Culpado eu? Técnico tira o corpo fora por vexame
No último domingo, o Santa Cruz-PE passou por uma dos maiores vergonhas nos seus 94 anos de história. Ao empatar em casa com o Campinense-PB, o time deu adeus ao sonho do acesso à Série B. Em entrevista coletiva após a partida, o técnico Bagé falou em tom de despedida.
“Não me arrependo. Estou muito honrado, mas a gente tem que ver bem a situação de um clube. Quando eu cheguei aqui muitos jogadores não quiseram vir. Eu sei também que o torcedor sabe que o Bagé tem muita pouca culpa do que aconteceu. Eu acho que fiz o possível e o impossível”, declarou o treinador, deixando claro que não se considera responsável pelo fiasco.
“Nós temos de tirar um aprendizado das coisas negativas das nossas vidas. Um profissional como eu, que se dedica ao máximo, nunca deve vir para um clube, de massa como o Santa Cruz, que atravessa uma grande crise financeira e política”, completou Bagé.
O volante Alexandre Oliveira, capitão do Santa Cruz, era um dos mais abalados após a partida do último domingo, que consumou o que já se previa faz tempo. Aos prantos, o jogador afirmou ter feito o máximo para evitar a fatídica desclassificação.
“Não estou chorando para fazer média com ninguém. Sou torcedor do Santa Cruz desde criança e amo esse clube. Dei tudo de mim para mudar essa situação, mas não foi possível”, desabafou o jogador.
Agora, a situação da Cobra Coral é uma incógnita. Ainda existe uma remota possibilidade de terminar entre os quatro melhores terceiros colocados nesta fase, o que lhe garantiria vaga na Série C do ano que vem, que contará com somente 20 clubes. A situação é muito difícil, já que o clube tem apenas três pontos e só poderá chegar a seis.
Como efeito de comparação, no ano passado o quatro melhor terceiro colocado desta fase terminou com oito pontos. Se o Santa não ficar entre eles, restará buscar em campo a vaga para a futura Série D, que será criada em 2009.
Agência Futebol Interior