“Vou governar o Maranhão”, diz Lobão Filho
Ele movimentou o cenário político nos últimos dias. Empolgou o grupo governista, que andava meio apático com as eleições majoritárias. Fora isso, ele demonstra ter certeza de uma vitória em uma disputa que promete ser uma das mais acirradas dos últimos anos. Lobão Filho acredita no seu desempenho nos últimos ano no Senado Federal e na tradição do seu grupo político, que segundo ele tem 32 anos de tradição.
De acordo com suas declarações, ele já recebeu o apoio de 156 prefeitos, mas este número pode chegar a 185. Diz que não desprezará o apoio de nenhum deputado, nenhuma liderança política e que seu papel será de aglutinar forças, para que ele promova uma mudança real que pretende oferecer a população maranhense.
Sobre prioridades para uma eventual governo, ele deixa claro que irá investir no potencial local. Evitar a fuga de capital e estimular a produção econômica, seja através da indústria ou da agricultura.
Lobão Filho ainda fala da importância de ter em seu palanque o PT e que acredita que a eleição acabará sendo plebiscitária, entre um modelo sucesso instalado pelos presidente Lula e Dilma, contra um que é defendido pelo PSDB.
Confira na íntegra a entrevista:
Lobão Filho em duas semanas a sua vida mudou. Primeiro foi convidado a disputar o Senado e logo em seguida o governo do estado. Como o senhor encara tudo isso?
Realmente minha vida mudou completamente. Não estava nos meus planos e nem da minha família, pleitear o cargo de governador do estado. Inicialmente, nós tínhamos o plano de disputar a vaga de senador, que seria uma eleição infinitamente mais tranquila. As pesquisas me colocavam a frente na disputa com determinada folga em relação aos meus adversários. Infelizmente houve uma reviravolta no meu grupo político, o Luís Fernando desistiu de disputar o governo e um espaço criado com a saída dele, permitiu o convite a minha pessoa. Identificaram que meu nome já estava bem posicionado politicamente, dessa forma a governadora me ligou e fez o convite. Comuniquei a minha família, afinal é um sacrifício, mas eles entenderam, uma vez que estou entrando nesse desafio com um proposito, mudar a vida de 7 milhões de maranhenses, trazendo esperança por um futuro melhor. Promover uma mudança real. Trazendo uma visão empreendedora, não de político, mas de empresário. Com base nisso tudo, aceitei o desafio. O meu adversário já se dizia vencedor, mesmo antes de passar pelo crivo das urnas e em 15 dias, tudo isso mudou, meu grupo se animou, foi uma verdadeira mudança com apenas duas semanas. Eu tenho hoje a convicção da vitória, visto que as mensagens de carinho e as declarações de apoio não param de chegar.
Como o senhor disse, existe uma verdadeira empolgação com a sua candidatura. A que se deve isso?
Posso te responder isso com maior tranquilidade. Essa empolgação política, se deve aos mais de 32 anos de trabalho na política da minha família. São 32 anos mostrando, o que a genética e a família Lobão fez pelo Maranhão. Nós estamos uma excelente relação com a classe política. Sou homem sofrido, como todo empresário e eu tenho sobrevivido com bastante luta. Eu convivo também com a vida pública por mais de 30 anos, acompanhando meu pai, sendo senador. Não tenho medo de dizer, que o meu mandato no Senado, valeu por 3 ou 4 de um senador comum, pois fiz muito pelo meu estado. Eu irei promover muitas mudanças para o Maranhão.
Qual a importância do PT para sua candidatura e um eventual governo?
É indissolúvel a relação entre PT e PMDB. O meu adversário pode perceber isto, ao se abraçar de corpo e alma com Aécio Neves. O PT descobriu identidade plena com os meus propósitos e ideais. O que existia era uma dúvida da minha forma de pensar, mas depois que os petistas me ouviram, vejo eles totalmente empolgados com a nossa candidatura.
O senhor acredita então que a eleição no Maranhão, assim como no Brasil, será um plebiscito entre um modelo que defende o governo do PT e os que são contra a presidente Dilma e o ex-presidente Lula?
Exatamente sim. Eu defendo o modelo implantado pelo PT. Eu defendo o bolsa família, eu defendo os programas sociais do PT, eu defendo as medidas econômicas, assim como o meu partido apoia, afinal ele faz parte do governo federal. O Aécio Neves é contrário a tudo isso que defendemos. Dessa forma entendo que essa eleição será plebiscitária, entre aqueles que defendem os interesses do povo e aqueles que são contra tudo isso.
