Que a torcida do Flamengo no Rio é hegemônica, ninguém duvida. Que a massa rubro-negra é maior do que as dos três rivais somadas também não é novidade, pois já foi mostrado nas três primeiras pesquisas do Ibope para o LANCE!, realizadas desde 1998.
Mas a grande novidade desta pesquisa é que o Flamengo parou de avançar sobre os rivais – sempre lembrando que o quadro pode mudar em breve, pois a pesquisa, por ouvir apenas garotos a partir de dez anos, não leva o efeito de formação de torcedores gerado pela conquista do Campeonato Brasileiro de 2009, há oito meses.
Em 1998, o Flamengo tinha a preferência de 39% dos fluminenses. Esse índice subiu para 44% em 2001 e para 48,3% em 2004. Agora caiu para 45,5%. A proporção entre os rubro-negros e a soma das demais torcidas caiu de 136% para 121%. Ou seja, em 2004, havia 20 rubro-negros para cada 15 torcedores de outros times e neste ano a relação caiu para 18 contra os mesmos 15.
A queda do Flamengo foi maior até do que a do seu maior rival, o Vasco, que atravessa uma das maiores secas de glórias de suas histórias – nos últimos seis anos não chegou nem sequer a uma final de turno do Campeonato Estadual. O Vasco tinha 16% do estado em 1998, subiu para 19%, caiu para 18,7% e, nesta pesquisa, se fixou em 17,8%. A queda poderia ter sido menor se a fase não fosse tão ruim, desincentivando os simpatizantes a falar como cruzmaltinos.
Os Davis dos times grandes do Rio, ao contrário, mostraram crescimento. O Botafogo, por exemplo, conseguiu crescer levemente nos últimos seis anos, de 9,2% para 9,3%. Mas nem conseguiu manter o posto de terceira maior torcida do estado.
A massa do Fluminense, que sempre contestou os resultados de pesquisa que a colocavam atrás do Botafogo, desta vez tem motivos para comemorar. Foi a única torcida a ganhar espaço no Rio de forma significativa, acima da margem de erro, passando de 8,2% para 10,2%, um crescimento de quase 25% em seis anos. É o efeito da parceria com a Unimed, que provocou o título da Copa do Brasil de 2007 e o vice-campeonato da Libertadores em 2008. Além disso, o Fluminense, por dois anos seguidos mostrou, um notável poder de recuperação no Brasileiro.
Diferentemente do Tricolor, o Fogão não conquistou nenhum título nacional nos últimos seis anos, mas foi melhor no âmbito estadual, desde que renovou sua administração, começando por Bebeto de Freitas e acentuando na era de Maurício Assumpção. Foi campeão carioca em 2006 e 2010, e conquistou três Taças Guanabara e três Taças Rio (os turnos do Campeonato Carioca, que, diferentemente de outras competições estaduais, valem troféus aos vencedores).
O América aparece com apenas 0,5% e mostra que tem um caminho muito longo até mesmo para ser considerado uma equipe de porte médio no estado. Boa parte dessa torcida tem idade avançada e por enquanto sua tendência é cair ainda mais, se nada mudar.
A 4ª Pesquisa LANCE!-Ibope de torcidas ouviu 7.109 pessoas em todo o Brasil, a partir de 10 anos de idade, em 141 municípios de todos os tipos e tamanhos. A margem de erro é de 1,2 ponto percentual, para mais ou para menos. Isso significa que resultados separados por pelo menos 2,4 pontos estão em situação de empate técnico.