o governo do Maranhão, Sarney e seu grupo político só prejudicou o nosso Estado e nosso povo. Demonizaram Sarney.

Essa ladainha vem sendo rezada de forma sistemática faz muito tempo, enquanto o nosso grupo político nunca conseguiu desmistificar tais versões. O governo, ligado a nós, sempre se preocupou em fazer propaganda e não em fazer comunicação. Nunca mantivemos um diálogo direto, aberto e franco com a população. Esse setor sempre esteve voltado para mostrar as ações do GOVERNO, não para fortalecer a imagem do ESTADO. Espertamente nossos adversários resolveram destruir a imagem de nosso Estado para com isso nos atingir. Assim provaram que a propaganda é muito menos eficaz que a comunicação.

2 – O discurso da mudança. Os Dinistas se dizem os únicos capazes de realizar a mudança de rumos que o Maranhão precisa. São os únicos honestos, competentes e confiáveis. Dizem ser sempre injustiçados e perseguidos. São as vítimas, isso quando eles não se endeusam…

Repetiram esse discurso por tempo suficiente para solidificá-lo e fazê-lo forte, enquanto o governo ao qual somos ligados realizou grandes ações, mas só se preocupou em fazer propaganda delas, em listá-las, relacioná-las. Não se preocupou em bem se comunicar com o nosso povo, em fazer com que ele se sentisse copartícipe. Isso tudo somado ao fato de que, nossos adversários, de maneira perversa, minaram e destruíram parte da autoestima da nossa população.

A bandeira de “abaixo a oligarquia” associada ao discurso de “mudança” são os mantras que compõem o missal Dinista. Ao juntarem a bandeira gasta do anti-sarneismo ao discurso gago da falsa mudança, o que eles fazem, na verdade, é tentar resgatar o discurso vibrante e a bandeira nobre do sarneismo original, aquele de 1966, instrumentos que levaram ao fim do período vitorinista. Querem repetir a historia e nós os temos ajudado.

Faz alguns anos escrevi um artigo onde dizia que se não reformulássemos a nossa forma de fazer política, FD acabaria por ficar em relação a JS na mesma posição em que este um dia esteve em relação a VF. Boa parte do que acontece hoje é culpa nossa, mas acredito que ainda haja chance de mudar esse roteiro.

Explico: quando Sarney assumiu o governo em 1966, o nosso Estado encontrava-se em termos de desenvolvimento e progresso, ainda em meados do século XIX, com uns 80 anos de defasagem. Acredito que se formos fazer essa mesma conta hoje, descobriremos que ainda estamos defasados, mas essa diferença agora deve ser de uns oito anos.

Sarney construiu em seus quatro anos de governo, 48 anos atrás, algumas das mais importantes obras estruturantes do Maranhão. Não comentarei outra, só citarei o Porto do Itaqui. Equipamento que torna o Maranhão o mais convidativo e viável Estado do Norte e Nordeste do Brasil. Nosso porto nos coloca não apenas no próximo século, ele nos garante a eternidade.

Nossos adversários debitam a Sarney todas as coisas erradas e ruins feitas nos governos do Maranhão nos últimos 48 anos. Façam isso, mas creditem também a ele as coisas certas e boas feitas nesse período, caso contrário, estaremos usando dois pesos e duas medidas, forma reconhecidamente incorreta e injusta de julgar.

Se fizermos uma simples contabilidade descobriremos que na verdade o grupo Sarney é responsável por apenas 26 anos desse tempo, enquanto aos apoiadores de Dino cabe a responsabilidade dos outros 22 anos.

Por outro lado, o Maranhão de 2014 tem pouca semelhança com o de 1966. O Dino de hoje pouco se assemelha ao Sarney de 1966. Sarney hoje pouco lembra o Victorino daquela época. Os papéis parecem ser os mesmos, o cenário, em que pese ser o mesmo, tem outra ambientação e circunstâncias totalmente diferentes. Os personagens estão nas mesmas marcações, suas falas são parecidas, mas os atores que os interpretam não são capazes de imprimir no palco o mesmo espetáculo.

Há ainda o elenco coadjuvante de antes e o de agora. Nesse quesito essa nova montagem teatral prenuncia um fracasso total. Quem é ligado a Flávio pode ser comparado a Tribuzi? Haroldo Tavares tem um similar no grupo Dinista? Quem se igualaria a Cesar Cals ou Vicente Fialho, que foram depois ministros de Estado? Nem mesmo o Zé Reinaldo e o Castelo de hoje podem ser comparados aos de antes.

Muita coisa ainda pode ser dita, mas encerrarei lembrando que os Dinistas dizem que, no governo, realizarão mudanças para viabilizar o desenvolvimento e o progresso, mas se dependesse deles, nenhum dos projetos desenvolvimentistas do Maranhão teriam sido implantados, eles se opuseram a todos. Cito: Alumar, Vale, Suzano, Hidroelétrica de Estreito, Termoelétricas, o gás do sertão, a Refinaria da Petrobras, o cultivo de cana e soja, o plantio de eucalipto, e não nos esqueçamos da siderúrgica que viria se implantar no Maranhão e foi rechaçada por eles.

Para discordar deles, que vociferam palavras de “mudança”, basta analisar um pouco suas propostas, todas frágeis, alicerçadas em sofismas e discursos midiáticos bonitos, mas vazios.

Tirem deles a bandeira anti-Sarney que eles ficarão sem o que vestir. Ficarão nus, vestidos apenas com o velho e “fadigoso” discurso da mudança, uma mudança apenas de nomes, não de métodos. Ficarão vestidos apenas em seus projetos pessoais de poder.

