O Estado
O vice-governador do Maranhão, Washington Luiz (PT), rechaçou ontem as declarações do secretário nacional de organização do PCdoB, Walter Sorrentino, segundo as quais já existem conversas com a presidente Dilma Rousseff (PT) e a direção nacional do Partido dos Trabalhadores para que a legenda componha o arco de alianças oposicionistas que objetivam a eleição do presidente da Embratur, Flávio Dino (PCdoB), ao governo do Estado.
Segundo Luiz, não houve nos últimos meses qualquer comunicação nacional de que estivessem ocorrendo, pelo menos, conversas nesse sentido. Ele reafirmou que a orientação de Brasília é pela manutenção da aliança com o PMDB, da governadora Roseana Sarney.
“Todas as orientações que nós temos são pela manutenção da aliança com o PMDB. Comigo não existe nenhuma conversa sobre isso [apoio do PT à candidatura do PCdoB em 2014]. Nem com a direção estadual do partido”, afirmou.
Para o vice-governador, Sorrentino pode falar pelos comunistas, não pelos petistas. “Isso é uma declaração dele. A direção do PT não conversou nada disso comigo”, completou.
Em entrevista ao site “Vermelho”, portal de notícias mantido em convênio com o PCdoB, Walter Sorrentino disse que há conversas com a presidente Dilma e com o comando nacinal do PT para garantir apoio à candidatura de Dino.
“Isso já foi conversado com o PT e com a própria presidenta Dilma e as negociações estão em curso. Esse é um grande pleito do PCdoB nacional, que a gente possa unir essas forças aqui no Maranhão com o concurso da base de sustentação”, declarou.
Ainda de acordo com o líder comunista, até mesmo membros do Governo Federal e lideranças petistas admitem a composição de uma única aliança em torno de Flávio Dino no Maranhão.
“A sensação que a gente tem é que a maior parte dessas forças não quer estar separada deste momento, que é uma mudança de era. As próprias lideranças do governo e do PT reconhecem isso. Mas é um jogo político que está em curso e cuja resultante não se pode antecipar”, completou.
Em visita a São Luís, Dirceu reafirmou aliança PT/PMDB
Além de já ter sido rechaçada pelo vice-governador Washington Luiz (PT), a declaração de Walter Sorrentino (PCdoB) vai de encontro, por exemplo, ao que disse há uma semana uma das maiores lideranças nacionais do PT, o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu.
Em entrevista a O Estado quando da sua passagem por São Luís na segunda-feira da semana passada, dia 22, o petista defendeu a repetição da aliança do PT com o PMDB em todo o país como forma de manter o programa de governo traçado pelas duas legendas desde a administração do ex-presidente Lula (PT) – e repetido na gestão Dilma Rousseff (PT).
“Ainda é cedo para 2014, mas o PT deve se posicionar pela decisão da maioria. Nós temos uma aliança com o PMDB em nível nacional e aqui com a governadora Roseana Sarney, que foi importantíssima. Então, o apoio do PMDB é importante porque é o segundo maior partido do país. E nós temos uma aliança programática. Não é uma aliança só pra sustentar o governo”, ressaltou.
Na presença de comunistas, Dirceu reconheceu a importância do PCdoB no cenário nacional e como membro da base aliada do governo Dilma Rousseff, mas reafirmou o apoio do PT à governadora Roseana Sarney no Maranhão, destacando os espaços que o partido tem na administração estadual.
“O PCdoB tem o direito de fazer opção. E o PT vai tomar sua decisão no momento adequado, mas hoje estamos no governo com o vice-governador e com secretários e apoiamos o governo da Roseana Sarney”, completou.