Clubes do Nordeste ganham espaço no Brasil

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fortalezablogCerca de dez anos atrás, em alguns Campeonatos Brasileiros, o Flamengo mandou alguns jogos em Fortaleza. O resultado sempre foi de casa cheia. A opinião geral era de que a massa rubro-negra era a maior torcida do Estado. Mas a pesquisa LANCE!-Ibope mostrou pela primeira vez a distribuição de forças no Estado. E o Flamengo está só em segundo lugar, tecnicamente empatado com o líder.

O Fortaleza tem a maior torcida do estado, com 16,7%, apenas 60 mil pessoas à frente do Flamengo, que tem 16% e 250 mil à frente do ceará, que possui 13,7%. A seguir vêm Corinthians (6,5%) e Palmeiras (5,2%).

Nacionalmente, o Fortaleza também está na frente do Ceará. Sua vantagem de 400 mil torcedores está basicamente nas cidades médias e grandes, e, sobretudo, nas camadas mais populares. Nas capitais, o Tricolor tem mais torcedores: 2,0% contra 1,2%. Mas nas periferias, quem ganha é o Alvinegro: 1,3% a 0,8%. No interior, ambos tem pouca torcida: 0,1%.

O Tricolor tem uma torcida mais velha que o Ceará, com índice superior ao rival nas faixas etárias entre 35 e 49 anos (0,9% contra 0,3%) e acima de 50 (0,5% contra 0,3%). Nos jovens até 15 anos, o Ceará supera o Fortaleza: 2,1% contra 1,6%.

Em escolaridade, o Ceará só supera o Tricolor entre os que têm ensino superior: 0,5% a 0,2%.

Em termos de situação econômica, o Ceará vence com folga entre os mais favorecidos. Nas famílias que ganham 10 salários mínimos ou mais, tem 0,6% contra menos de 0,1% do rival. O Fortaleza vence com folga na camada mais popular, com renda inferior a 1 salário mínimo por mês: 2,0% a 1,3%.
 
Pernambuco

Foto: Fernanda MafraDentro de Pernambuco, o Sport reina como a maior torcida, sendo o preferido para um entre cada três habitantes do estado (33%). Tem mais que o dobro da torcida do Santa Cruz (12,8%), e mais que o triplo dos fãs do Náutico (9%).

Nacionalmente, entre os mais novos, na faixa etária que vai até os 15 anos, a diferença para os rivais aumenta. Com 3,4% de preferência entre os jovens, a torcida do Sport é quase três vezes maior que a do Santa Cruz, e mais que dez vezes maior que a do Náutico. Entre os que tem mais que 50 anos, as três torcidas são equivalentes, com desvantagem de 0,1% para o Náutico.

A torcida do Sport também supera com folga a dos rivais, nos três tipos de municípios: capitais, periferias e interior. A maior vantagem é nas periferias, com 4,2%, onde é três vezes a do Santa, e seis a do Náutico.

Em relação à escolaridade, a parcela mais forte da torcida rubro-negra está entre os que completaram a 8ª Série: 2,0%. Os tricolores também são mais fortes nos graus menos instruídos: 0,9% até o fim do Ensino Fundamental. A torcida do Náutico, ao contrário, é mais forte entre os que tem ensino superior: 1,0%, contra 0,4% nas demais faixas.

A maior derrota do Sport nas categorias de torcida pesquisadas é entre os mais ricos, aqueles que tem renda familiar superior a 10 salários mínimos por mês. Nesta faixa, o Sport ficou com menos de 0,1%, contra 0,6% dos dois rivais, derrubando o mito de que o Sport é a torcida dos ricos do estado.

Bahia

bahiablogOs times da Bahia tomaram uma parte significativa da torcida dos times de fora do estado nos últimos seis anos. Esse é o resultado da Pesquisa LANCE!-Ibope de 2010, comparando com o resultado de 2004.

Os três times forasteiros mais populares – Flamengo, Corinthians e Palmeiras – passaram em conjunto de 34,2% da para 31,9% dos corações baianos. Em contraposição, a soma das torcidas de Bahia e Vitória passou de 26,7% para 36%.

