Dois torcedores do Flamengo exageraram, com palavras preconceituosas em relação aos nordestinos, em seus comentários publicados no Twitter, na noite de quarta-feira, 11, durante os momentos finais da partida entre o rubro-negro da Gávea e o Ceará, jogo de volta válido pelas quartas-de-final da Copa do Brasil.
Após a classificação do time cearense no torneio, a torcedora, revoltada, que se identifica no microblog como Amanda Régis (@_AmandaRégis), escreveu: “Esses nordestinos pardos, bugres, índios acham que tem moral, cambada de feios. Não é atoa que não gosto desse tipo de raça”{sic}.
Minutos antes, Amanda já havia publicado outros comentários como: ” Esse povinho falando do meu time, são tudo uns mal amados, invejosos!!!”{sic}.
Outros comentários de cunho preconceituoso partiram do torcedor que se identifica como Lucian Farah (@lucianfarah77). Em três publicações ele diz: “Acho que eh soo .. bando de viado que roobaram esse jogo .. nordestinos burros!”{sic}; “Ei, nordestinos, eu quero eh que vcs se fodam, fmz? seus nordestinos filhos da puta”{sic}; além de “Só vim no twitter falar o qnto os NORDESTINOS é a DESGRAÇA do brasil.. pqp ! bando de gnt retardada qe acham que sabe de alguma coisa”{sic}.
Trending Topics
As tuitadas dos torcedores do Flamengo provocaram uma enxurrada de comentários no microblog Twitter durante a madrugada de quinta-feira, 12. As hashtags, ou palavras-chave com os assuntos mais comentados do microblog, durante a madrugada foram: ‘Amanda Regis’, ‘#orgulhodesernordestino’, ‘Nordestinos’.
Muitos partiram para a ofensa contra os torcedores e outros mostraram orgulho por serem oriundos da região. Por outro lado, também, muitos cumprimentaram e apoiaram a vitória e a classificação do time cearense.
Caso Mayara Petruso
Em outubro de 2010, após a confirmação da vitória de Dilma Rousseff (PT) como presidente da República, a estudante de direito, Mayara Petruso, sugeriu no Twitter que para fazerem ‘um favor a SP’, um nordestino deveria morrer afogado. Essa atitude acabou desencadeando uma onda de manifestações de ódio contra nordestinos.
Por causa de suas opiniões, a estudante foi demitida do escritório de advocacia no qual estagiava e a organização Safernet, que recebe denúncias sobre violações dos direitos humanos na internet, recebeu mais de 800 denúncias contra ela.
A ONG apresentou ao Ministério Público Federal (MPF) uma lista de 1.037 internautas acusados de praticar racismo e apologia a crimes contra a vida entre os dias 31 de outubro e 4 de novembro daquele ano.
Estadão.com.br