Revista Veja
Na semana passada, a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar um grupo de ex-servidores no Ministério das Cidades que fraudou licitações e desviou recursos do Programa Minha Casa, Minha Vida. O esquema, chefiado por um militante comunista, pode ter irrigado os cofres do PCdoB e os bolsos de camaradas com dinheiro desviados da casas populares. Ao melhor estilo capitalista, os militantes fundaram um conjunto de empresas de papel para lucrar sem fazer nenhum esforço.
A partir de informações privilegiadas, eles fraudavam licitações e ganhavam contratos com as prefeituras. Depois, cobravam propina para repassá-los a pequenas empreiteiras, que eram subcontratadas para construir as casas populares. Um negócio bem tramado que não continuou operando porque houve um desentendimento na hora de socializar a mais-valia dos golpes.
Insatisfeito com a parte que havia recebido – cerca de R$ 1 milhão -, um dos camaradas-sócios, segundo reportagem publicada pelo jornal O Globo, resolveu entrar na Justiça para requerer uma fatia maior dos lucros. A partir daí, a disputa pelo faturamento milionário – coisa de R$ 12 milhões – acabou expondo evidências das fraudes, que ocorriam desde 2005.
Esquema
O dinheiro, segundo depoimento de Fernando Borges, ex-funcionário do Ministério das Cidades, sairia do antigo Programa de Subsídio Habitacional (PSH) incorporado mais tarde pelo Minha Casa, Minha Vida, e acabaria nos cofres do PCdoB e de seus militantes.
A ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra é citada como idealizadora do esquema. A petista teria aberto as portas dos bancos privados para o financiamento dos negócios do grupo. Como recompensa, ficaria com R$ 200,00 de cada casa construída.
Investigação
Além do inquérito policial, o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, abriu sindicância par apurar as irregularidades. Procurada, a ex-ministra Erenice Guerra preferiu o silêncio.
O envolvimento de comunistas em negócios escusos não é novidade. Em 2011, membros do partido já haviam sido apanhados desviando recursos no Ministério do Esporte. Criado para amparar crianças carentes, o Programa Segundo Tempo alimentava ainda o caixa de campanha de políticos do PCdoB. O site do partido informa que os camaradas, agora no poder, lutam pela construção de um certo “socialismo moderno” e que vivem hoje “uma das suas fases mais ricas”. Faz sentido.
Nota do blog
Neste domuingo (12), o secretário de Comunicação de São Luís, Márcio Jerry que é do PCdoB tratou logo de tentar desqualificar a reportagem da Veja: