Papão escapa de tropeço no Mangueirão
Nildo Lima, O Liberal
O torcedor do Paysandu que esteve ontem no Mangueirão deixou o estádio preocupado com o futuro do time na Série C do Brasileiro. Apesar da vitória por 1 a 0 sobre o Sampaio Corrêa/MA, na abertura da competição, o Papão saiu do gramado em dívida com a Fiel. Do técnico Edson Gaúcho ao presidente Luiz Omar Pinheiro, passando pelos próprios jogadores, todos admitiram que a equipe ficou aquém do esperado, depois de uma semana de preparação em Barcarena. Pelo menos conseguiu fazer o dever de casa, somando os primeiros três pontos no grupo A, pelo qual só volta a jogar dia 14 de junho, contra o Rio Branco/AC.
O Paysandu entrou em campo sem o volante Dadá, que, no aquecimento, sentiu uma lesão muscular e foi vetado. Assim, o meia Rossini compôs o meio-campo. A escalação do atacabte Zé Carlos, no lugar de Reinaldo, surpreendeu. O time bicolor começou a partida em velocidade, passando a falsa impressão de que seria um ‘rolo compressor’. Logo com um minuto de partida, Vélber cobrou escanteio da direita e Zé Carlos cabeceou certeiro para a rede, fazendo 1 a 0. O time continuou jogando no ataque, mas sem um bom aproveitamento nas finalizações.
A partir dos 15 minutos, o Sampaio passou a jogar de igual para igual, aproveitando as falhas do adversário, sobretudo na troca de passes. Vélber era quem mais errava, mas Rossini, Alex Sandro e Zeziel também falhavam em demasia neste fundamento. Sorte que o Sampaio não conseguia finalizar com eficiência. A melhor chance dos maranhenses aconteceu aos 38 minutos, com Almir acertando a trave. O Papão seguia sem criatividade, falhando nas saídas do meio-campo para o ataque.
No intervalo, Edson Gaúcho fez o óbvio, sacando Vélber para a entrada de Balão, que passou a compor o ataque com Zé Carlos – Zeziel foi recuado para o meio. A estratégia não mudou em nada o modesto futebol da equipe. Os erros continuavam acontecendo, sobretudo no setor de meio-campo, que não conseguia nem marcar e muito menos criar alguma coisa. A equipe maranhense, melhor organizada, era superior e já fazia por merecer pelo menos o empate. O Tricolor marcava a saída de bola. Com isso, parecia cada vez mais perto do gol.
Chance igualar o placar não faltou ao Sampaio. Em uma delas, aos 43 minutos, Leandro Gonçalves, de cara para o gol, cabeceou para fora. Ao deixar o gramado no final da partida, os jogadores do Paysandu reconheceram que a vitória acabou sendo um grande achado para o time, que não conseguiu nem ser a sombra do que foi na conquista do Paraense.
Gaúcho critica péssima atuação
Mesmo com a vitória sobre o Sampaio, a insatisfação tomava conta do vestiário do Paysandu, ontem, no Mangueirão. O técnico Edson Gaúcho, que cumpre suspensão e teve de assistir ao jogo de um camarote do estádio, pediu desculpas à torcida pela exibição irreconhecível da equipe. ‘Hoje (ontem) não conseguimos mostrar o futebol que estamos acostumados a jogar. O torcedor tem toda a razão de sair reclamando. Peço todas as deculpas para quem veio ao estádio esperando por um futebol melhor’, disse Gaúcho, que prometeu uma apresentação superior diante do Rio Branco, dia 14 de junho.
‘Vamos ter mais tempo para arrumar a equipe e também vamos poder contar com a volta do Dadá e do Paulo de Tárcio, que fizeram muita falta’, justificou o treinador. De acordo com Gaúcho, outro fator que contribuiu para a fraca partida foi a noite de pouca inspiração do meia Vélber, principal jogador bicolor. ‘O Vélber sentiu dores na coluna e isso, de certa maneira, acabou influenciando na produção que ele está acostumado a mostrar’. O treinador justificou a substituição do meia, no intervalo, ao grande número de passes errados.
