A decisão da governadora Roseana Sarney (PMDB) de ficar no cargo, concluir o mandato e abdicar da disputa pelo Senado Federal encerra de vez as discussões sobre a possibilidade de eleição indireta para governador no Maranhão. Mas também abre definitivamente na base governista a temporada de articulações para a formação da chapa majoritária que enfrentará o candidato da oposição em outubro.

Com a pré-candidatura do ex-secretário de Estado da Infraestrutura, Luis Fernando Silva (PMDB), dependendo apenas da formalização do partido – o que ocorrerá apenas em convenção – abrem-se as discussões sobre quem o acompanhará como candidato a vice-governador e como candidato a senador.

Para o Senado, a disputa está mais polarizada. Aparecem como principais postulantes o suplente de senador Edison Lobão Filho e o deputado federal Gastão Vieira, ambos do PMDB.

O primeiro declarou recentemente que o prestígio adquirido em Brasília nos quase sete anos em que substituiu o pai, o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), o credencia a tentar um mandato direto. Já Gastão mostrou força em evento com lideranças de todo o estado e pelo menos 40 prefeitos.

Na sexta-feira, dia 4, logo após a confirmação de que Roseana seguirá à frente do Executivo, ambos reafirmaram a intenção de buscar o apoio do PMDB para entrar na disputa pelo cargo de senador.

Lobão Filho mostra confiança de que será o escolhido. Em contato com O Estado, ele disse não ter dúvidas de que será o candidato a senador do grupo e acredita ser “mera formalidade” a espera pela indicação oficial da legenda, após convenção partidária. “Essa questão de escolha interna pelo partido é mera formalidade, porque o candidato sou eu”, garantiu.

Segundo o suplente de senador, a certeza da indicação está embasada em pesquisas quantitativas e qualitativas. “Os levantamentos mostram que eu venço em qualquer cenário”, completa. Além disso, o peemedebista avalia que o fato de estar exercendo o mandato como senador e de ter o apoio dos senadores Epitácio Cafeteira (PTB) e João Alberto lhe daria vantagem. “Eu estou sentado na cadeira, tenho apoio do senador [Epitácio] Cafeteira e do senador João Alberto”, ressaltou.

Liderança – Gastão Vieira reconheceu que o apoio do senador João Alberto à candidatura de Lobão Filho dá a seu concorrente melhores condições de atrair mais lideranças governistas. Por isso defendeu que a escolha não seja partidária, mas baseada também na consulta ao desejo da governadora Roseana Sarney, a quem o deputado federal chamou de “líder maior” do grupo.

“Não gostaria que esta fosse uma decisão estritamente partidária, porque, se o senador João Alberto, por exemplo, apoia o senador Edison Lobão Filho, é natural que várias lideranças vão com ele. Por isso, no meu entendimento, essa decisão precisa ser tomada ouvindo a nossa líder maior, a governadora Roseana”, disse.

O Estado