Os seis candidatos que disputarão a sucessão da governadora Roseana Sarney (PMDB) na eleição de outubro deste ano estão liberados a partir de hoje para levar às ruas suas campanhas eleitorais.
De acordo com o calendário definido pela Lei das Eleições e regulamentado por resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a partir de hoje Edison Lobão Filho (PMDB), Flávio Dino (PCdoB), Zeluís Lago (PPL), Josivaldo Corrêa (PCB), Luis Antônio Pedrosa (PSol) e Saulo Arcangeli (PSTU) podem realizar comícios, fazer caminhadas, carreatas, usar carros de som para propagar jingles e propostas e usar a internet, desde que sem pagar para divulgar suas candidaturas.
A única exigência para isso é que já tenham montado os comitês de campanha e conseguido o número de CNPJ que possibilita a abertura de contas bancárias para as chapas. “Sem o CNPJ e sem a conta no banco, as coligações não podem fazer gastos”, explica o advogado Carlos Lula, especialista em direito eleitoral.
Por conta dessa vedação, os primeiros dias de campanha no Maranhão devem se limitar a caminhadas, já que todos os candidatos registraram candidaturas praticamente no fim do prazo legal, que expirou ontem.
“O registro da candidatura não encerra o assunto, já que demora alguns dias para que se consiga o CNPJ e abrir as contas”, completou Lula.
Disputa – Apesar disso, a disputa deve começar acirrada em todo o estado, principalmente em virtude do ritmo da pré-campanha dos dois principais postulantes ao cargo de governador. O senador Edison Lobão Filho, candidato do PMDB, e o ex-presidente da Embratur, Flávio Dino, do PCdoB, chegam à campanha eleitoral liderando as pesquisas de intenções de votos e depois de pelo menos dois meses de atividades que só na teoria não levavam o nome de campanha eleitoral de fato.
O peemedebista foi escolhido candidato há pouco mais de 60 dias, após a desistência do ex-secretário Luis Fernando Silva, também do PMDB. Nesses dois meses visitou municípios, reuniu lideranças e encarou caminhadas como se candidato já fosse. Para ele, as coisas “aconteceram no seu momento”.
“E tudo se encaminhando para o melhor modelo que o Maranhão pode escolher. Eu tenho um candidato a senador que dignifica o estado do Maranhão [deputado federal Gastão Vieira], eu tenho um candidato a vice-governador [deputado estadual Arnaldo Melo] que está preparado para qualquer momento como governador do Estado do Maranhão, eu tenho uma chapa de proporcionais que me dá muito orgulho e estamos iniciando um processo que irá efetivamente colocar este grupo todo, nesta caminhada a partir do dia 6, de forma coesa e de forma que possamos honrar o Maranhão e seus eleitores”, avaliou Lobão Filho.
Visitas – O posicionamento de Flávio Dino sobre a pré-campanha é também uma mostra de quão intensas foram as movimentações. Segundo ele, nesse período foram visitados mais de 120 municípios, normalmente com a realização de atos que em muito se assemelhavam a comícios.
“Ao longo do período que antecedeu ao início da campanha, fizemos uma grande mobilização social em todo o Maranhão. Visitamos mais de 120 municípios e, a partir de seminários populares, construímos nosso Programa de Governo, que foi protocolado na Justiça Eleitoral quando do registro de nossa candidatura. Acreditamos fortemente na política feita com participação popular, por isso ela foi o motor de todo esse período”, pontuou.
Praticamente sem atividades de pré-campanha, o candidato do PSTU, Saulo Arcangeli, conta justamente com o início da campanha de fato e com a maior mobilização popular para crescer eleitoralmente. Na avaliação do ultraesquerdista, as mais recentes manifestações que ocorreram pelo país aproximaram mais a juventude e a classe trabalhadora do programa político defendido pelo partido.
“Teremos um crescimento das nossas candidaturas durante a eleição, pois o programa político que o PSTU defende ao longo dos seus 20 anos de existência começa a ser abraçado por parte significativa da classe trabalhadora e da juventude que no último período foi às ruas reivindicar seus direitos”, afirmou.
Os candidatos Zeluis Lago e Luís Antônio Pedrosa foram acionados por O Estado para comentar o início da campanha eleitoral, mas não responderam à solicitação da reportagem. Josivaldo Corrêa não foi encontrado no número fornecido pelo partido.
O Estado