Aluísio promete surpresas
O secretário estadual de Segurança Pública, Aluísio Mendes, garantiu que todos os gestores envolvidos com os crimes de agiotagem no Estado terão seu nomes divulgados. A informação foi dada na tarde desta terça-feira (15) em entrevista no programa Abrindo o Verbo, da Rádio Mirante AM. “Vocês irão se surpreender com resultado final das investigações”, disse o secretário. Além das práticas de agiotagem, o gestor também falou sobre investimentos no Corpo de Bombeiros e do combate a crimes como grilagem de terras.
Desde junho Mendes constituiu um grupo para investigar os crimes ligados à agiotagem no Estado. Elas surgiram como desdobramento das investigações do assassinato do jornalista Décio Sá. A polícia descobriu que os principais suspeitos na organização do crime teriam ligações com inúmeras prefeituras maranhenses. Na casa de um deles foram encontradas notas fiscais e documentos de várias prefeituras. Desde então as investigações foram aprofundadas e uma comissão de delegados e investigadores especialmente designada para apurar as informações.
Com estratégia para não prejudicar as investigações, os nomes dos gestores municipais que poderiam estar ligados a estas práticas são mantidos sob sigilo desde então. No entanto, Mendes garantiu que eles serão divulgados. “Nossa investigação está atrelada a critérios técnicos e não políticos, mas eles terão seus nomes divulgados sim. Não estamos vendo cor partidária e estamos investigando todos aqueles que tiveram seus nomes relacionados a esse tipo de crime. Vocês vão se surpreender com o resultado final das investigações e todas que se envolveram nessa prática que por anos dilapidou os cofres das prefeituras maranhenses serão devidamente penalizados”, afirmou.
Outro ponto destacado durante a entrevista foi a chamada grilagem de terras na capital maranhense. Sobre ao assunto, Aluísio garantiu o depoimento do deputado estadual Raimundo Cutrim, denunciado por uma família como suposto envolvido em pelo menos um caso de grilagem de terra. “O que acontece é que pelo fato dele ser deputado, legalmente possui algumas prerrogativas. Por isso, para ouvi-lo é preciso seguir alguns procedimentos e isto está sendo feito. Ele foi ouvido tanto por esta denúncia de grilagem, como no caso Décio Sá, porque teve seu nome citado pelo réu confesso do jornalista”, explicou.
O gestor afirmou que o concurso para a área de Segurança Pública será organizado até o final do ano, com quase 3 mil vagas para as polícias Civil, Militar, Corpo de Bombeiros e Detran. “Ontem mesmo estive com o secretário [Fábio] Gondim (Planejamento) destacando esta necessidade. Mas o concurso será feito ainda este ano e o edital lançado até outubro. São mais de 2.600 vagas, mais 300 só para o Detran. Além disso, no próximo ano também estudamos realizar mais um novo concurso.”
Aluísio Mendes também falou sobre os problemas verificados pelo Corpo de Bombeiros durante a operação de combate ao incêndio do hospital Carlos Macieira, ocorrido na última segunda-feira (13). O secretário reconheceu que existe uma defasagem em relação a equipamentos, mas fez questão de reconhecer todo o trabalho feito para a retirada dos pacientes no local: “Existe esse problema de equipamento, mas quero ressaltar que o sucesso da operação pode ser vista no fato de que nenhuma pessoa morreu em decorrência do incêndio. Quero aproveitar para agradecer os cadetes da Polícia Militar, dos Correios, policiais, Samu, todos que trabalharam em conjunto para que não houvesse vítimas.”
Sobre os problemas no Corpo de Bombeiros, Mendes lembrou que investimentos estão sendo feitos e até o final do ano oito veículos especializados no combate a incêndios serão entregues à corporação em São Luís e Imperatriz. Esse número deve ser duplicado no próximo ano.
“São veículos e equipamentos modernos adquiridos na Alemanha, que já foram licitados e serão entregues, alguns deles já em setembro. Nós teremos a partir do próximo ano muito um Corpo de Bombeiros muito melhor equipado”, argumentou.
USC
Ainda sobre a estrutura de Segurança Pública, o secretário citou a implantação do projeto Unidade de Segurança Comunitária (USC). A proposta será implementada nos moldes do projeto Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), implantado no Rio de Janeiro, que desenvolve atividades de segurança e cidadania junto a comunidades onde há maior ausência de políticas públicas.
O projeto prevê, até 2014, a construção de 24 USCs em todo o Estado, sendo 16 na capital e mais oito espalhadas em diversas cidades do interior, com investimentos da ordem de R$ 1, 3 milhão. A primeira já deve estar em atividade no próximo mês, na Vila Luizão.
G1