O efeito da incoerência do coronel Melo

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cel_meloO coronel Francisco Melo, se usasse de coerência e seguisse o pensamento que tinha em janeiro de 2009, quando era comandante da Polícia Militar do Maranhão (PMMA), jamais teria sido preso por indisciplina, como ocorreu nesta terça-feira (1º), na Câmara Municipal, onde um pequeno grupo de PMs segue paralisado.

Seis anos atrás, em 16 de janeiro de 2009, quando havia ameaça de os policiais sob seu comando deflagrarem greve, Melo declarou ao jornal Meio Norte: “A Constituição proíbe a greve e a sindicalização dos militares. Inclusive, isso está no próprio Estatuto da Polícia Militar”. A íntegra do texto pode ser conferida aqui.

Ao site PortalAZ, também em 16 de janeiro de 2009, Melo descartou a possibilidade. O texto (disponível em http://www.portalaz.com.br/noticia/maranhao/128352) afirma:

“O coronel Melo foi enfático ao frisar que não há descontentamento na corporação nem motivo para greve na Polícia Militar. ‘Até porque a Polícia Militar é formada por homens e mulheres profissionais, que têm consciência de suas responsabilidades, dos deveres e do compromisso que assumiram antes de vir para cá’, declarou o comandante geral da PM”.

Nessa época, a visão de Melo era bem outra sobre o movimento de seus subordinados. O coronel também era visto com outros olhos pela tropa. Os policiais o consideravam arbitrário, com rejeição de 90% dos homens. Um dos motivos era que não cumpria o direito garantido em lei de 48 horas de folga.

Vale lembrar que, às vésperas da eleição de 2012, ele também tentou angariar votos liderando um movimento grevista dos policiais, com o mesmo discurso e as mesmas práticas. Não deu muito certo.

Candidato a prefeito de Imperatriz pelo PSOL, Melo teve um desempenho pífio e obteve nas urnas míseros 691 votos, segundo dados da Justiça Eleitoral.

A história se repete agora. Na tentativa de ganhar holofotes, Melo lidera um movimento ilegítimo, que é político e não obtém a adesão esperada nem de militares nem da população.

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