O técnico Edmílson Santos entregou o cargo à diretoria do Chapadinha. Imediatamente, a diretoria do Galo efetivou o auxiliar Jadílson Oliveira como novo treinador da equipe. Ele vai comandar o time nos jogo restantes da segunda divisão: hoje contra o Moto, em Chapadinha e, em data a ser definida pela FMF, contra o Viana, em Viana.
Jadílson é alagoano, de Arapiraca. Tem 37 anos e, como jogador, já jogou por várias equipes do Norte e do Nordeste, entre as quais, ASA-AL, Ceará-CE, Guarani-Sobral, Quixadá-CE, ICASA-CE, Flamengo-PI, River-PI, Parnaíba-PI, Nacional-AM. A última equipe que Jadílson defendeu foi o Chapadinha. Ele veio para a cidade em 2004, assim que o técnico Nélson Mourão assumiu o comando do Galo.
Jadíslon encerrou a carreira no Galo em 2007 e não saiu mais da cidade. Ele ficou trabalhando nas categorias de base da equipe e sempre auxiliou os treinadores da equipe principal.
Essa não é a primeira vez que Jadílson assume o comando do Galo. No ano passado, quando a equipe vinha de maus resultados, o então treinador Fernando Dourado entregou o cargo e Jadílson, que era seu auxiliar assumiu o comando. O time já estava rebaixado, mas Jadílson comandou o Chapadinha na partida em que o Galo venceu e rebaixou o Santa Quitéria.
Este jogo terminou 2 a 1 pro Galo, mas poderia ter sido diferente. É que, segundo Jadílson, dirigentes da Raposa lhe ofereceram dinheiro para “abrir” o jogo, a fim de evitar o rebaixamento do Santa Quitéria. Jadílson não aceitou e o Galo, cheio de desfalques, fez sua melhor partida em todo o campeonato.
Na época, os salários dos jogadores e comissão técnica do Chapadinha estavam atrasados e alguns jogadores haviam abandonado a equipe. Mesmo assim, Jadílson recusou a “proposta” do Santa. “Aqui é um time de homens. A torcida merece respeito. Jogamos sério para mostrar que não ganhamos os outros jogos porque as coisas não davam certo mesmo. Além do mais, como ficaria nossa reputação? Um dia posso estar em outra equipe e os dirigentes na irão confiar em mim e nos jogadores que atuaram nessa partida”, disse Jadílson, justificando o porque de não aceitar dinheiro para perder o jogo.
“Eu disse à pessoa que me procurou, que a gente pode até aceitar dinheiros, mas para ganhar jogo, nunca para perder. Eles ficaram chateados”, concluiu Jadílson.
Por causa desse episódio, a rivalidade aflorou no último jogo do Galo contra a Raposa. O Santa Quitéria venceu e, após o jogo, houve até discussão entre o técnico do Galo e jogadores adversários. O presidente do Santa Quitéria, Manim Leal, chegou a dizer que agora estava vingado, já que o Chapadinha não o ajudou a se livrar do rebaixamento no ano passado.
Melhor assim, do que o torcedor ser enganado por dirigentes que fazem esquema nos bastidores para alcançar proveito próprio.
Por Willian Fernandes