Acredito que sem estas ferramentas eles não teriam nenhuma campanha, pois não possuem nenhum projeto de administração para o nosso Estado. Sem essa indumentária, tecida com esmero e persistência, em uma trama de fios longos, seu rei estaria nu.

Acredito que aquilo que eu chamo de bandeira e de discurso, para eles sejam meras espertezas midiáticas, ou simplesmente o motivo de existirem. Seu projeto de poder.

6 comentários para "Só mais um projeto de poder"


  1. Mercial Coelho

    O ex-deputado Joaquim Haickel, foi tão bom representante do povo maranhense que o povo de sua querida cidade Santa Inês, não mais o elegeu deputado estadual, porque será em nobre secretario de estado, agora você vem com essa ladainha de governista,os dois principais candidato a governo do estado são duas figuras obsoleta que não tem planos e arrodeados de corruptos, um já é condenado pela justiça o Sr. Edinho Lobão o outro Flavio Dino ninguém pode se confiar, porque esta arrodeado de corruptos condenado, mais ninguém pode ficar a vida toda sendo governado pelo mesmo grupo de suga o maranhão a cada vez mais, se esse o Flavio Dino ganhar e não fizer nada, o maranhão ja teve um avanço muito grande na sua historia, somente em ver esses abrutes no comando do nosso estado a décadas vai ser um alivio, olha mesmo o Sr. Ricardo Murad, Joaquim Aickel, Claudio Azevedo, Hildon Rocha, João Bringel, Claudio Trinchão, e tantos outros ramificados dentro de nosso estado, me mostre um único serviço publico prestado pelo governo do estado do maranhão desse últimos anos que tem um minimo de qualidade e descendia para o povo maranhense!!! Agora vem um todo intelectual falar isso olha mesmo quem joaquim Haichel????

    • Zeca Soares

      Mas até onde sei foi Joaquim quem não quis mais ser candidato.

  2. Éricko

    Era melhor ter ficado calado. Seu texto foi, no máximo, Jocoso Joaquim!

    Vejamos:

    1 – Teu histórico secretário de comunicação é um grande incompetente;
    2 – De VF para JS tínhamos uns 80 anos de defasagem, agora “deve ser de uns oito anos”, ou seja, vocês que estão no governo não sabem????
    3 – “Tirem deles a bandeira anti-Sarney que eles ficarão sem o que vestir. Ficarão nus […]”. E tirando a bandeira pró-Sarney, com que roupa fica no grupo de vocês?

    Minha conclusão:

    1 – Flavio Dino é realmente mais um “bostífero” da politicalha deste estado e seu grupo político formados por aliados duvidosos, que outrora foram também aliados de Sarney, realmente não possuem potencial para promover qualquer mudança;

    2 – O não menos “bostífero” grupo político governista hoje é composto por aliados de baixíssima competência técnica e política. Muitos são filhos de ex-políticos (como você, caro Jocoso Joaquim), outros são técnicos importados de Brasília e outros estados, que na maioria dos casos não se revelaram tão bons assim. O grande problema da atual governança é o apadrinhamento que pega mal e fortalece o binômio “família-governo”… veja os exemplos: Joaquim Haickel; Vitor Mendes; Edilázio Jr; Adriano Sarney; Andréa Murad; Nina Melo (ou Menina Melo); Sousa Neto; Trinchão; Aluízio Mendes; Fábio Godim; Fábio Braga; Eduardo Braid, Stênio Rezende, Roberto Costa (ex-batedor de pasta de JA), Graça Paz e tantos outros (são incontáveis).

    Sim, do outro lado também há vários exemplos, como Gardeninha e Neto Evangelista, mas com certeza são bem menos. O que tem mais, com certeza, é eficiência dos seus adversários em convencer a classe média (B e C) de que há um binômio “família-governo” que precisa mudar, enquanto que os governistas apostam, equivocadamente, na ignorância do povo para tentar convencer as pessoas com bobagens que não colam mais, como por exemplo, “você é ateu FD?”, ou “FD, você vai instaurar o comunismo no Maranhão”… simplesmente Jocoso!!!

  3. carlos sousa

    Muito bom jeorge almeida, falou tudo !!!!!!!!!!!!! Parabéns pela lucidez …. O dia deles é só até 05 de outubro, a partir da 20 h, o Maranhão estará livre das mãos desses inconsequentes!!!!!!!! Esse secretário FRACO, não consegue nem reformar o parque aquático do Castelão !!!!!!!!!!!!!!! Já era para essa oligarquia NEFASTA !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  4. Jeorge Almeida

    Acho que ele poderia fazer uma matéria com o Titulo : “O Medo do meu grupo perder o poder” , ou “o que será para o meu grupo a se perder do poder.”

  5. Jeorge Almeida

    A melhor forma de se comunicar com o povo sem precisar usar propagandas enganosas,é investindo verdadeiramente em educação, saúde, criando oportunidades para melhoria na qualidade de vida, o que este grupo ao qual vocês fazem parte nunca nem tentou fazer, para que mais sede de poder do que o grande líder deste grupo que com sua ira passou por cima de quem ousou em tentar lhe atrapalhar, e os que são fieis recebem como gratidão a oportunidade de acumularem fortunas a custa da miséria do povo, muitos destes que hoje estão em busca deste poder citado, são apenas alunos rebeldes deste grande professor líder deste tal grupo.

deixe seu comentário

Twitter Facebook RSS
%d blogueiros gostam disto: