Nem bem começou e já temos confusão demais no futebol maranhense. A temporada começa da mesma forma que terminou.
Os clubes continuam aceitando tudo e a Federação segue sem nenhum comando. O diretor técnico, José Alberto de Moraes Rego logo dirá que não é assim e que com ele é dferente. Não é não. Até aqui, a única coisa que faz é ficar de plantão permanente para responder às críticas à Federação na imprensa, especialmente às feitas pelo Herbert Fontenele, na Rádio Mirante AM numa demonstração clara de que foi levado para a Federação por Alberto Fereira apenas para isto.
E o torcedor? Bem, com tudo isso não resta outra saída. Ele permanece em casa. Como o torcedor poderá sair de casa se ninguém sabe quando serão os jogos? Muda minuto a minuto. Tivemos mudança no domingo, na quarta-feira, na quinta e assim por diante. Se o Sampaio e o JV se classificarem teremos nova modificação na tabela.
O calendário da CBF foi divulgado no fim do ano passado, mesmo assim não deu tempo para a FMF reservar as datas dos jogos de volta de Sampaio e JV Lideral na Copa do Brasil. Até parece que, na FMF, os dirigentes não acreditavam que passaríamos do primeiro jogo.
E na Copa União? Meu Deus, nunca vi tantos jogos marcados para o horário vespertino em plena quarta e quinta-feiras. Se Viana e Santa Quitéria, por exemplo possuem estádios sem iluminação, porque não marcar os jogos dessas equipes em casa aos domingos? No meio de semana, essas equipes deveriam jogar em praças com iluminação.
Não me venham argumentar que temos problemas em vários estádios, especialmente em São Luís e Imperatriz. Isto é fato, mas a FMF tem que resolver os problemas sem prejudicar o torcedor e provocar tanta confusão. Não sei quando tudo isso vai acabar.
Os clubes precisam dar um ponto final nisso tudo o quanto antes, se deixarem para depois poderá ser tarde demais.
Caro Zeca, não moro no Maranhão, porém sempre acompanho nosso futebol através da net e posso afirmar q/ a falta de organização do Futebol maranhense tem como culpa os próprios torcedores e a imprensa local, pois às vezes ficam dando ênfazes a campeonato carioca e paulista, quando eles só falam do nosso campeonato em tom de galhofa. Já se chegou ao cúmulo de transferir horário de jogo em detrimento de campeonato paulista ou carioca. Fiquei envergonhado qdo. o Flamengo foi campeão brasileiro(penta) e teve passeatas e ruas fechadas em nossa capital, para comemorar esse título. O que eles querem – sulistas- é o enfraquecimento do nosso futebol, já q/ eles não gostam de se deslocar p/ o Norte/Nordeste, pois são centros distantes e os jogadores ficam cansados(dizem eles) e aínda qdo. chegamos em seus Estados somos chamados de Paraíbas.
Veja este texto, muito oportuno. POR QUE SOMOS “POTIGUARIOCAS”.
Há tempos, me intriga a questão de descobrir a origem dessa admiração excessiva que nós, nordestinos, nutrimos pelos clubes cariocas, excetuando pernambucanos e baianos, por dever de justiça. Particularmente, minha segunda e última pele é cruzmaltina. Mesmo sendo uma derme bem superficial, há esta camada, sim. Perguntava-me, então, como posso torcer por um clube carioca, se não sou carioca, não tenho nenhuma raiz fluminense e, para piorar, sou um natalense bairrista e alucinadamente amante do Mais Querido potiguar?
Sempre achei muito simplistas algumas respostas. Uma, herança familiar, onde nos legaram esta inclinação “potiguarioca”. Outra, porque não tínhamos canais de TV locais e, portanto, absorvíamos todas as informações advindas somente do “Sul maravilha” (triste é ver que a nossa imprensa ainda hoje valoriza o carioquês). Concordo que tudo isso teve e tem sua influência , mas, era pouco para aplacar minha inquietude. Todavia, cheguei à minha pessoal e empírica descoberta do porquê de sermos “potiguariocas”.
Série B de 2009. Vasco e ABC F.C., São Januário/RJ. Me vejo diante da TV, frustrado e desapontado com o que a minha derme menor fez com a minha pele primeira. No returno, inverte-se o mando de campo. Estádio Fraqueirão, meu templo, minha casa. Assisto revoltado, irado, este clube carioca, que estranhamente tenho simpatia, abater o meu ABC. Pirei. Indaguei-me como podia torcer, também, por outro clube, e um clube que estava me trazendo infelicidade?
Descobri, assim, que só torcemos por “eles”, porque “eles” não competem conosco de maneira sistemática. Historicamente, raramente nos confrontamos. Às vezes, numa Copa do Brasil, ou, num sazonal rebaixamento de um “deles”, e só. Nem no antigo campeonato nacional, quando sempre estávamos na elite, havia o confronto de todos contra todos. Então, natural que aqueles que não nos agridem amiudemente, só raramente, não sejam objeto do nosso alvo inimigo. Ao contrário, acabamos por adotar um “deles”, para as competições que quase nunca, ou nunca, participamos.
Entendi, enfim, porque gaúchos, mineiros, pernambucanos e etc., até os cariocas, gozam com nossa dupla face. Como poderia um gremista, cruzeirense, palmeirense, sportista torcer por cariocas, se eles se digladiam anualmente? Impossível torcer por adversários contumazes. Nós, não. “Eles”, os cariocas, continuarão sem nos enfrentar em 2010. E, aí, pelas TVs, de novo, revitalizam-se as dermes “potiguariocas”.
Desejo que, cada vez mais, sejamos mais potiguares e bem menos “potchiguares”, ou melhor, “potchiguariocas”. Que todos nós, até mesmo a nossa imprensa, nos ajudem mais a vermos o preto, o branco, o verde, o vermelho, de matrizes puramente nordestinas e sem maiores sotaques. Daqui de nós, mesmos.