Faltando cinco dias para a tomada de uma decisão sobre seu futuro político – se será candidata a senadora para disputar a vaga aberta com o fim do mandato de Epitácio Cafeteira (PTB), ou se permanece no cargo até o fim do ano – a governadora Roseana Sarney (PMDB) começará a semana estruturando uma reforma administrativa, mais um dos sinais de que ela deve mesmo permanecer à frente do Executivo.
Na quinta-feira, dia 27, durante o ato no Palácio dos Leões que marcou a assinatura dos termos de adesão ao Incentivo Estadual de Qualificação da Gestão Hospitalar para custeio das despesas decorrentes da manutenção e funcionamento dos hospitais de 20 leitos do Programa Saúde é Vida, a governadora confirmou que marcou para os próximos dias uma reunião com os secretários que estão de saída para concorrer a cargos eletivos em outubro – reportagem de O Estado revelou na sexta-feira, dia 28, que 11 deles mantêm as pré-candidaturas.
Roseana informou que tem mantido conversas isoladas com os seus auxiliares para “sentir” o desejo de cada um, e acrescentou que só vai “fechar” a lista das trocas após uma reunião.
“Eu estou conversando com eles [secretários], um a um, para saber quem vai sair, quem vai ficar. E só semana que vem [nesta semana] nós vamos fechar em uma reunião”, disse.
O prazo máximo para desincompatibilização é dia 5 de abril, que será no sábado. Sendo assim, as trocas, todas, serão efetivadas um dia antes, na sexta-feira.
Sinais – Apesar de não revelar expressamente qual sua decisão em relação ao cenário político-eleitoral, Roseana Sarney tem dado sinais de que concluirá o mandato, abdicando de uma candidatura ao Senado.
Nas últimas duas semanas, toda vez em que foi perguntada sobre o assunto, ela se disse indecisa, mas tendenciosa a permanecer para entregar as obras já iniciadas pelo Governo do Estado – que, em uma das ocasiões, ela chamou de “filhas”.
Na quarta-feira, por exemplo, durante jantar no Palácio dos Leões oferecido ao presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab – que veio ao Maranhão confirmar o apoio da legenda à pré-candidatura a governador do secretário de Estado de Infraestrutura, Luis Fernando Silva (PMDB) – a governadora voltou a citar as obras como um dos motivos para a sua intenção de permanecer.
Na conversa com o ex-prefeito de São Paulo, a governadora revelou que o senador José Sarney (PMDB), seu pai, tem “insistido muito” para que ela se candidate. “Mas eu tenho minhas obras, que eu quero terminar”, disse a Kassab, reforçando, mais uma vez, a tese de que deve ficar no cargo.
Dois dias depois, em novo contato com a imprensa, ela brincou. “Eu já sei [que decisão tomar], mas vocês não sabem”, ressaltou.
Para líder, permanência é benéfica
Durante a semana, o líder do Bloco Parlamentar Pelo Maranhão (BPM) na Assembleia Legislativa, deputado Roberto Costa (PMDB), disse acreditar que a permanência da governadora Roseana Sarney (PMDB) no cargo é o “melhor dos cenários” para o grupo governista.
Segundo ele é no comando do estado que ela teria as melhores condições de melhorar a imagem do governo e, por consequência, capitalizar os ganhos para toda a base aliada.
“Ela decidindo ficar, vai percorrer o estado, entregar as obras e melhorar a imagem do governo. E isso, claro, tem reflexo positivo para a candidatura de Luis Fernando”, argumentou.
Por outro lado, o líder do Bloco Parlamentar Democrático Progressista (BPDP), deputado Alexandre Almeida (PTN), avalia que uma candidatura da governadora seria mais benéfica para a base, mas acrescenta que a permanência da peemedebista no posto também pode render bons dividendos políticos.
Para ele, o principal problema é a indefinição. “Não se fala de outra coisa em todo o estado. Ninguém quer saber se o governo está inaugurando estradas, autorizando o início de tantas outras, porque está todo mundo focado em saber qual será o destino da governadora, se ela sai, ou se não sai, e isso é ruim para todo o grupo”, opinou.
O Estado