A disputa eleitoral está definitivamente polarizada no Maranhão entre o senador Lobão Filho, pré-candidato do PMDB ao Governo do Estado, e o comunista Flávio Dino (PCdoB), representante de uma das alas oposicionistas. Lobão entrou no cenário político na condição de representante de seu grupo há exatos 35 dias, e conseguiu, além de motivar e mobilizar toda a classe política, se consolidar como pré-candidato ao Executivo Estadual.
Um dos impactos imediatos de sua movimentação foi o resultado da pesquisa de intenções de votos do Instituto Exata, contratada pela TV Guará e registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo 0010/2014, que mostrou o peemedebista com 23% da preferência do eleitorado, contra 56% de seu adversário. Pesquisa anterior, também registrada na Justiça Eleitoral e contratada pela oposição, apontava Lobão com apenas 12,5% e Flávio Dino com 62%. O fortalecimento da pré-candidatura do senador repercutiu em todas as alas políticas no Maranhão.
Desde o lançamento de sua pré-candidatura, Lobão Filho procurou se articular junto à classe política. Foi atrás de apoio de prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, líderes políticos, presidentes de partidos e deputados estaduais e federais em busca de consolidação de seu nome.
Na primeira semana em São Luís, após recuperar-se de duas cirurgias realizadas em Brasília, ele recebeu mais de 60 prefeitos em sua residência. Em seguida, fez a sua primeira incursão ao interior do estado. Visitou a região sul e conseguiu fechar alianças com prefeitos e vereadores.
Em Riachão, por exemplo, recebeu apoio de 14 prefeitos. Em Grajaú foi recepcionado por dezenas de gestores e se consolidou como pré-candidato que terá o maior apoio político na região. A O Estado, ele avaliou o início da sua caminhada rumo à eleição de outubro. “O estímulo e a motivação do nosso grupo foi fundamental no processo. O estímulo partiu da nossa governadora Roseana Sarney [PMDB], que está bastante motivada, pelos prefeitos e deputados, que estão convictos da possibilidade real de vencermos esta eleição de forma plebiscitária, no primeiro turno”, afirmou.
Nacionalização – Outro fator considerado determinante para a polarização da disputa eleitoral entre Lobão e Dino foi a nacionalização da eleição no estado. Lobão Filho tem declaração de apoio do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, do PT – que reeditou aliança para a eleição 2014 -, e da presidente Dilma Rousseff (PT).
Ele defende a manutenção dos programas sociais do PT e cederá palanque político para Dilma, que disputará a reeleição. Já Flávio Dino, que até o início do ano era um dos auxiliares de Dilma, com a presidência da Embratur, passou a atuar como oposição ao Governo Federal.
Ele aderiu à campanha do senador Aécio Neves (PSDB), principal adversário de Dilma no plano nacional, e também apoia o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB).
Tanto Aécio quanto Campos são contrários aos programas do PT e chegaram a criticar o reajuste de 10% concedido por Dilma ao Bolsa Família. “Se fosse eleito, algo que não vai acontecer, Aécio acabaria com todos os programas sociais do PT no Brasil. E isso não por questões conceituais, mas porque esses programas têm a cara do PT”, afirmou Lobão.
O Estado