No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, associações de jornalismo de seis países, incluindo o Brasil, divulgaram uma declaração sobre a violência contra profissionais da área na América Latina.
Executado com tiros a queima roupa num bar em São Luis, o jornalista Décio Sá, de 42 anos, tinha um blog e era repórter do jornal “O Estado do Maranhão”. Foi o 4º jornalista assassinado este ano no país. Em 2011, foram 29 mortes em toda a América Latina, 1/3 do total mundial.
A violência contra jornalistas foi um dos motivos que levaram associações que representam a imprensa no Brasil e em outros cinco países da região a formalizar a “Declaração de Santiago sobre a liberdade de imprensa na América Latina”. O documento foi divulgado nesta quinta-feira (3), Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.
Na declaração é reafirmada a importância da liberdade para o debate público, para a formação de valores democráticos e para a fiscalização das autoridades por parte dos cidadãos. O documento diz ainda que alguns governos de origem democrática têm práticas autoritárias e buscam instaurar uma cultura de intolerância em relação à imprensa, o que incentiva agressões contra meios de comunicação e jornalistas.
“O que essa declaração busca é chamar atenção das pessoas, das sociedades desses países, pra importância da liberdade de imprensa não apenas para os jornais e os jornalistas, mas para todos nós”, diz o diretor-executivo da ANJ, Ricardo Pedreira.
No fim de março, o Brasil votou contra a implantação imediata de um plano das Nações Unidas para a proteção de jornalistas. Nesta quinta-feira em Brasília, a secretária de Direitos Humanos, Maria do Rosário, da secretaria de Direitos Humanos, discutiu com representantes de empresas de comunicação e associações do setor a federalização de crimes contra jornalistas.
“Esses crimes contra os jornalistas, contra os comunicadores, são crimes contra a democracia, são crimes contra a sociedade, são crimes também contra os direitos humanos”, diz a secretária.