Cada vez mais acostumado com o “impossível”, o Fluminense pisa no gramado do Maracanã, nesta quarta-feira, às 21h50m (de Brasília), para dar continuidade à sua “saga de milagres”. Fora do Z-4 do Brasileirão após ter 98% de risco de rebaixamento, o Tricolor luta contra o improvável, desta vez diante da LDU, na decisão da Copa Sul-Americana, e de uma desvantagem de quatro gols.
Com a derrota por 5 a 1 no jogo de ida, em Quito, há uma semana, o time de Cuca precisa vencer por cinco ou mais gols de diferença para levantar a taça. Triunfo por quatro gols de diferença leva a decisão para a prorrogação, e qualquer outro resultado faz com que a equipe equatoriana repita no Maracanã a festa da Libertadores do ano passado.
Louca por uma revanche contra a Liga de Quito, a torcida tricolor ignorou a goleada no jogo de ida e esbanjou confiança no último treinamento da equipe. Após recepcionarem a delegação com festa no aeroporto na quinta-feira passada e cantarem “LDU, a sua hora vai chegar” depois do triunfo sobre o Vitória, domingo, os torcedores compareceram às Laranjeiras e entoaram a frase: “Eu acredito!”.
Flu adota a paciência como arma
Ciente de que a ansiedade pode se tornar um adversário a mais na difícil missão de golear a LDU, Cuca pregou paciência para que o Fluminense torne aos poucos menos complicada a partida. Tônica do discurso do treinador desde que chegou ao clube, o lema “um passo de cada vez” voltou à tona:
– Não podemos querer fazer quatro gols em um só. Temos que ser equilibrados e fazer o máximo. Se formos capazes de alcançar o objetivo, maravilha. Senão, são coisas da vida.
A goleada por 4 a 0 sobre o Vitória, no último fim de semana, pelo Brasileirão, motivou os tricolores, e até Fred admitiu sonhar que o placar seja uma prévia do jogo desta quarta. O comandante, no entanto, fez questão de separar as coisas.
– É outro jogo, outra competição. O Vitória é um adversário do Campeonato Brasileiro, a LDU é uma final. Eles conseguiram uma vantagem grande em Quito que vai ser difícil de ser revertida. Temos que jogar com inteligência e naturalidade. Vamos buscar a vitória. Se for como todos sonham, maravilha. Vamos fazer o nosso máximo.
Os dois gols em seis minutos contra o time baiano ao menos servem de exemplo, e Cuca admitiu que um início arrasador seria a melhor opção.
– Espero ter essa postura toda vida. Mas às vezes não conseguimos encaixar o melhor jogo no começo. Já passamos por outras situações assim. Vamos buscar o ataque com organização. Não adianta ser um bando para fazer as coisas acontecerem de forma desordenada.
Sem Dieguinho, que não está inscrito, Marquinho volta a ocupar a lateral esquerda. No meio, Equi Gonzalez, também fora da listagem, dá lugar a Cássio, que não encarou o Vitória por estar suspenso.
LDU prega maturidade e mantém equipe
A LDU não deve ter muitas mudanças em relação ao time que goleou o Fluminense por 5 a 1 na última quarta-feira. Por opção do treinador Jorge Fossati, o argentino Graf deve entrar no lugar de Walter Calderón no ataque, para formar dupla com seu compatriota Claudio Bieler. Miller Bolaños, lesionado, dá lugar a Salas.
Bieler, aliás, no reconhecimento do gramado, na noite de terça-feira, ficou isolado durante o coletivo, se poupando para a decisão. Já Mendez, carrasco no jogo de Quito, provou estar pronto, ao entrar nas divididas. O técnico Jorge Fossati disse que seu time está preparado para a decisão.
– Nossa equipe é madura, sabe jogar nesse estádio. Acredito que será um bom jogo, pois nosso time está focado e o deles também.
Cahê Mota e Guilherme Marques, Globoesporte.com