Vereadores de São Luís querem um posicionamento oficial da Mesa Diretora e do Bradesco em relação ao suporto caso de agiotagem envolvendo o banco e o Legislativo municipal.
Autor do requerimento que pede a quebra do contrato existente entre as duas instituições, o vereador Marquinhos (PRB) diz existir coisas muito mais graves do que o suposto caso de agiotagem e promete exigir um posicionamento da Câmara.
O líder da Oposição, Fábio Câmara (PMDB) disse ser totalmente a favor da investigação em andamento. Já Honorato Fernandes (PT), líder do governo espera que tudo venha a ser esclarecido o quanto antes e disse não acreditar que se venha a abafar o caso.
Por telefone, o presidente em exercício da Câmara, vereador Astro de Ogum (PMN) disse que o Legislativo não está omisso em relação ao assunto. E adianta que estão querendo denegrir a imagem da Casa.
“Já estive reunido com a Procuradoria da Câmara e com o presidente licenciado [Isaías Pereirinha] para discutir sobre este assunto. Já fui ao banco e conversei com o gerente, mas não existe nada não sobre essa história de agiotagem e toda essa história que vem sendo contada nos blogs. Posso garantir a você que a Câmara não está omissa em relação ao assunto, apenas não dei a resposta ainda porque não encontrei nada. Sinceramente ainda não encontrei indícios de que isto pode ter acontecido na Câmara. Se houvesse uma coisa dessas seria impossível não saber. Esse noticiário tem dois cunhos, mas eu prefiro não falar agora porque essa é mais uma tentativa de desgastar a imagem do Legislativo de fora tão cruel como fizeram quando invadiram a nossa sede”.
O líder da Oposição, vereador Fábio Câmara (PMDB) disse que aguarda com expectativa o esclarecimento por parte das duas instituições.
“Tem que deixar tudo às claras porque do jeito que está todos os vereadores estão envolvidos, por isto precisamos ouvir o pronunciamento oficial da Presidência e também do Bradesco. Não é possível que a instuituição que opera com os recursos da Cãmara diga apenas que não sabe de nada como tenho lido. Por outro lado, nós elegemos o presidente da Casa [Isaías Pereirinha ou Astro de Ogum que está em exercício] e eles precisam dar uma satisfação. Quero deixar claro que sou à favor da investigação que está em andamento, mas não concordo que se tente atirar neste ou naquele vereador sem prova alguma. Faço apenas esta ressalva”, explicou Câmara.
O vereador Marquinhos (PRB), autor do requerimento pedindo a quebra do contrato existente entre a Cãmara e o Bradesco disse que cobrará um posicionamento oficial da Mesa Diretora na próxima semana.
“Essa é uma situação muito complicada, talvez por este motivo a grande maioria dos vereadores estejam evitando falar sobre o assunto. Seria muito importante que os vereadores que nada tem a ver com essa história viessem a público e se posicionassem. Já encaminhei requerimento à Mesa Diretora pedindo a quebra do contrato entre a Câmara e o Bradesco, além disso tem a investigação do Ministério Público e da Polícia Civil e espero que cheguem logo a uma conclusão. Na próxima semana eu vou fazer um pronunciamento e pedir uma posição da Mesa Diretora e cobrar também o posicionamento do Bradesco”.
Marquinhos disse que mais grave que um possível “esquema de agiotagem” é o envolvimento de funcionários do Legislativo no esquema de empréstimo bancário.
“Essa questão é mais grave que a história de agiotagem. Vários funcionários do alto escalão da Casa fizeram empréstimos que não eram descontados dos seus salários, mas da própria Câmara. Era a Cãmara que pagava os empréstimos feitos por funcionários a vereadores. Daí se explica a situção caótica do nosso prédio que está totalmente sucaeado. Dessa forma jamais seria possível fazer qualquer tipo de reforma para melhorar a estrutura física e a condição de trabalho para os vereadores. Para piorar a situação, agora soube que o Bradesco vai devolver à Câmara Municipal a importância de R$ 900 mil que teriam sido utilizados indevidamente. Eu pergunto como isto teria ocorrido também”, afirmou.
O líder do governo, vereador Honorato Fernandes (PT) defendeu a necessidade de esclarecimento por parte da Mesa Diretora da Câmara e do Bradesco.
“Acho conveniente que tanto a Mesa Diretora da Câmara como o banco Bradesco venham a público prestar esclarecimentos aos vereadores e à sociedade maranhense em geral. É necessário que digam se existe ou não esquema de agiotagem e quem participa dele, além disso sou a favor de uma ampla investigação e não vejo nenhuma necessidade de se tentar abafar o caso porque isto pode atingir este ou aquele parlamentar. Se existe alguma coisa e alguém envolvido que seja esclarecido porque não é correto colocar todos os vereadores nessa história”.
A mesma opinião de Cãmara é expressada pelo vereador Pedro Lucas Fernandes (PTB) e Bárbara Soeiro (PMN).
“Eu só posso responder por mim. Nem mesmo com o banco Bradesco eu opero. Enquanto o Brdesco não disser nada oficialmente sobre o assunto, enquanto a Mesa Diretora não se posicionar também as dúvidas vão continuar. Se não houve nada, a Câmara não deve deixar que todos os vereadores venham a ser atingidos. Se houver, a presidência também precisa deixar claro quem está envolvido nisto”, disse Pedo Lucas.
“Enquanto não houver um posicionamento oficial da Mesa Diretora da Câmara e do Bradesco todos os vereadores estarão envolvidos nesta história, por isto defendo a necessidade deste posicionamento urgente e de uma ampla investigação para não se cometa nenhum tipo de julgamento precipitado”, defendeu Bárbara.
Entramos em contato com as assessorias dos vereadores Ricardo Diniz (PHS) e Rose Sales (PCdoB), mas não foi possível ouvior a opinião dos vereadores.
Até as pedras de cantaria do centro histórico já sabem que HÁ SIM algo de ERRADO, e que o caso já está sendo investigado. E não adianta painho dizer que não tem nada e depois correr atrás de fefê, porque a cobra vai fumar.