O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, afirmou nesta quarta-feira, em entrevista ao programa Arena Sportv, em Salvador, palco do jogo com o Chile pelas Eliminatórias para a Copa, que sempre apostou no trabalho do técnico Dunga à frente da seleção brasileira, mesmo nos piores momentos vividos pelo treinador no comando.
“Eu vi vários jornais dizendo que o Dunga não ‘viraria’ o próximo jogo. Você tem que administrar (a situação) e ter tranquilidade. Você não pode ser aquele que vai criar a crise. Tem que ter coerência. Como é que você pode pressionar um treinador cuja pior classificação dele era segundo colocado durante a maior parte das Eliminatórias, inclusive à frente da Argentina?”, questionou Teixeira.
O dirigente ainda garantiu que nunca pensou em demitir Dunga, até mesmo por apostar no perfil disciplinador e no poder de liderança que o comandante já exercia na seleção brasileira desde os tempos de jogador e capitão do Brasil.
“Eu conheço o Dunga desde 1990. Eu cansei de dizer que eu precisava muito mais de alguém que fosse rigoroso e tivesse comando na seleção do que um técnico pura e simplesmente”, reforçou o presidente da CBF.
Após enaltecer a confiança que tem no trabalho de Dunga, Ricardo Teixeira revelou quais são as suas preocupações em relação à preparação da seleção brasileira para a Copa de 2010.
“Terminada a Eliminatória, nós faremos uma programação em que tenhamos objetivo de vitória”, afirmou o dirigente, que citou o frio como um das principais preocupações da seleção para o Mundial. Ele citou o fato depois de o Brasil ter encarado baixas temperaturas na África no Sul na última Copa das Confederações, que foi realizada na mesma época do ano em que será disputada a Copa de 2010.
A preparação da seleção para o Mundial será um tema recorrente nos planos da seleção até o início da competição muito por causa dos erros cometidos durante os preparativos do Brasil para o Mundial de 2006. Erros que o próprio Teixeira admitiu que cometeu na condução da presidência da CBF.
O dirigente citou a badalação entre jogadores e torcedores em Weggis, cidade suíça onde a seleção realizou o período final de preparação para o Mundial de 2006 e onde alguns atletas da seleção foram flagrados até em uma noitada, apenas como um dos problemas que prejudicaram o Brasil.
“Eu mesmo faço um mea-culpa pelos problemas que vivemos em 2006, mas o problema não foi só Weggis. Weggis foi uma justificativa para tudo o que aconteceu. Depois de Weggis, tivemos uma preparação enorme na Alemanha até o jogo contra a França (que eliminou o Brasil da Copa). Não adianta a gente querer tapar o sol com a peneira. O problema foi também Weggis. Houve falta de grupo, falta de sensibilidade, de empenho dos jogadores, de comando da comissão técnica e da presidência”, admitiu Teixeira.
Agência Estado