Sendo eleito governador, qual será sua prioridade número 1?
A minha prioridade número 1 é a produção do nosso estado. Encontrar a vocação econômica do nosso estado. Fazer com que o trabalhador maranhense tenha garantida a cidadania, levando o alimento para sua mesa, condições de sustentar a sua família. A minha absoluta prioridade é incentivar a produção. Seja através da indústria, agricultura, piscicultura, vamos desenvolver diversos nichos econômicos. Vamos facilitar a entrada de empresas grandes no estado. Vamos incentivar também os nossos produtores. Merenda escolar será comprada do maranhense. Insumos gerais dos maranhenses. Fornecimento de qualquer tipo de produto, prioridade para os maranhenses.
E como é a sua relação com a classe empresarial?
Total. Afinal faço parte dela. Eu sei as dificuldades que o empresário passa, diariamente para sobreviver no mercado e essa visão que quero dar ao maranhense. Bem diferente dos comunistas, diferente da teoria. Então perceba a diferença entre os candidatos. Eu sou da vivência, passei 50 anos da minha vida trabalhando, os outros não vivenciaram nada, nunca experimentaram nada. Tiveram a experiência de uma empresa pública ao longo de três anos, mas não pude perceber nenhuma mudança nem para os maranhenses, muito menos para os brasileiros. As pessoas tem oportunidades, alguns já mostraram que são capazes, outros não mostraram nada e eu tive essa oportunidade, no Senado fiz muito e vou fazer muito mais pelo Maranhão no governo.
Sendo eleito, o senhor defenderia a criação do Maranhão do Sul?
Esse é um tema que precisa estudado com maior cuidado. Na minha gestão, gostaria de governar para sete milhões. Eu tenho um carinho imenso pela região tocantina, pois nascemos politicamente lá. É uma região rica, que precisa ser olhada com todo carinho.
Com o apoio de quantos prefeitos o senhor conta para essa eleição?
Bom o nosso calculo inicial é de 156 prefeitos. Eu não tenho dúvida, que chegaremos até 185 prefeitos. Os deputados vão ser ligados com os prefeitos, essa será a liga do nosso governo, que terá perfil municipalista. Portanto a ligação entre prefeitos e deputados vão ser essenciais para a nossa vitória. Eu vou governar assim, ouvindo todos, não sou professor de Deus. Percebo no discurso dos meus adversários, um tom autoritário e ditatorial, aviso que isto não irá acontecer aqui e alerto que ditadura só na Coreia do Norte, no Maranhão não.
Existe a possibilidade do senhor se distanciar do grupo Sarney? O senhor vai ter a sua própria marca?
O meu nome é Edison Lobão Filho e não Edison Sarney. A minha família de 32 anos de tradição política no estado. Eu faço parte do mesmo grupo que a família Sarney, mas não tenho nada haver com a forma de gestão, condução política e administrativa que eles. São meus apoiadores. Mas digo a você e a todos, que o governante que pensar em governar o Maranhão sem a ajuda do senador Sarney em Brasília e sem ouvir a experiência da governadora Roseana, essa pessoa não está preparada para governar o estado. Seja quem for, tem que ouvir a governadora e respeitar a força e o prestígio nacional e internacional do José Sarney. Por isso lhe afirmo: Edison Lobão Filho tem o seu jeito de governar, eu vou ganhar essa eleição e vou contar com a ajuda das grandes lideranças desse estado, entre elas está a família Sarney. Qualquer um que queira ser governador tem de escutar eles.
O que lhe diferencia dos demais adversários? Existe uma certeza de vitória?
Foi perceptível a energia da minha chegada aqui em São Luís. O meu grupo político mostrou um vigor muito grande. Essa energia não é comprada, aquilo motivação é um entusiasmo. Se você olhar nos meus olhos e nos olhos do Flávio Dino, você vai enxergar quem será o governador desse estado. Perceba a diferença dos nossos grupos políticos. No grupo do meu adversário está todo mundo zangado, comigo existe o sentimento de alegria, de vitória. Eu vou governar o Maranhão e vou governar com o povo. Vou acabar com esse discurso fraco, cansativo, que eles tem propagado, que só trazem a baixa-estima no povo maranhense.
Foto: Flora Dolores