‘Ele não estava conseguindo acertar nada. A exceção foi o escanteio que nos permitiu o gol’, comentou Edson Gaúcho. Na opinião de Gaúcho, a ausência de Dadá tirou a tranquilidade da defesa. ‘Ele, no meio-campo, consegue fazer uma marcação forte, protegendo o restante da defesa’, avaliou. O curioso é que mesmo com o time tendo feito uma das suas piores apresentações na temporada, o treinador concedeu folga ao grupo até a próxima quinta-feira.
Águia passa pelo Rio Branco na estreia
O Águia estreou com vitória na Série C do Campeonato Brasileiro: venceu o Rio Branco por 1 a 0, ontem à tarde, no estádio Rosenão, em Parauapebas. Com o resultado, o Azulão divide a liderança do Grupo A com o Paysandu, que também ontem derrotou o Sampaio Corrêa-MA pelo mesmo placar. Na segunda rodada, domingo, o Águia vai ao Maranhão enfrentar o Sampaio, no estádio Nhozinho Santos, às 17 horas. Já o Rio Branco receberá o Luverdense (MT), às 19 horas (de Belém), na estádio Arena da Floresta, na capital do Acre.
Visivelmente nervosos com a estreia, os donos da casa pareciam sentir a falta do treinador João Galvão à beira do gramado e não conseguiam criar chances de gol na etapa inicial. Galvão está suspenso pela Justiça Desportiva e não pode trabalhar em dias de jogos. Já os adversários aproveitaram para assustar por duas vezes, mas o goleiro Adriano evitou os gols.
No segundo tempo, o Águia conseguiu jogar com mais calma e as primeiras chances começaram a surgir. Mas foi em uma jogada de bola parada que saiu o único gol da partida. Aos 10 minutos, depois de cobrança de falta de Soares, o centroavante Bruno Rangel, que havia entrado no lugar de Felipe Mamão, marcou de cabeça.
Com a vantagem, o Azulão apostava nos contra-ataques, mas seguiu perdendo boas chances de aumentar o placar. Em uma delas, o volante Daniel partiu livre para o ataque, mas passou forte demais para Bruno Rangel. Já nos acréscimos, Gil Pica-Pau entrou em velocidade na área do Rio Branco e chutou em cima do goleiro Douglas, que salvou quase em cima da linha.
Paredão elogia determinação
Ao final da vitória do Águia sobre o Rio Branco por 1 a 0, o goleiro Adriano, que fez sua estreia oficial no time paraense, disse que, embora a equipe precise melhorar, a partida de ontem mostrou que os jogadores estão determinados a fazer uma grande campanha na Terceirona. ‘O time está tendo padrão de jogo, já vem jogando no 3-5-2 há tempo e fica mais fácil entrar assim’, avaliou o arqueiro, que também disse não ter sentido falta de ritmo de jogo. Sobre as duas importantes defesas que fez no primeiro tempo, evitando que a equipe visitante saísse em vantagem no placar, o goleiro demonstrou espírito de grupo. ‘O importante é a bola não entrar na nossa meta. Fiz a minha parte em algumas jogadas, mas a zaga também trabalhou bem, porque poucas bolas chegaram com perigo na nossa área. E o melhor é que vencemos’, comemorou.
Outro jogador a falar da vitória foi o meia Soares, que iniciou a partida como titular e foi o autor da cobrança de falta que originou o gol de Bruno Rangel, tendo participação decisiva no resto da partida. Ele quer dar ganhar ritmo de jogo no decorrer da competição: ‘Agora estou procurando aprimorar a parte física. Estou me esforçando muito para juntar a física com a técnica’, declarou. Sobre o gol da vitória, oriundo de bola parada, o meia lembrou que no treinamento de sexta-feira essas jogadas foram o foco dos jogadores. ‘Tivemos outras oportunidades, mas fizemos um gol que deu tranquilidade para a sequência do trabalho’, concluiu.
Jornal O Liberal