O Bahia, que há seis anos tinha a segunda torcida do estado, cresceu de 14,6% para 20,3% e agora lidera. O Vitória continua em terceiro, mas passou de 12,1% para 15,7%. Na outra direção, o Flamengo caiu de 21,2% para 20,3%, o Corinthians subiu de 7,1% para 7,6%, e o Palmeiras caiu de 5,9% para 4,0%.

Entre os grandes clubes baianos, a torcida do Vitória é mais jovem, mais urbana, mais escolarizada e rica que a do Bahia. Mas o Tricolor ainda é a maior força. O Bahia conquistou o Baiano pela última vez em 2001. Já o Vitória abocanhou sete dos nove estaduais de 2002 a 2010, e faz parte da Série A.

Na faixa etária que vai até os 15 anos, os rubro-negros são 2,8% da torcida brasileira; os tricolores, 2,1%. Já na faixa acima dos 50, os Tricolores são 1,5% e os rivais, apenas 0,2%.

Com relação à escolaridade, o Bahia lidera no ensino fundamental e no ensino médio, mas perde para o rival no público com ensino superior: 1,3% contra 0,8%.

Nas classes sociais A e B, é o Vitória quem tem o dobro da torcida do rival: 0,7% contra 0,3%. No outro extremo, as classes D e E, o Bahia vence por 2,1% contra 1,4%.

Lancepress

6 comentários para "Clubes do Nordeste ganham espaço no Brasil"


  1. oliveira

    Sou de Codó, interior do Maranhao e gosto muito do sampaio correa, vamos lá sampaio, nada de times de outros estados!!!!

  2. Francisco Sampaio Correa

    A pesquisa me parece bastante interessante, mas não devemos esquecer que são amostras de uma possível realidade…
    Sou torcedor do Sampaio e graças a minha profissão morei em vários estados do país. Atualmente moro em Manaus-AM. Mas passei grande parte da minha vida em Salvador,onde aprendi a torcer pelo maior clube do futebol do N e NE, O TRICOLOR , O ESQUADRÃO DE AÇO….MAS SEMPRE SAMPAIO EM 1º LUGAR!!!!
    Vejo o afundamento de alguns clubes do Nordeste e a morte dos clubes do Norte, salvo o Remo e o Payssandu, que ainda têm torcida no seu estado
    Para minha tristeza vi, a cada vez que voltava a minha cidade, a diminuição do interesse dos torcedores maranhenses por seus clubes. Fiquei extretamente decepcionado quando fui ao Nhozinho Santos em um Sampaio x Moto e tinham menos de mil pagantes….
    Em Manaus vejo torcidas organizadas do Vasco, Flamengo, São Paulo e até do Grêmio, mas nem ouvimos falar do, outrora, famosos Nacional ou Rio Negro. Espero que o futebol maranhense consiga se livrar desse destino cruel, mas infelizmente, mesmo de longe vejo que caminhamos a passos largos para ele.
    Ainda restam no Nordeste os torcedores das capitais, Salvador e Recife principalmente que torcem por clubes locais, mas a invasão de cariocas e paulistas no interior dos estados é uma realidade.

  3. Paulo da Cohama

    O problema é que lá no Recife eles gostam do que é da terra, ao contrário dos maranhenses, que adorariam ser cariocas ou paullistas.

  4. ACR Motense

    Concordo com as opiniões e acrescento: o atual modelo ao estilo dos campeonatos europeus (pontos corridos com número limitado de participantes) é apenas uma forma de elitizar cada vez mais a disputa e afastar a plebe do cenário futebolístico nacional. Dificilmente os times das regiões NO e NE, as mais pobres do país, terão condições de lutar em pé de igualdade com os grandes do eixo Sul-Sudeste. Quando conseguem se manter na elite por mais de um ano, fracassam envoltos em dívidas e mais dívidas.
    Hoje temos apenas dois nordestinos na série A e nenhum time do Norte. Isso evidentemente enfraquece muito o futebol da região. Um país continental como o Brasil não pode se dar ao luxo (embora existam caríssimos interesses contratuais em jogo) de realizar um campeonato brasileiro com apenas 20 clubes.
    A fórmula é discriminatória. Culpa da CBF, do chamado Clube dos 13 e da rede Globo de TV, porque comercialmente é melhor concentrar tudo na região rica do país.
    Sds motenses, com muito orgulho!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  5. Tímon ressuscitado.

