O presidente da Executiva Estadual do Partido dos Trabalhadores (PT), Raimundo Monteiro, classificou o candidato da coligação “Todos pelo Maranhão”, Flávio Dino
(PCdoB), de incoerente e oportunista na disputa eleitoral. Ele analisou o fato de Dino ter admitido – somente agora – que não irá pedir votos para Dilma Rousseff (PT) e mesmo assim, tentar passar a impressão para o eleitor de que a presidente da República estará em seu palanque político. Monteiro assegurou que o PT desautorizou Flávio de usar o nome da sigla e imagens da Dilma em um de seus comitês de campanha, situado na Beira-Mar, e repudiou a tática do comunista, que, segundo ele, tem o objetivo apenas de confundir o eleitorado maranhense.
Flávio Dino tem aliança com o senador Aécio Neves (PSDB) e com Eduardo Campos (PSB), os dois principais e mais agressivos adversários da presidente Dilma na eleição 2014. Mesmo assim, o comunista “divulga” no interior do estado que tem o apoio do PT – oficialmente coligado ao candidato Lobão Filho (PMDB) – e de Dilma Rousseff. A postura de Flávio foi duramente criticada pelo presidente do PT no Maranhão.
Monteiro afirmou que, além de incoerente, Dino é oportunista e trilha um caminho equivocado na política. Levou em consideração, principalmente, o fato de o adversário de seu grupo ter afirmado em entrevista ao blog do Noblat que não pedirá votos para a candidata petista. Lembrou que além de tentar se aproveitar indevidamente da imagem de Dilma, Flávio fez parte de sua equipe de governo, mas depois aderiu à campanha de Aécio Neves.
“Nós, que fazemos o PT no Maranhão, achamos uma postura no mínimo incoerente do Flávio Dino. Ele foi membro do governo [na condição de presidente da Embratur], usufruiu do PT, mas fechou aliança com o PSDB, admite que não fará campanha para Dilma e ainda tenta utilizar a imagem do PT em seu palanque”, afirmou.
Monteiro repudiou a postura do comunista e disse lamentar que o candidato que defende a bandeira do “novo e da mudança”, tenha escolhido adotar as práticas da velha política, as quais ele tanto condenou, para tentar se eleger governador do Maranhão.
“Ele se diz o candidato mais avançado no Maranhão. No entanto, se liga justamente ao grupo mais atrasado do Brasil, hoje comandado pelo PSDB. Ele, por exemplo, considera o grupo Sarney um atraso, mas sabe que é o que está com a presidente Dilma, por meio do qual ocorre, inegavelmente o maior desenvolvimento do Brasil. Ou seja, Flávio Dino não consegue sustentar o seu discurso e apenas se contradiz a cada momento. É difícil entende-lo”, ponderou.
Para Monteiro, o fato de Flávio Dino ter admitido não votar em Dilma é mais uma prova de que o PT não reconhece a sua candidatura. “O PT tem uma aliança nacional com o PMDB e está coligado com Lobão Filho. Flávio Dino sabe disso e mesmo assim tenta utilizar o nome do PT. Essa é mais uma atitude incoerente dele”, completou.
Comitê é clandestino
O presidente do Partido dos Trabalhadores no Maranhão, Raimundo Monteiro, desautorizou Flávio Dino a utilizar o nome da sigla e as imagens da candidata do partido, presidente Dilma Rousseff (PT) em seu comitê de campanha. Para ele, o comitê inaugurado pelo comunsita é clandestino.
Flávio Dino inaugurou ontem comitê na Avenida Beira-Mar que leva a imagem e o nome da presidente da República. O PT está oficialmente coligado com o PMDB do senador Lobão Filho, candidato a governador da coligação “Pra Frente, Maranhão”, que reúne 18 partidos políticos.
“O PT não reconhece aquele comitê de campanha e não autorizou Flávio Dino a se utilizar do nome do partido ou da imagem de nossa candidata. Aquele comitê não é do PT, não faz parte de nossa campanha e não tem a nossa identidade”, afirmou.
Ele explicou que a coligação “Pra Frente Maranhão” já ingressou com ação na Justiça Eleitoral para pleitear o desmonte do comitê de Dino que leva o nome do PT e de Dilma e afirmou que aguardará a decisão.
“Estamos acompanhando esse processo e esperamos que o quanto antes seja resolvido”, disse.
Para justificar o fato de não pedir voto para Dilma Rousseff, Flávio Dino citou um “acordo” que possibilitaria a sua neutralidade na disputa nacional. Ele não explicou, no entanto, as partes que viabilizaram esse acordo. Desta forma, ele pretende ceder palanque para Aécio Neves e Eduardo Campos e utilizar a imagem de Dilma em seu material de campanha sem se comprometer com nenhum dos presidenciáveis.
Fotos: Flora Dolores e De Jesus
O Estado