Outro dia me ligou um grande amigo meu para perguntar o que estava havendo comigo. Por que eu não estava publicando minhas crônicas aos domingos no JEM nem postando em meu Blog. Ligou dizendo que estava com saudades de minhas análises políticas, que queria muito saber a minha opinião sobre o momento pelo qual passamos…
Expliquei a ele o mesmo que passo a explicar a você que me lê agora: Tenho feito um esforço hercúleo para me abster de publicar os textos que tenho produzido. E olha que eles são muitos e atualíssimos. Sou daqueles que adora dizer o que pensa, pois acredito que a melhor maneira de se aprender e de se crescer é conversando, e meus textos, para mim, servem para isso. Tenho pensado e escrito compulsivamente, mas os tenho “encofado”, alguns até deletei, pois seus conteúdos eram explosivos demais. A verdade é muito explosiva.
Minhas opiniões são quase sempre polêmicas e controversas, podem, em um momento político delicado como esse, parecer manobra, jogo. Algum desavisado ou maldoso mesmo, pode imaginar que eu seja um desses bonecos de ventríloquo, coisa que não sou de forma alguma, quem me conhece sabe disso. Se isso acontecesse iria ficar muito chateado, por isso prometi a mim mesmo que não falaria nada a esse respeito.
Decidi que só falaria alguma coisa quando e se me perguntassem, e ainda assim dependendo de quem perguntasse, até porque eu iria apenas repetir o que já disse diversas vezes antes, pois tudo isso que está acontecendo no cenário político de nosso Estado já foi comentado por mim em pelo menos meia dúzia de artigos publicados aqui mesmo. Tá tudo lá, tim- tim por tim-tim!
Você não pode imaginar a vontade que me dá de não cumprir a promessa que fiz a mim mesmo e começar a desfolhar o rosário de nossa Senhora das Boas Causas, ou a novena de Santo Expedito, o santo das causas difíceis. Meu catolicismo pode ser pouco, mas meu instinto e minha parca experiência me dizem que em boca fechada não entra mosquito, que as pessoas que estão aí, envolvidas nos acontecimentos, são todas mais experientes e sábias que eu, todas elas são bem mais poderosas, suas decisões ou indecisões são capazes de sacramentar o presente e estabelecer o futuro, como já fizeram com o passado.
Um dia, depois que tudo isso acabar, quem sabe eu tenha disposição de colocar os pingos nos “is”. Bom, mas depois que tudo tiver acontecido, de tudo acabado vão dizer que eu sou profeta de passado, que falar é fácil. Deixa pra lá…
Cada dia que se passa em minha vida, minha compreensão sobre a política, o entendimento que eu tenho dela, com uma observação mais imparcial, fica cristalina. Vejo coisas que o fato de ter estado totalmente imerso dentro da política por tanto tempo, talvez fosse complicado de reconhecer e de entender. Não que eu esteja totalmente fora dela, ninguém nunca está, mas hoje me coloco em uma posição muito mais confortável, em uma situação privilegiada pela independência que sempre cultivei e que agora me deixa livre até para não ter que opinar, mesmo estando morrendo de vontade. Antes não me controlaria.
Sendo assim prefiro falar sobre o jogo da final do primeiro turno do campeonato maranhense de futebol. Duelo de gigantes travado entre Sampaio e Moto em tarde inspirada. O melhor jogo de futebol que vi nos últimos anos. Uma verdadeira pintura, um espetáculo maravilhoso de se ver. Senti orgulho de ser maranhense, de nós termos aquele belo futebol.
Fico feliz por sentir que de alguma forma, mesmo que pequena, nesse tempo em que eu e minha equipe estamos frente à SEDEL, tenhamos ajudado a soerguer o futebol maranhense, bem como trabalhado para melhorar o setor esportivo de nosso Estado.
Se quiserem perguntar quem vai ser campeão maranhense de futebol, eu até digo e acho que acerto. O Sampaio. Sendo o Moto vice e indo consequentemente para a série D do Campeonato Brasileiro. Melhor pra nós, né?!
Prefiro falar sobre o Oscar, sobre os filmes que disputam esse ano a estatueta dourada. “O Lobo de Wall Street”, “Trapaça”, “Gravidade”, “Doze anos de escravidão”, “Capitão Phillips”, “Clube de compras Dallas”, “Nebraska”, “Ela” e “Philomena”.
Esse ano os concorrentes estão extremamente competitivos. Qualquer um que ganhe não será injustiça, falo isso não apenas em relação a melhor filme, mas em relação às outras categorias também. É bem verdade que existem algumas quase certezas, como Cate Blanchett, de “Blue Jasmine”, Jennifer Lawrence de “Trapaça”, e uma antipatia gratuita de minha parte com “Gravidade” e com seu diretor, Alfonso Cuarón. Mas no frigir dos ovos, tudo pode acontecer.
Repito: Tudo pode acontecer.
Para finalizar, cito Lister Caldas: “Quem viver verá”.
O que move o mundo são as decisões derivadas de opiniões, as vezes até da ausência das mesmas, entretanto, a cristalina verdade sempre florescerá,até em corações áridos.Acredito que a opinião do Joaquim, como sempre, funcionará como um ungüento a esses corações. E o seu tirocínio derramado em suas crônicas certamente, no momento certo serão “desencofadas”.Aguardamos.
Valeu Joaquim