Por Juraci Vieira Filho
Jornalista
O Sampaio Corrêa conquistou o acesso à série C do campeonato Brasileiro, numa jornada árdua e persistente do elenco, comissão técnica e diretoria, que soube ultrapassar as barreiras ao longo do percurso. Sabemos o quanto foi difícil jogar em estádios sem condições adequadas, com gramados péssimos; sem infraestrutura, com problemas, inclusive para montar uma logística de viagem, como foram os casos de Vilhena–RO, onde o tricolor passou mais de 24h para chegar e cerca de 40 horas para regressar a São Luís; no último jogo, fora de casa, em Catalão–GO, a delegação do Sampaio teve que ficar em Uberlândia –MG, por falta de logística de hotéis no local do jogo, diante do Crac.
Porém, em campo, a Bolívia querida deu um show, no Nhozinho Santos, o Castelão trouxe o reencontro com a massa e também em outras praças esportivas pelo Brasil afora. Agora, é bom que se diga: o sucesso do Sampaio nada tem haver com a mudança na FMF, o Sampaio Corrêa Futebol Clube quando mais precisou do apoio da entidade mater do futebol maranhense, não contou. Alguma surpresa nesse aspecto? Nenhuma, pois a tão decantada mudança na administração do futebol, de fato ainda não aconteceu como era esperado; o presidente Antônio Américo não foi a nenhum jogo do Sampaio, lá fora, pelo menos não o vi, ou se quer mandou representante para dá um apoio moral ao único representante do nosso povo, no brasileiro da série D; e aqui se ressalte que esse também era o “modelo” do presidente anterior, Alberto Ferreira que a exemplo do atual, não acompanhava os nossos representantes em suas empreitadas em busca da redenção do combalido futebol maranhense. Nesse ínterim, permitam-me fazer uma simples pergunta: Por que o Pres. Antônio Américo teve tempo e disposição para ir a Londres ver o fracasso da “Seleção de Mano Menezes” e não pôde ir a Catalão ver a bela exibição do time de São Luís? São essas atitudes que nos fazem acreditar que houve uma mudança física, mas evolucionista e desenvolvimentista, ainda não, infelizmente…
Na cidade de Catalão – GO, constatei in loco, ao lado do repórter Marcelo Jr. A “armação” da federação Goiana, que antes do primeiro jogo da decisão, teve o seu presidente viajando, acompanhando o presidente Roberto Silva do Crac de Catalão ao Rio de Janeiro, sede da CBF, e lá pressionaram a entidade para confirmar o jogo para o estádio do Crac, mesmo sabendo que este, não preenchia o requisito básico, ou seja, a capacidade para 10.000 espectadores na 5. Fase, como diz o regulamento da competição. O que fez a federação Maranhense de Futebol? Nada, absolutamente, nada, “simples assim” como diz o meu amigo, Marco D’eca.
Olha, meu irmão, Zeca Soares, se tivéssemos uma federação atuante, com um presidente com a representatividade do saudoso, Domingos Leal, ah, duvido que esse jogo tivesse acontecido em Catalão, mas…
Por isso, parabéns ao grupo de jogadores, comissão técnica, diretoria, torcida boliviana e por quê não dizer torcida maranhense? “Já que no Nhozinho Santos e no templo sagrado ‘Castelão” estiveram sempre torcidas de várias agremiações, fazendo o coro, no afã do retorno do tricolor e agora, se Deus quiser, com o grito mais aguardado de ‘é campeão, é campeão’ no domingo, que se aproxima! A conquista do acesso e do possível título, não pode nem deve ter alusão ou co-relação alguma com mudança na Federação Maranhense de Futebol, como ouço alguns “bajuladores de plantão”, tentar fazer, a verdade tem ser dita: a bela campanha do Sampaio Corrêa tem tudo haver com o trabalho do presidente do Clube, Sérgio Frota, que tem um estilo próprio, polêmico, às vezes, mas boliviano, como ele só e o sereno e competente treinador Flávio Araújo.
Para finalizar, não se pode confundir a campanha insofismável do Sampaio, ao momento do futebol, que continua se arrastando, com os mesmos problemas de outrora: de gerenciamento, omissão e muita vaidade em detrimento de um futebol que “respira com o auxilio de aparelhos”. Mas tem jeito, e o caminho é associar o discurso a uma prática, diferente, do que estamos acostumados a ver.