Das 16 aeronaves entregues ontem pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a 11 estados para apoio à prestação jurisdicional e combate ao tráfico de drogas a mais antiga foi doada ao Maranhão. O modelo, um monomotor Islander, prefixo PT-FBU, foi fabricado na Grã-Bretana, no longínquo ano de 1971, portanto, há 41 anos. O avião, antes utilizado pela Fundação Nacional do Índio (Funai), estava retido no aeroporto de Goiânia.
Em pesquisa no site Contato Radar, especilizado em aviação, o Blog do Daniel Matos constatou o relato de um dos participantes de um fórum, que se refere a “pipocos do PT-FBU da Funai decolando de BSB (Brasília) a uns anos atrás”. O comentário claramente se refere ao avião doado ao Maranhão pelo CNJ, que, segundo o autor, enfrentava dificuldades com frequencia nas operações de decolagem.
Em 28 de abril de 2010, o jornal Folha de Boa Vista trouxe a seguinte manchete em sua versão online: “Avião da Funai que fez pouso forçado vinha do Maturuca”. Trata-se da mesma aeronave, que no dia 17 daquele mês havia feito uma aterrissagem forçada na reserva indígena Raposa Terra do Sol, em Roraima, com dois tripulantes e quatro passageiros a bordo. O incidente levou a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a interditar o avião até que o aparelho passasse por inspeção técnica.
A doação das aeronaves é uma ação do programa Espaço Livre, que segundo a corregedora do CNJ, ministra Eliana Calmon, é um legado que ela deixará ao seu sucessor. Legado esse que poderá se converter em grave problema, caso a manutenção das antigas máquinas, de responsabilidade dos 11 Tribunais de Justiça contemplados, não seja feita adequadamente.
Com mais de quatro décadas de fabricação e um histórico de incidentes, o Islander PT-FBU certamente será visto com receio por autoridades do Poder Judiciário e do sistema de segurança pública caso lhes seja oferecido como meio de transporte em missões oficiais.
Mas, se decidirem embarcar no avião, magistrados e policiais estarão dando uma prova de coragem à população cujos direitos têm o dever de defender.
ACHO MEIO TEMEROSO UTILIZAR AS AERONAVES VELHAS ACHO QUE ESSAS QUE VIRÃO VÃO APENAS FICAR PARADAS NO MARANHÃO TAMBÉM COMO JÁ ESTAVAM EM GOIÂNIA.