Começou mal… Sampaio perde em casa

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Não era a estréia que o torcedor do Sampaio queria. O time do técnico Arnaldo Lira perdeu muitos gols e acabou derrotado pelo Águia de Marabá-PA em pleno Nhozinho Santos por 2 a 1, na  abertura da 2ª fase do Campeonato Brasileiro Série C.

Os gols do time paraense foram marcados por Aleíson, aos 41 minutos do primeiro tempo aproveitando uma saída de bola errada do Sampaio. O Tricolor empatou com Vidinha, aos 32 minutos do 2º tempo. Ele recebeu a bola de Cristiano e chutou forte sem chance de defesa para o goleiro Ângelo. Quando tudo parecia que a partida terminaria empatada, o Águia num contra-ataque marcou com Peri, aos 43 minutos .

No outro jogo do Grupo 18, o Paysandu venceu o Picos-Pi por 2 a 0. O Sampaio volta a jogar na quarta-feira, às 20h30, contra o Picos, no interior do Piauí. O Águia recebe o Paysandu em Marabá.

O jogo

O Sampaio começou a partida imprimindo forte marcação e com saída rápida pelas duas laterais. A primeira grande chance Tricolor aconteceu aos 8 minutos. Jogada individual de Zé Augusto que entra driblando pela esquerda e chuta quase sem ângulo para a defesa de Ângelo.

Aos 10 minutos, Jean Carlos vê a passagem de Ivan e lança. O lateral do Sampaio corta o zagueiro e chuta. A bola passa perto do goleiro do Águia. Aos 14 minutos é a vez de Ivan lançar Zé Augusto, mas o ataque do Sampaio segue pecando na finalização.

Ivanzinho é derrubado na entrada da área. Jean Carlo bate a falta, a bola engana o goleiro Ângelo que ainda consegue fazer a defesa, na sobra Tica chega atrasado. Na seqüência do lance, Ivan lança a bola na área, mas o goleiro do Águia tira a bola da cabeça de Cristiano e manda para escanteio.

Aos 29 minutos, o Sampaio perde o gol mais feito da partida. Jean Carlo deixa Ivan na cara do gol, mas o lateral Tricolor chuta para a defesa de Ângelo. No minuto seguinte Ivanzinho dribla dois marcadores e cruza para Cristiano. O atacante do Sampaio desvia, a bola bate na zaga, mas não entra.

O Águia resolve sair para o jogo. Aos 37 minutos Aleílson recebe livre, avança e chuta assustando o goleiro Rodrigo Ramos.

O castigo para o Sampaio aconteceria aos 41 minutos. Tica sai jogando errado e arma o contra-ataque do Águia. Soares vê a passagem de gustavo pela direita. Ele cruza e Aleíson faz 1 a 0 para o time paraense.

No internalo da partida, o técnico Arnaldo Lira mexe na equipe. Leandro Marangon entra no lugar de Mimica e Marcelo Mendes passa a formar a zaga ao lado de Leandro. O Sampaio começa o 2º tempo pressionando o Águia.

Jean Carlo cobra escanteio aos 5 minutos. O goleiro Ângelo falha, a bola passa, mas Leandro e Marcelo Mendes não conseguem cabecear a bola. Aos 9, Cristiano acha Ivanzinho que chuta mas perde outra grande chance.

Aos 11 minutos, o Sampaio chega numa bela troca de passes. Vidinha lança o lateral Ivan que deixa Ivanzinho livre mais uma vez. Ele chuta mas o goleiro Ângelo salva o Águia.

O Sampaio segue pressionando, mas o gol de empate não sai. Aos 26 minutos, Ivan desce pela direita e chuta. O goleiro Ângelo defende. Na sobra Ernandes chega atrasado.

Outra vez Ernandes chega no ataque e chuta da entrada da área. Ângelo defende outras vez. A bola sobra para o mesmo Ernandes que tenta de cabeça, a bola vai parar longe.

O Águia só viria assustar aos 31 minutos. Ciro cruza e Aleílson chuta, Rodrigo Ramos sai e faz grande defesa. O Sampaio responde no minuto seguinte. Cristiano acha Vidinha que chuta da entrada da área para empatar o jogo.

Com o gol, a torcida Tricolor cresce nas arquibancadas e começa a empurrar o time dentro de campo. O técnico Arnaldo Lira é expulso aos 37 minutos.

Num contra-ataque aos 43 minutos, Peri escapa livre pela direita e na saída de Rodrigo Ramos desvia para fazer o segundo gol do Águia.

O Sampaio sentiu o 2º gol do time paraense e sequer criou qualquer chance de empatar a partida.

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Adeus, a um cara que viveu o rádio na sua intensidade. Descanse em paz, “internacional’

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A morte é mesmo algo com o qual talvez nunca iremos nos acostumar. É repentina e provoca uma dor insuportável, pois marca a despedida corporal, daqueles que mais amamos. Quem já passou, sabe o quanto é difícil. O quanto é dolorido. O quanto é ruim.

E, assim está sendo, nesta despedida do guerreiro e combativo Deny Cabral. Dolorido. Muito dolorido.

Um profissional de mão cheia. Um cara louco pelo rádio. Que vivia aquilo, com uma intensidade de quem vive a grande paixão da vida. De quem faz, como se fosse a última coisa a realizar aqui na Terra. Que respirava a informação e o detalhe em cima de cada lance. E, que sabia fazer, com uma competência que poucos tem.

