Querido Zeca,
Sei que não tenho o direito de comparar o meu sentimento de perda ao seu. Tantos anos de amizade, de fraternidade, de palavras certas, de “discussões” descabidas e sem fundamento e sem qualquer tipo de valor que fracassasse essa amizade … Não dá pra comparar.
Li seu blog… quanto sentimento!
Durante o enterro do “chefe” Deny tive inúmeras recordações daquele que foi, juntamente a Neres e você, um pai profissional e a quem devo tanta coisa. Enchi-me de orgulho hoje quanto tu me chamaste de “cria de Deny”. Ele deve ter escutado. Deve ter sorrido.
Emocionei-me a cada lembrança de seus atos para comigo, inclusive de suas “broncas” de pai profissional preocupado.
Ri sozinha quando me lembrei dele entrando pela porta da redação da AM narrando um jogo de futebol lúdico, proveniente de seus devaneios mais coesos, mais sensatos. Amargurei-me quando me lembrei que minhas visitas à AM não serão mais as mesmas, pois não há mais a possibilidade daquela mesma porta se abrir e ele dizer: “Alô, alô, alô Luana Melo”; não há possibilidades de mais nada. Podemos só relembrar, sorrir e agradecer por ter tido o imenso prazer de ter participado pelo menos um pouco da vida dele e ele da nossa.
Doeu a projetar a imagem dele doente, fraco… Deny transpirava força, vibrações positivas, felicidade… Inundava qualquer recinto com seu falar alto e seus trejeitos inconfundíveis. É essa imagem que quero ter pra sempre.
O dia-a-dia ausente da presença de Deny ainda vai trazer muita dor, tristeza, choro… esse mesmo dia-a-dia trás o conforto.
Por Luana Melo, jornalista