Ronaldo está cada vez mais longe de disputar sua quinta Copa do Mundo. Pelo menos é o que acena Dunga. Nesta terça-feira, durante o anúncio dos finalistas do Prêmio Craque do Brasileirão, no Museu do Futebol, em São Paulo, o técnico da seleção brasileira praticamente descartou qualquer chance de chamar o Fenômeno. Seja para o amistoso do dia 3 de março (o adversário ainda está indefinido) ou para o Mundial.
No comando da seleção desde agosto de 2006, Dunga deixou bastante claro que não pretende cometer os mesmo erros de Parreira na Copa do Mundo da Alemanha. E ao que parece, chamar o atacante do Corinthians neste momento seria um erro. Pelo menos foi o que a entender o treinador quando questionado sobre a possibilidade de chamar Ronaldo para um “teste” antes do Mundial da África do Sul.
– Tem certos jogadores que não precisam ser testados, mas eu vou pedir uma coisa a vocês. Não iludam o torcedor e não tentem me induzir aos mesmos erros do passado – declarou Dunga, dando um tom irônico à sua declaração.
Em 2006, na Alemanha, Ronaldo chegou para a competição visivelmente acima do peso. Por conta disso foi um dos principais alvos depois da eliminação para a França, nas quartas de final. Atualmente, embora seja o destaque do Corinthians e concorra como um dos três melhores atacantes do Brasileirão, o Fenômeno continua acima do peso. E tem mais: o jogador parece não estar no perfil traçado por Dunga.
– Para jogar na seleção brasileira não é mais uma questão só técnica, mas sim de comprometimento. E isso não é mais uma cobrança só minha, é também do grupo. Para entrar nele é preciso ser comprometido e competitivo. Caso contrário não entra – sentenciou o comandante da seleção brasileira.
Dunga gosta de exaltar esse espírito que empregou à seleção brasileira. E sempre que possível lembra os erros de 2006 para dizer que o não vai fazer em 2010.
– Uma das coisas que não pode acontecer é o oba oba quando a seleção chega. Quem vai para o campo tem de ter tranquilidade para trabalhar. Temos de ter privacidade. Queira ou não, a seleção tem de se fechar o máximo possível – finalizou Dunga.
No Mundial de 2006, umas das principais críticas à seleção de Parreira era a presença maciça de torcedores nos treinamentos, especialmente na preparação em Weggis, na Suíça.
Leandro Canônico, Globoesporte.com