Carta do internauta
Prezado Zeca Soares,
2010 ainda não acabou e já é um pesadelo para o futebol maranhense: clubes enfraquecidos como nunca, falta de organização, perspectivas cada vez mais modestas. O torcedor, quase um herói, lamenta. Mas chegou-se a um ponto em que apenas lamentar não basta. O que estará faltando? Sonho ver torcida, imprensa, clubes lutando pelo bem comum do nosso esporte. Todo apoio é não apenas bem-vindo como absolutamente necessário. Não é difícil enumerar as frentes desta batalha:
1) Precisamos que a torcida vá realmente ao estádio. O Nhozinho Santos cheio no jogo de ontem mostrou que isso é possível. Agora cabe à torcida conscientizar-se da sua força e cabe a todos motivar o público e fazê-lo comparecer: com campanhas e promoções, com a manutenção e modernização dos estádios (incluindo o Castelão), com o resgate do orgulho de se torcer por nossos times.
2) Precisamos de um calendário sensato, com tabelas divulgadas com antecedência e que não sofram alterações a cada rodada. Acima de tudo, um calendário compatível com o do restante do país, pois só assim será possível começar a olhar os demais estados em pé de igualdade. Este ajuste do calendário me parece tão fácil de fazer, estarei querendo demais?
3) Precisamos dar todo o apoio aos times que estiverem disputando as competições nacionais, pois é aí que mostraremos a força que pretendemos ter. Há formas lícitas de fornecer este apoio, estabelecendo com antecedência as regras e fazendo com que sejam iguais para todos. O que estamos vendo – a tabela do Estadual bagunçada para acomodar a participação de um time na Série D – pode ser justificado, mas não passa de um remendo grosseiro para consertar o que começou errado, com o Campeonato não sendo disputado no primeiro semestre, e acaba prejudicando todos.
4) Precisamos que a imprensa e os formadores de opinião apóiem ativamente as iniciativas de valorização do futebol maranhense. Não podemos permitir que vestir uma camisa de um clube carioca ou paulista seja mais motivo de orgulho que vestir a de um clube local.
5) Precisamos de patrocínio forte e apoio do governo. Não podemos culpar a iniciativa privada de e afastar quando o cenário é tão confuso quanto o atual. Mas, à medida que a mudança comece a acontecer, os empresários não hesitarão em voltar. E o governo terá o papel de facilitar este reencontro para que ele seja vantajoso para todos – sociedade, clubes e empresários.
Há outros pontos, mas eu gostaria de pensar que estes já são um ótimo começo. Estarei sonhando? Não me respondam. Antes, digam: quem está comigo neste sonho?
Por Eduardo Trindade