Brasil dá show e depacha a Itália

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021149857-dp00.jpgToques rápidos, contra-ataques mortais, equilíbrio entre os setores. No dia do 39º aniversário da conquista do tricampeonato mundial, a seleção brasileira atropelou novamente a Itália neste domingo, venceu por 3 a 0 e garantiu o primeiro lugar do Grupo B da Copa das Confederações. Assim, vai enfrentar a África do Sul, treinada por Joel Santana, na semifinal, quinta-feira, às 15h30m, em Joanesburgo. A Azzurra, atual campeã mundial, está eliminada.

O time de Dunga precisou de apenas 45 minutos para liquidar a partida. Luis Fabiano, duas vezes, e Dossena, contra, marcaram os gols, ainda no primeiro tempo. Ramires, Maicon e André Santos foram bem contra os Estados Unidos e acabaram mantidos no time titular, nos lugares de Elano, Daniel Alves e Kleber. O zagueiro Juan começou jogando, mas saiu sentindo dores ainda na etapa inicial para a entrada de Luisão e pode ser problema para a semifinal.

Com a derrota, a seleção italiana fica com três pontos, empatada com o Egito e Estados Unidos. Mas os americanos, que venceram os egípicios por 3 a 0, avançam pelos critérios de desempate (número de gols pró melhor do que o da Azzurra: 4 a 3). Assim, os Estados Unidos vão enfrentar a Espanha na semifinal, quarta-feira, em Bloemfontein.

Brasil e Espanha são as únicas seleções com 100% de aproveitamento nas três primeiras rodadas, mas a Fúria não sofreu nenhum gol. As duas entram como favoritas para irem à final do próximo domingo, no Ellis Park.

Contra a Azzurra, a seleção mostrou que não sabe atacar apenas pelo lado direito. Dois gols nasceram pela esquerda e o time demonstrou mais equilíbrio entre os lados. Tanto que Robinho, no segundo tempo, trocou com Ramires e passou a jogar pela direita, confundindo os italianos.

A etapa inicial foi dominada pelo Brasil, que teve 56% da posse de bola, chutou nove vezes, acertou duas na trave e marcou três vezes. A Azzurra não sofria três gols no primeiro tempo desde 1957, em uma partida contra a Iugoslávia. Em Pretória, a Itália foi a primeira a ir ao ataque. Aos três, Camoranesi cruzou e Lúcio cortou de carrinho. Um minuto depois, Pirlo chutou de longe e a zaga colocou para escanteio. A partir daí, só deu o time de Dunga.

Setor mais famoso da Itália, a defesa colaborou com o Brasil, que soube aproveitar as falhas dos italianos. Aos cinco, Cannavaro errou a saída de bola, Luis Fabiano ficou com ela e tocou para Ramires na área, que acertou a quina do travessão. Em seguida, foi a vez de Chiellini falhar em um cruzamento. Robinho dominou e rolou para Kaká bater em cima de um defensor. A pressão continou. O camisa 11 roubou outra bola pela direita e deu para o novo craque do Real Madrid, que achou Luis Fabiano na área. O Fabuloso, marcado por dois, ainda deu um toquinho na bola, mas Buffon salvou.

A seleção continuou bem, na defesa e no ataque. Felipe Melo se destacava no meio-campo como ladrão de bolas. Maicon, que ganhou a vaga de titular após a bela atuação contra os Estados Unidos, era a principal arma pela direita. Na esquerda, André Santos acatou a orientação de Dunga e passou a atacar mais também, com Gilberto Silva recuando para atuar ao lado de Lúcio e Juan. Boas opções, os laterais foram os jogadores brasileiros que mais tocaram na bola no primeiro tempo.

Dunga foi obrigado a mudar o time aos 23. Juan, atleta que mais reclamou de cansaço desde o início da concentração em 1º de junho, sentiu dores na coxa esquerda após um carrinho e foi substituído por Luisão. Três minutos depois, a Itália teve a principal chance: Camoranesi arriscou de fora da área e assustou Julio César, pelo alto.

Brasil responde sem perdão

A resposta brasileira foi rápida e perigosa, com Lúcio. Aos 32, o zagueiro recebeu de Ramires na área e chutou cruzado, a bola tocou em Cannavaro e foi na trave. Em seguida, o capitão dominou após escanteio e bateu forte para bela defesa de Buffon.

O gol finalmente saiu aos 37. Um gol não, logo três em sequência: aos 37, 43 e 45. No primeiro, Maicon arriscou de longe, a bola foi fraca e ficou nos pés de Luis Fabiano, que virou sozinho na área e bateu sem chances para Buffon. Seis minutos depois, contra-ataque mortal pela esquerda. Robinho arrancou, tocou para Kaká, que tentou devolver para o ex-santista na área, mas a bola passou direto e sobrou para o Fabuloso tocar e marcar o segundo: 2 a 0, o terceiro do atacante na Copa das Confederações, empatando com os espanhóis Fernando Torres e David Villa no topo da artilharia.
 
O terceiro gol contou com ajuda italiana. Kaká lançou Robinho do meio, ele avançou pela esquerda e viu Ramires sozinho na área. O camisa 11 tentou tocar para o ex-cruzeirense, mas Dossena deu um carrinho e colocou a bola dentro do próprio gol: 3 a 0 para o Brasil.

O contra-ataque continuou sendo a arma mais perigosa da seleção no segundo tempo. Com 3 a 0 no placar, a Itália começou querendo ir para cima do time de Dunga, mas de forma desordenada. Abriu espaços e viu os brasileiros arrancarem em velocidade. Principalmente Robinho, que não ficou preso só pela esquerda. Aos 10, arrancou pela direita e bateu forte, para fora.

Com medo de ser eliminada, a Azzurra passou a arriscar mais e Julio César começou a trabalhar. Aos 18, Rossi chutou de longe e o goleiro fez grande defesa. Dois minutos depois, Gilardino chutou com perigo, dentro da área, e o camisa 1 defendeu de novo. Mais um minuto, Pepe tabelou com Rossi e tentou de voleio, para o ex-flamenguista voltar a salvar o Brasil.

No contra-ataque, o time de Dunga deu a resposta. Robinho, deslocado para a direita, deu para Kaká no meio, que chutou de longe e a bola saiu perto da trave de Buffon. A Itália teve sua melhor chance de descontar aos 30: Julio César saiu da área para disputar uma bola com Gilardino, perdeu, mas o ataque italiano demorou a chutar e a zaga brasileiro afastou.

A Itália continuou a pressão nos minutos finais. Ela precisava apenas de um gol para mudar o quadro, passar os Estados Unidos e avançar às semifinais, mas Julio César continuou bem, assim como toda a defesa, e o Brasil evitou o gol salvador italiano. No fim, a derrota mandou a campeã mundial para casa mais cedo.

Reportagem Thiago Dias e Thiago Lavinas, do Globoesporte.com

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