Embora os jogadores brasileiros tenham tentado durante toda a Copa das Confederações manter uma certa distância do tom político dos protestos que tomaram conta do país em junho, após o título conquistado com uma vitória inconstestável sobre os atuais campeões do mundo no Maracanã o discurso mudou. A política continuou de lado, mas a emoção de ouvir o hino nacional cantado sílaba por sílaba até o fim, mesmo depois que a melodia era encerrada – fato que se repetiu em todos os jogos do Brasil na competição -, ou mesmo de observar as imagens e notícias do que estava ocorrendo pelo país, mexeu com os jogadores da seleção brasileira.
O capitão, Thiago Silva, reconheceu que a postura aparentemente distante dos jogadores em relação aos protestos era uma necessidade que, não necessariamente, refletia o que se passava internamente. A seleção entrou em campo driblando a política, mas com o objetivo de dar alegria a um povo descontente com a situação do país.
– A gente sabia do momento que o Brasil estava vivendo neste mês e a gente estava envolvido, mas não podíamos nos pronunciar e esquecer do nosso objetivo que era a competição. Mas todos nós ficamos bastante comovidos com o que aconteceu, todas as manifestações e o que falamos entre nós é que a gente mostrasse dentro de campo, que deixássemos o torcedor mais satisfeito de alguma forma. E foi importante ter a torcida sempre ao nosso lado.
Daniel Alves, por sua vez, também mostrou que os jogadores da seleção não estavam alheios ao que acontecia no país. E deixou claro que esse sentimento foi levado para o gramado do Maracanã na final.
– Nosso povo precisava do nosso esforço, precisava que a gente demonstrasse pra eles que eles teriam esse momento de alegria. Somos o povo, representamos o povo.
ELES JOGARAM MUITO PORQUE ESTAVAM COM MEDO DA POPULAÇÃO.