Brasil só empata com a Colômbia no Maracanã
Mais uma vez a seleção decepcionou em casa e foi vaiada. Apesar do esforço dos jogadores, o Brasil jogou mal e não passou de um empate sem gols com a Colômbia nesta quarta-feira, no Maracanã. É o terceiro 0 a 0 consecutivo da equipe como mandante nestas eliminatórias da Copa do Mundo de 2010. Antes, o time de Dunga também ficou sem marcar contra a Argentina e a Bolívia. Já são 312 minutos (considerando os acréscimos) sem a torcida soltar o grito de gol. A última vez que isso aconteceu foi com Luis Fabiano, em 21 de novembro de 2007, na vitória por 2 a 1 sobre o Uruguai, no Morumbi.
Com o empate, o Brasil segue em segundo lugar na classificação, agora com 17 pontos. Mas com a vitória do líder Paraguai sobre o Peru por 1 a 0, a diferença de pontos aumentou para seis pontos. A Colômbia está em sétimo lugar com 11 pontos, fora da zona de classificação para a Copa do Mundo de 2010. O próximo jogo da seleção nas eliminatórias será apenas em 2009, contra o Equador, fora de casa (o local ainda não foi confirmado). A partida será no dia 29 de março. Mas antes disso, no dia 18 de novembro, a seleção faz um amistoso contra Portugal, em Brasília.
O resultado irritou bastante os 54.910 presentes no Maracanã, que durante a partida protestaram e também chegaram a pedir a saída do técnico Dunga. Curiosamente, foi o terceiro 0 a 0 seguido de Brasil e Colômbia em eliminatórias. Robinho e Kaká, homenageados na véspera no Maracanã, passaram em branco. O craque do Manchester City ainda chegou a ser hostilizado quando deixou o gramado para a entrada de Alexandre Pato.
O técnico Dunga, mais uma vez, foi “saudado” pela torcida com gritos de “adeus”. Assim como no Engenhão, contra a Bolívia, os cariocas fizeram “olé” para toques da Colômbia.
O lado positivo da partida ficou com o goleiro Julio César. Ele bateu o recorde de Taffarel ao completar cinco jogos sem sofrer gols nas eliminatórias. O goleiro acumula uma invencibilidade de 495 minutos na competição.
Vaias da torcida no primeiro tempo
A partida começou com a seleção brasileira enfrentando muitas dificuldades na criação. Robinho caía pela esquerda e era bem marcado. Kaká também não encontrava muitos espaços pelo meio. A Colômbia aproveitava e saia rápido no contra-ataque. Mas faltava pontaria. Rentería foi o primeiro a arriscar um chute de fora da área. Depois, Bedoya. Ambos sem qualquer direção e perigo para o goleiro Júlio César.
O Brasil parecia cansado da maratona de quase 15 horas para chegar ao Rio de Janeiro após a vitória sobre a Venezuela no último domingo. Aos 17 minutos, a Colômbia chegou novamente com perigo. Mas Toja chutou fraco. Depois foi a vez de Vargas receber passe na área e soltar a bomba. Sorte que a bola explodiu em Lúcio no meio do caminho.
A torcida, que não chegou a encher o Maracanã, já demonstrava irritação. O lateral Kleber foi o primeiro a sofrer. Os torcedores queriam a entrada de Juan, do Flamengo, que estava no banco. Aos 20 minutos, o Brasil deu o primeiro chute a gol. Robinho de fora da área. E a bola foi parar na lateral do campo. Era a prova que a seleção estava mal.
Aos 26 minutos, o Brasil levou um susto. Julio César dividiu no alto com o zagueiro Yepes. O juiz não marcou falta e a bola sobrou para o próprio zagueiro chutar. O goleiro brasileiro defendeu no reflexo. Somente aos 30 minutos a seleção chegou com perigo. Elano cruzou, Juan subiu mais que os marcadores e cabeceou. Mas a bola foi no meio do gol e Julio Agustín defendeu em dois tempos.
O lance chegou a animar os torcedores. A seleção melhorou após Elano aparecer mais no ataque. O meia deu um ótimo passe para Robinho, que matou no peito e chutou rapidamente. O goleiro Agustín defendeu com os pés e a bola foi escanteio. Mas alguns passes errados depois vieram os protestos. Aos 41 minutos iniciou-se um “Adeus, Dunga”. Em seguida outro grito nada agradável para o treinador.
Mas justiça seja feita. No último minuto do primeiro tempo, o Brasil quase abriu o placar em uma jogada ensaiada bastante trabalhada pelo treinador durante a preparação em Teresópolis. Elano cobrou falta, Juan desviou de cabeça e Jô completou para fora na segunda trave. O lance não foi suficiente para evitar um grito de “olé” na última jogada da Colômbia e também as vaias com o fim do primeiro tempo. Kaká, apagado, sabia a receita para a seleção melhorar.
– Temos que jogar mais rápido – disse ao sair de campo no intervalo.
Robinho deixa o campo, Pato entra
A seleção voltou sem alterações para o segundo tempo. E parecia melhor. Logo aos três minutos, Kleber foi ao ataque e cruzou para Jô. O atacante dominou na área e chutou rasteiro. Agustín espalmou para escanteio.
Aos 11 minutos, Dunga chamou Mancini. O meia-atacante entrou no lugar de Elano, que irritou o treinador após cobrar mal uma falta pela direita. E mais vaias no Maracanã. A mudança não surgiu efeito. E a situação piorou quando Robinho sentiu um problema muscular na coxa esquerda. Alexandre Pato entrou em seu lugar aos 17 minutos. E nem o Rei do Drible escapou dos protestos dos torcedores cariocas. Novos protestos.
No primeiro toque de Pato na bola, quase saiu o gol brasileiro. Kaká foi até a linha de fundo e cruzou. Pato chegou dividindo com o zagueiro e completou rasteiro para fora. Foi por pouco.
Aos 20 minutos, Dunga foi obrigado a fazer a última substituição. Desta vez foi o zagueiro Juan que sentiu um problema muscular. Thiago Silva entrou.
A seleção se perdeu em campo. E não conseguia trocar passes. Sorte que os colombianos falhavam muito no ataque. Quintero teve a grande chance da partida. Livre na área, de frente para o gol, o atacante chutou torto para fora.
Aos 36, Kaká tentou resolver sozinho. Driblou Yepes fora da área, passou Armero e entrou na área, mas Yepes se recuperou e evitou o chute na hora que o craque iria concluir a jogada.
E a seleção brasileira termina 2008 sem fazer gols em casa pelas eliminatórias.
Fonte: Thiago Lavinas, Globoesporte.com