Márcio Araújo lamenta não enfrentar o Sampaio
Em campo ele é discreto e de pouco papo. Não costuma orientar os companheiros nas jogadas, fato que tem rendido alguns puxões de orelha do técnico Luiz Felipe Scolari. Mas basta estar no meio dos jogadores do Palmeiras para Márcio Araújo se soltar e se entregar às brincadeiras. Em sua segunda temporada no clube, o maranhense de 26 anos afirma que está um pouco menos tímido do que já foi. Gosta das conversas e gozações que rolam nos treinos, mas prefere ser mais contido nas partidas. E é justamente essa discrição que tem sido a chave do atleta no time. Em 2011, o ora volante, ora lateral-direito, foi o atleta que mais atuou pelo Alviverde. São 20 jogos pelo time, entre partidas do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil. Sem contar o amistoso contra o XV de Piracicaba, em janeiro.
– Eu tenho aproveitado as oportunidades. Mas, se o Chico não tivesse chegado só agora e se o Pierre não tivesse se machucado, acho que não seria a primeira opção do Felipão. Eu não terminei 2010 como titular e o Chico foi muito bem no Brasileiro, pelo Atlético-PR. Acho que ele e o Pierre estariam na minha frente, mas acabei ficando com a vaga – diz o atleta.
A facilidade de conseguir atuar tanto no meio-campo quanto na lateral-direita começou no Atlético-MG, clube que o projetou para o futebol brasileiro. Em cinco anos no clube mineiro, Márcio precisou variar entre as funções para atender às necessidades dos treinadores.
– É bom porque estou sempre jogando. Só acharia ruim se me pedissem para fazer algo que não conseguisse ou fizesse errado. Mas eu tenho essa facilidade desde o Atlético-MG e não tenho problemas com isso.
Tristeza com o futebol maranhense
Márcio Araújo deu seus primeiros passos no futebol no Maranhão Atlético Clube, em São Luís, onde jogou pelo time profissional em 2002. À distância, o atleta do Palmeiras tem acompanhado com tristeza a decadência do futebol maranhense. Na noite desta quarta-feira, por exemplo, o Sampaio Corrêa foi eliminado da Copa do Brasil pelo Santo André, que será o adversário do Alviverde nas oitavas de final da competição.
– Eu nunca passei dificuldade lá porque na minha época o MAC tinha uma boa estrutura. Mas é triste você ver um lugar com um povo tão apaixonado pelo futebol não ter equipes na elite. O futebol maranhense caiu demais. Tenho amigos e um cunhado que jogam lá e eles me falam de salários atrasados, falta de estrutura, entre outras coisas. Seria bom se jogássemos contra o Sampaio para ajudá-los, pois tenho certeza de que com o Palmeiras lá, o estádio ia lotar – disse.
Para tentar minimizar a carência dos amigos, Márcio Araújo contou que costuma enviar chuteiras e outros materiais esportivos quando possível.
– É o que eu posso fazer, por enquanto.