De olho na grana, FMF pode ‘inchar’ segundinha
Se a Federação Maranhense de Futebol (FMF) cumprir à risca o que determinou para aprovar os times participantes da Série B do Campeonato Maranhense de 2013 a competição não vai ter mais de quatro equipes. O curioso é que para um time se profissionalizar no Maranhão, os dirigentes tem que viabilizar R$ 73 mil só para pagamento de taxas da FMF e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), mesmo assim 13 times pediram para jogar.
E mesmo sabendo que algumas equipes e cidades onde elas estão sediadas não tem qualquer condição de sediar jogos oficiais, a FMF fecha os olhos e só parece enxergar a boa grana que poderá receber caso se confirme o grande número de participantes na competição. A expectativa é de que até seis equipes venham a ser confirmadas pela FMF.
Além deste investimento inicial, mais recursos serão necessários para a montagem e manutenção do elenco, sem falar na exigência, que a FMF promete fazer, em ter estádio em boas condições para sediar as partidas.
De acordo com a federação apenas Moto Club, JV Lideral, Expressinho e Sabiá estão confirmados. Os outros enfrentam restrições. Alguns tem dificuldades quanto a documentos e outros não atendem ao prazo determinado de ter jogado uma competição profissional nas últimas cinco temporadas.
A FMF faz tudo para colocar times como Araioses para atender ao ex-prefeito de Santa Quitéria, Manin Leal que será candidato a deputado estadual e depende do futebol para fazer a sua campanha. até reunião com o presidente do Moto, Roberto Fernandes já foi realizada na tentativa de evitar uma possível ação do time rubro-negro na Justiça.
Moto Club e Sabiá (da cidade de Caxias) foram rebaixados em 2012. JV Lideral (Imperatriz) e Expressinho jogaram a Série B da temporada anterior e não conseguiram acesso. O detalhe do Expressinho é que falta a confirmação da sede do clube. Ano passado, o time cogitou alguns municípios, mas mandou seus jogos em São Luís.
Abaixo, segue a lista dos clubes que aguardam a decisão, nesta terça-feira, da entidade que administra o futebol no Maranhão. As pendências burocráticas não foram detalhadas pela federação.
Timon – Foi inscrito na Série B de 2008, mas enfrentou problemas de regularização das situações dos jogadores e acabou desistindo do campeonato. Além disto, para esta não tem dificuldades com documentações.
Urbano Santos – O time jogou a divisão de acesso em 2008 e ficou na quarta colocação, com sete pontos em oito jogos. Desde então não atuou mais em competições profissionais. Se atende um critério, peca em outro, pois está com pendências no setor burocrático.
Itinga – A equipe jogou a Série B em 2007 e foi campeão. Subiu e ficou na Série A em 2008 e 2009 até ser rebaixado. Desde então parou de disputar campeonatos profissionais. O Itinga estaria confirmado se não fossem problemas com documentação também.
Babaçu – O time começou com sede em Viana, mas hoje está em parceria com o Cefama, um centro de formação de jogadores da capital. Assim, pode ser mais um time de São Luís no Campeonato Maranhense. A FMF não reclama de documentação da agremiação, mas o Babaçu jogou a Série B em 2007, quando teve seis derrotas nos seis jogos que disputou. Desta forma, como time profissional, o Babaçu nunca marcou nenhum ponto. Foi à única edição que o time participou, por isso, não atende ao critério dos cinco últimos anos como profissional em atividade.
Araioses – Uma das novidades desta lista. O time nunca foi nem cogitado no ciclo do futebol profissional em anos anteriores, mas com a mudança da administração municipal, a cidade passou a ser uma das interessadas no futebol. O ex-prefeito de Santa Quitéria, Manin Leal, é o responsável por isso. Com a eleição de seus aliados em Araioses, Manin foi quem sugeriu o ingresso do município no Estadual. Com o Santa Quitéria teve um resultado expressivo em 2012, quando participou, pela primeira vez, da Copa do Brasil.
Santa Inês – A cidade costuma valorizar as competições estaduais, tanto no futebol quanto no futsal. Em maio, até o futebol de areia mudou-se para Santa Inês e além de um amistoso entre Sampaio e Vasco, o Campeonato Maranhense da categoria será realizado na cidade. Mas para voltar ao futebol profissional de imediato, há restrição imposta pela FMF. Nos últimos anos, a cidade teve o Santa Inês e o Nacional, contudo nenhum dos dois é o atual interessado. De acordo com a Federação Maranhense, este Santa Inês é um clube novo e, por isso, não atende ao prazo mínimo de cinco anos de atividade.
Santa Luzia – O time jogou o campeonato de acesso em 2006 e conseguiu ser campeão. Porém, mesmo com a vaga garantida na divisão de elite, o time resolveu não jogar. O Santa Luzia não atende ao prazo mínimo e também tem pendências burocráticas.
Itapecuruense e Rio Branco – Com base nos dados do Censo Demográfico de 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade de Itapecuru Mirim tem pouco mais de 62 mil habitantes. É esta cidade, que tem o Estádio Rodolfão, que surpreende com o pedido de dois times. O Itapecuruense está com situação melhor encaminhada, mas esbarra no critério dos ‘cinco anos’. Já o Rio Branco tem mais dificuldades e para se transformar em um clube profissional ainda falta muito ‘papel ser assinado’.