Goleiro recordista, que faz parte das principais conquistas do clube gaúcho, vive momento de insatisfação no final da carreira
Um dos grandes nomes da história do Inter celebra nesta segunda-feira mais um aniversário, e sem muitos motivos para comemorar. O goleiro Clemer, fenômeno de longevidade e títulos conquistados com a camisa alvirrubra, completa 40 anos em momento complicado, amargando a reserva e sem paciência.
O multicampeão Clemer com as taças da Libertadores, do Mundial e da Recopa
Veterano, o atleta ainda espera renovar seu contrato no próximo ano, quando o clube chegará ao seu centenário. Contudo, a idade pode fazer com que ele, que se destaca no elenco pela liderança, corra o risco de não permanecer no grupo em 2009. Nesta temporada, começou na reserva de Renan, mas por diversos motivos reassumiu a camisa 1. Atualmente, as falhas no Campeonato Brasileiro o fizeram voltar ao banco, e desde então as entrevistas viraram um incômodo.
“Alguém tinha que pagar a conta”, reclamou, ao saber que perdera a titularidade para Lauro, que entrou no time na 29ª rodada do Brasileiro (11/10). Procurado pela reportagem do Pelé.Net para falar do momento no clube, Clemer alegou falta de tempo para conversar e, mesmo após agendar entrevista, evitou dar declarações. Um final de carreira que não dignifica os grandes feitos dentro de campo.
Do inferno ao céu
Clemer é um fenômeno de longevidade num time de futebol. Neste 2008 completa sete temporadas consecutivas no Colorado. De acordo com levantamento feito pelo pesquisador Laert Lopes, nesse período o goleiro disputou 358 jogos e sofreu 370 gols. Os números, buscados exaustivamente pelo jornalista, que fez estudo completo de todos os jogos do clube na história, não batem com os do próprio Inter, que informa em seu site oficial serem 354 jogos.
O maranhense Clemer Melo da Silva estreou no em 6 de março de 2002, numa vitória sobre o Santos por 1 a 0, gol do meia Carlos Miguel. Ele havia sido contratado no começo da temporada, quando após uma reviravolta política no clube, Fernando Carvalho assumiu a presidência e começou um trabalho que, quatro anos depois, levaria o time ao título da Libertadores da América e do Mundo, sempre com Clemer vestindo a camisa nº 1.
Na final do Gauchão deste ano, o Inter aplicou histórica goleada de 8 a 1 sobre o Juventude, e Clemer fechou o placar numa cobrança de pênalti, marcando seu único gol na carreira. Sua mais recente apresentação pelo Inter foi no último dia 4 de outubro, quando a equipe sofreu 4 a 2 do Coritba, e ele cometeu falha indesculpável no primeiro gol do Coxa. A atuação foi determinante para que tivesse perdido a condição de titular, que hoje é de Lauro.
A carreira de Clemer sempre esteve em ascensão. Maranhense, fez as primeiras defesas como profissional em 1987, no Moto Club, e depois de se destacar no Remo, não saiu mais da elite do futebol nacional. Passou pelo Goiás, foi vice-campeão brasileiro em 96 com a Portuguesa, além de atuar no Flamengo.
Quando chegou ao Beira-Rio, em 2002, virou referência de uma equipe que só conseguiu escapar do rebaixamento na última rodada. “Não quero passar por isso nunca mais”, desabafou na época. De fato, nunca mais viveu um período tão desagradável.
Em sete anos no Inter, foram recordes atrás de recordes. Se tornou o goleiro que mais conquistou Estaduais (cinco: 2002/03/04/05 e 08), é o colorado que mais atuou em Campeonatos Brasileiros (211 partidas) e foi titular nos principais títulos do clube: a Libertadores da América, o Mundial de Clubes da Fifa, em 2006, e a Recopa Sul-Americana, em 2007.
Saída em etapas
Desde 2007 a titularidade vinha sendo ameaçada. Com a chegada do técnico Alexandre Gallo, o goleiro perdeu a vaga para Renan no início do Brasileiro, mas tamanha liderança no banco de reservas pesou, e o treinador recolocou Clemer no time.
No início deste ano, Renan voltou à vestir a camisa 1, mas seguidamente era desfalque, tanto pelas convocações para a seleção quanto por expulsões e até um surto de hepatite que o tirou das fases finais do Gauchão. O garoto criado no Beira-Rio acabou sendo vendido para o Valência-ESP após a Olimpíada da China, e com isso Clemer voltou para debaixo das traves.
Erros graves, como nas derrotas para Vasco (4 a 0, dia 17/8) e Coritiba (4 a 2, dia 4/10, última vez que entrou em campo) custaram ao time alguns pontos na tabela de classificação, e o técnico Tite decidiu dar chance a Lauro. Desde então Clemer treina descontente com sua situação no elenco, e sem saber como, nem quando, será sua despedida do clube em que fez parte dos momentos mais gloriosos.
Fonte: Vinicius Simas,Especial para o Pelé.Net
GENTE KD A DIRETORIA DO BACABAL QUE NÃO CONTRATA ESSE HOMEM AFINAL ELE JÁ PASSOU DOS 40 TÁ NA HORA EH RSRSRS