Famosos terão que devolver veículo, diz Polícia Federal
O jogador Emerson Sheik, atualmente no Corinthians, não foi encontrado pelos investigadores na sexta-feira (7). Ele tem dois dias para entregar o carro importado irregularmente, um luxuoso Chevrolet Camaro.
Emerson teria apresentado outro jogador: Diguinho, do Fluminense, aos donos da concessionária. Imagens mostram Diguinho ao lado do BMW X-6, poucos dias antes da operação. Na sexta-feira, o carro foi apreendido na operação.
Kleberson, do Atlético Paranaense, usava um GMC Hummer, também apreendido. E procuradores dizem que investigam ainda jogadores do Flamengo e do Botafogo.
O cantor Latino é outro que não foi encontrado, e tem que apresentar à Receita Federal, até terça-feira (11), um Cadillac Escalade.
Para o procurador, muitos dos compradores sabiam da origem irregular dos automóveis. “Eu não posso entrar em detalhes sobre uma ou outra transação. Mas os indivíduos que compraram esses carros sabiam na maior parte, a gente tem certeza disso, sabiam que o automóvel era usado”, garante o procurador Antonio Cabral.
O Ministério Público Federal também pediu uma investigação sobre o cantor Belo, já que, segundo a polícia, vários telefonemas gravados citam o artista. Em um deles, Haylton, o dono da concessionária, ameaça recolher, por falta de pagamento, dois carros comprados por Belo: dos modelos Audi R-8 e Porsche Panamera.
Procurados pela reportagem, Belo, Latino e Kleberson afirmaram em nota que agiram “de boa fé” e que não sabiam de irregularidades ao comprar os carros. Também em nota, Emerson disse que se desfez do automóvel há quatro meses. Por telefone, o assessor de Diguinho afirmou que o carro do jogador está em situação regular e será devolvido a ele.
Os carros contrabandeados vinham quase sempre de Miami, nos Estados Unidos. Ou já partiam de lá com documentos falsos, ou a quadrilha corrompia funcionários dos portos brasileiros mais usados por ela: Recife, Vitória e Rio de Janeiro.
Na primeira fase da investigação, foram identificados 103 carros que entraram ilegalmente no Brasil. Carros usados vendidos como zero quilômetro.
“Sejam ou não sejam artistas, esportistas, todos eles responderão pelos delitos de contrabando nesse primeiro momento. E, caso seja comprovado, também responderão pelo delito de sonegação fiscal”, diz o procurador.