    Luis Henrique faz observações pontuais e, de certa forma, lembra bem que a imprensa tem culpa no cartório também. Com efeito, sobretudo a Rede Globo, bem como suas filiadas, colaboram imensamente para que os clubes do eixo Rio-São Paulo ganhem espaço junto aos torcedores regionais, sobretudo os mais jovens. Por isso mesmo multiplicam-se as torcidas organizadas, com faixas e tudo mais que teem direito em nossas cidades do norte-nordeste. A despeito do aumento das torcidas nordestinas soa estranho o revés imposto, pois na prática o que vemos é o contrário, isto sem falar que parece ser falsa a afirmativa de que o Palmeiras tem a terceira torcida entre os alienígenas na região, pois o que vemos é que os times do Rio de Janeiro ocupam um espaço muito maior e não vemos aqui elencado o Vasco da Gama, por xemplo, que possui, a olhos vistos, uma torcida no nordeste superior ao Palmeiras. Aliás, se bem apurado, a torcida do São Paulo é que cresceu acima da média e é maior que a do Palmeiras na região. Finalmente, com propriedade o Luis afirma que a nossa imprensa é uma espécia, permita-me aqui concluir, de “capacho”, das emissoras e seguem a cartilha das suas filiadas – Isto é evidente e conclusivo, não é mesmo Zeca Soares? Historicamente os conquistadores da antiguidade capturavam e levavam para as suas cidades os jovens dotados das terras conquistadas a fim de lhes impor a cultura local como forma de manutenção do seu domínio por saberem que os mesmos torna-se-iam influentes por entre as massas. Assim, neste século XXI, vemos a repetição dos metódos empregados anteriormente, agora sob a égide da ilusória “democracia” dois estados nacionais, onde o pão e o circo dos tempos romanos ressurgem agora com outros gladiadores, não mais empunhando elmos e espadas, mas com as bolas nos pés (vale para outros esportes) e promovendo a paz. Pelo menos nesse sentido “evoluímos”. Porém, há algo que parece teimar em evoluir: a cabeça de nossos dirigentes e parte da imprensa esportiva. No mais: Bom dia Sr. Zeca Soares.

  6. luis henrique

    Não confio nestas pesquisas do IBOPE e o Lance. Sou maranhense e moro aqui no Recife. Vejo sempre a torcida do Santa bem maior que a do Sport, mesmo o time estando na série D. Fico triste de um jornalista do MA dar destaque a matérias deste tipo que só vem engradecerem os times do RJ e SP. A culpa desta invasão de torcidas dos times do SE é da Rede Glob de Televisão e, pior ainda é amplitude da cobertura dada pelas receptoras locais. Fora pesquisas deste tipo. Cadê a torcida do Sampaio Correa, do Moto Club, Paysandu, Remo, Nacional de Manaus,etc? estão torcendo por clubes do RJ e SP só por conta dos times locais que não vão bem? lembrem-se que em 1987 o futebol brasileiro (norte e nordeste) sofreu um duro golpe com a criaçãio da copa União e o resultado está aí: falência total de muitos clubes considerados tradicionais no futebol destas duas regiões. A imprensa local também tem sua verdadeira parcela de culpa, pois os jornalistas seguem às determinações das direções jornalísticas das emissoras.
    Chega de dar destaque ao que é de fora pessoal. Vamos por um fim nesta situação!
    O carioca e paulista se forem perguntados sobre os clubes do NE e do Norte vão tratar do assunto com muita chacota. Então temos o dever de reagir da mesma forma. Chega desta engaação. Luís Henrique – Recife: torcedor do Sampaio Correa com muito orgulho.

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