O compositor Joãozinho Ribeiro escreveu um artigo sobre a “Música Maranhense”, no qual mergulha na economia criativa da música e aponta dificuldades e desafios. O artigo foi publicado pelo jornalista Itevaldo Júnior em seu blog.
Joãozinho faz um desafio: “Quem quiser e puder, que tente me provar o contrário, mas o título do presente artigo é uma tradução mais que perfeita de uma realidade que poderia e pode ser bastante diferente, no que diz respeito ao panorama da música produzida no Maranhão”.
O artigo é interessante e serve no mínimo para uma boa discussão envolvendo artistas, produtores, jornalistas, radialistas, enfim…
“O grande gargalo da cadeia é justamente aquele referente à divulgação e difusão, dependente em grande parte dos meios de comunicação e das escolhas, em sua maioria políticas, no que diz respeito a contratação de bandas, artistas, apoios a shows, mostras e festivais, assegurando um mercado permanente para a geração de renda, emprego, trabalho, cidadania e dignidade para os artistas e produtores culturais participantes da cadeia produtiva da economia da música”.
E continua…
“O problema é que a distribuição, divulgação, difusão, acesso e a gestão do conhecimento são áreas chaves para o desenvolvimento da Economia Criativa, e por serem áreas altamente estratégicas, quem detém seu controle, detém por conseqüência o controle da cultura, em sua dimensão econômica. Daí a formulação de várias e pertinentes perguntas que não querem calar:
1) No Maranhão, como pensar no desenvolvimento da Economia da Música com os meios de comunicação monopolizados por basicamente três famílias (Sarney, Lobão e Ribeiro), que na grade de programação de suas emissoras sequer tem espaço para divulgação da música produzida no Maranhão?”.
Até parece que Joãozinho levanta aquela velha lenga-lenga da política maranhense. E procura no momento fazer a sua parte…
Aqui cabem alguns esclarecimento ao excelente compositor maranhense e que parece desconhecer a realidade ou que de má fez quis passar algo que de fato não ocorre.
Dizer que na grade de programação dos meios de comunicação (em especial das rádios) do Sarney, por exemplo não tem espaço destinado à música do Maranhão é uma maldade.
Desafio Joãozinho ou qualquer outro artista negar a estreita relação entre a Mirante FM, a música maranhense e a MPB. A 96 foi uma rádio que nasceu e que até hoje sempre valorizou a música maranhense. A Difusora FM, de Lobão, também tem o seu espaço aos maranhenses.
Aliás, o pior para música maranhense é ter um espaço fixo. Ele só serve para restringir a divulgação dos artistas em toda a programação. No passado funcionava, hoje já não faz mais tanto efeito, afinal música é ou não algo universal?
A Mirante FM faz muito mais do que divulgar a música do Maranhão. É uma das maiores parceiras de artistas locais em shows. Negar isso é no mínimo um ato de má fé.
Joãozinho deve saber que a MPM, nas ondas da Mirante FM projetou nomes como Fauzi Beydum, Tutuca, César Roberto, Pedro Sobrinho, Evandro Costa, Coqueiro, Celso Borges….
Além do mais, diria ao querido Joaozinho que é velha e ultrapassada essa defesa de programa de música do Maranhão na programação das rádios. A música produzida aqui deve e tem qualidade para ser executada com qualquer gênero de qualquer parte do mundo. E pelo que escuto é exatamente isso, além de ter um programa especial de MPM que a Mirante FM faz.
Fica o tema para a discussão e que Joãozinho, da próxima vez faça justiça ao que já vem sendo feito há vários anos, a menos que o rádio dele esteja desligado ou sem pilha.
A impressão que tenho é que o artigo deve ter sido escrito há muitos anos e só agora foi publicado.