O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo (PMDB), rechaçou ontem, em entrevista a O Estado durante o ato de inauguração do complexo de Comunicação da Casa, a existência de polêmica envolvendo a possibilidade de renúncia da governadora Roseana Sarney (PMDB) para entrar na disputa por uma vaga no Senado e realização de uma eleição indireta para o Governo do Estado pelos deputados maranhenses.
Apontado como um dos virtuais candidatos – e considerado o preferido do Bloco Parlamentar de Oposição (BPO), que acena com apoio a uma eventual candidatura -, o peemedebista garantiu que só entrará na disputa se conseguir aval dos grupos a que pertence, tanto na Assembleia, quanto na política estadual.
“Quem é de grupo não pode tomar decisões sozinho”, disse o parlamentar, em conversa com jornalistas, da qual participaram também os deputados Marcelo Tavares (PSB) e Eliziane Gama (PPS), ambos membros da oposição.
Segundo Arnaldo Melo, os colegas da bancada governista no Legislativo e o grupo político ao qual pertence serão consultados antes de qualquer decisão. “Sou um homem de grupo e como tal tomarei decisões em grupo, seja na Assembleia, consultando a bancada da qual faço parte, seja no grupo político amplo, do qual faço parte”, completou.
Resolução – Ainda na entrevista, Melo reafirmou a disposição de só iniciar os entendimentos sobre a resolução que regulamentará a lei estabelecendo regras da eleição indireta quando a governadora Roseana informar se sai mesmo do Palácio dos Leões.
Ele voltou a pontuar que não faz sentido editar uma resolução sem antes haver a confirmação da desincompatibilização da peemedebista. “Volto a dizer: seria regulamentar o nada se nós editássemos uma resolução sem saber se a governadora Roseana Sarney deixará o cargo”, reiterou.
O presidente voltou a destacar que, mesmo com o fato de a resolução estabelecer pontos específicos do pleito – como data e até hora para a votação – ela ficaria inutilizada se Roseana Sarney resolvesse concluir o mandato.
“É a partir de uma decisão dela [da governadora Roseana Sarney] informando oficialmente se vai sair ou não que poderemos dar início ao processo de elaboração desta resolução”, completou Arnaldo Melo.
No fim de semana, o secretário de Saúde e deputado licenciado Ricardo Murad questionou a postura do presidente da Assembleia e disse que a Resolução independe da decisão de Roseana, uma vez que servirá para questões futuras relacionadas ao caso.
Entusiasmo – Mais do que o próprio Arnaldo Melo, são os oposicionistas da Assembleia os mais entusiasmados com a possibilidade de candidatura do presidente da Casa. Na semana passada, o líder do BPO, deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB), já havia se posicionado.
“Entendemos que o governador tampão deve ser alguém moderado, conciliador, para administrar a pluralidade da Assembleia no caso de um mandato tampão. Não temos posição formada, mas é possível que oposição termine votando em Arnaldo”, admitiu.
Ontem, perguntado por jornalistas sobre a possibilidade de eleição indireta do secretário de Estado de Infraestrutura, Luis Fernando Silva (PMDB), outro oposicionista, o deputado Marcelo Tavares (PSB), foi sucinto. “Se depender de nós, não”, disse.
O Estado