O presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Rubens Approbato, deferiu o pedido da Procuradoria e suspendeu, preventivamente, o técnico Emerson Leão, o atacante Rafael Moura e o meia Romerito por 30 dias pelo episódio no gramado do Barradão com repórteres. O caso ainda não tem data para ser julgado.
Com a decisão, o treinador está impossibilitado de exercer suas funções à beira de campo, enquanto os jogadores desfalcarão o time no período de um mês – sete rodadas do Campeonato Brasileiro.
Com base no artigo 35 do novo Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), Approbato concordou com a solicitação da Procuradoria e deixou evidente no despacho a postura do STJD para casos como o ocorrido ao fim da partida entre Goiás e Vitória.
“Não se pode admitir que atletas, técnicos, dirigentes, se envolvam em atos, até de natureza penal, que serve para desmoralizar o emblema máximo brasileiro, sem que se aplique, desde logo, o corretivo permitido no Código, até como exemplo a ser dado aos que, no futuro, pudessem ter a idéia de impunidade pela prática de atos como os narrados”.
No STJD, Leão responderá a seis artigos do CBJD: “constranger alguém, mediante violência, grave ameaça ou qualquer outro meio” (artigo 243-B), cuja pena varia de 30 a 120 dias de suspensão e multa de R$ 100 a R$ 100 mil; “incitar publicamente o ódio ou a violência” (243-D), que estipula 360 a 720 dias de gancho e multa de R$ 100 a R$ 100 mil; “praticar agressão física” (254-A), com quatro a 12 jogos de pena; “participar de rixa” (257), de suspensão variando entre duas e dez partidas; “desrespeitar os membros da equipe de arbitragem” (258, §2º, II) – um a seis confrontos fora; e “invadir local da partida” (258-B) – também estipulando gancho de um a seis duelos.
O atacante Rafael Moura, que foi flagrado em imagens atingindo um repórter com um soco, responde aos mesmos artigos do que Leão, excluindo apenas o 258-B (invasão). Romerito, por sua vez, foi incurso no 243-B, 257 e 258, §2º, II. Além disto, o Goiás pode ser multado em até R$ 10 mil, conforme prevê o artigo 258-D.
A denúncia se deu por conta da confusão ao final da partida no Barradão, quando Leão entrou no gramado para falar com o árbitro sobre uma suposta falta em Marcão, antes do gol de empate do Vitória. Imediatamente, alguns jornalistas foram ao encontro do treinador para ouvir o que ele dizia, mas o fato irritou o treinador, que reagiu e partiu para cima do radialista Roque Santos, da Rádio Metrópole, de Salvador. O atacante Rafael Moura acertou um soco e derrubou o repórter. Após o ocorrido, o treinador, Romerito, Marcão e Rafael Moura foram conduzidos à 10ª Delegacia de Polícia de Salvador.