Um trabalhador da comunicação, como não vemos nos tempos modernos. Feito e refeito ao rádio AM e que tinha aquilo em seu sangue. Na sua alma.

Não é porque falaceu, que estamos enaltecendo suas qualidades. Mas, é porque assim que o Deny era. Profissional e amante da boa informação e da comunicação. Gostva de fazer rádio. Amava isso!

A prova: os telefones da Rádio Mirante AM – São Luis, estiveram congestionados durante toda a sexta – feira (1). Eram manifestações de uma ponta a outra do Maranhão e até de fora do estado, com ouvintes, empresários, políticos, desportistas, colegas de profissão, radiodifusores… Todos ligando na emissora que ele defendeu com tanto ardor, para dar a mensagem de solidariedade a sua família e deixar uma palavra de afeto e carinho a esse nosso amigo que se vai. 

Me acostumei a ouvi – lo, desde que chegou na Rádio Mirante, no ano de 2000. Foi naquele mesmo ano que participei pela primeira vez “ao vivo” na programação da emissora do São Franciso, durante a cobertura das eleições municipais. E, entrei justamente depois de uma partcipação do Deny direto do TRE. Foi ele quem me chamou no ar. Eu falava da cidade de Ribamar Fiquene, na Região Tocantina, anunciando o novo prefeito daquele municipio, Ita Alves, também já falecido. Eu só tinha 20 anos de idade. 

E, foi a partir daquele instante que virei fã de carteirinha da programação Mirante. Um ouvinte abnegado mesmo.

Desde 2003, a Rádio Mirante AM de Imperatriz, retransmite a programação da Rede Mirante gerada em São Luis. E, desde esse mesmo ano, sou colaborador da rádio, transmitindo notícias de Imperatriz e Região Tocantina.

Com o Deny Cabral, tive grandes momentos. Um deles e o mais marcante de todos, foi quando ele em substituição ao Marcial Lima, comandou o “Domingo Mirante”, na segunda partida da final do segundo turno do Campeonato Maranhense de 2005. Era uma programação especial de expectativa para o jogo entre Moto x Impertriz. Deny no comando e eu entrava “ao vivo” de Impertariz, circulando as ruas e avenidas da cidade, conversando com os torcedores e trazendo a opinião do povo imperatrizense sobre a decisão. E, naquele dia, Deny deu show. Estava sendo do jeito que ele gostava. Foi show, mesmo! Por onde pássavamos não se ouvia outra rádio, a não ser a Mirante AM. E, lá estava o Deny anunciando: “daqui a pouco tem Moto x Imperatriz na Mirante. É decisão! Gilson Rodrigues narra para a Mirante São Luis e Marcelo Rodrigues, comanda para as rádios Mirante e Nativa de Imperatriz”.

Depois disso, repetimos a dose outra vez. Foi no domingo seguinte, logo na decisão do Campeonato Maranhense 2005. Ele mesmo me ligou, dando umas orientações, pra que afinássemos ainda mais o trabalho e repetíssemos o sucesso da semana anterior. Até ali, não o conhecia pessoalmente, mas, fiquei lisonjeadíssimo pelo carinho, serenidade e o respeito com que me tratou naquele telefonema. Afinal de contas, eu era apenas um garoto, que teve a ousadia de estar junto com ele naquela decisão. E, não deu outra: repetimos o mesmo sucesso e a Mirante AM, mais uma vez foi líder absoluta na audiência aqui em Imperatriz, antes e durante aquela partida histórica contra o Moto, que nos deu o primeiro título de campeão de futebol.

Tivemos outros bons momentos também, como nas Eleições 2006 e em abril do ano passado, na Assembléia Legislativa, quando o prefeito de Imperatriz, Ildon Marques, recebeu o título de cidadão imperatrizense. Lá estava Deny, sempre alegre e comunicativo. Me recepcionou com muita simpatia e deu um abraço ainda mais caloroso, em seu parceiro de outras jornadas, Marcelo Rodrigues, que nos acompanhava naquela manhã. A tarde, ainda nos recontraríamos na redação rádio, onde seria nosso último encontro. Foi um bate – papo alegre, envolvente, descontraído. Bacana, mesmo! Eu, Geraldo, Carlito, Douglas Pinto, Mário Carvalho, Lydia e Deny. Saudades…

Em 2007, a TV Mirante realizou um feito inédito no Maranhão. Transmitiu em regime fechado, direto do estádio Nhozinho Santos, a partida da final do segundo turno do Campeonato Maranhense, para um sistema de telões instalado no estádio Frei Epifânio aqui em Imperatriz. E, o narrador escalado para esta jornada foi o Deny Cabral, que ao lado do Werton Araújo, mais uma vez deu show de bola e mostrou com grandiosidade e maestria, suas habilidades na locução esportiva para televisão. Nesse dia, o Frei Epifânio, recebeu quase 8 mil torcedores, que sairam de casa, para ver os jogos nos telões com a narração de Deny Cabral.

Você deixa saudades em nossos corações Deny Cabral. Os seu colegas, cronistas esportivos aqui de Imperatriz estão todos tristes, porque tú sintetizavas, tudo aquilo que o rádio representa pra nós: a informação precisa e os lances do esporte a cada instante. 

Eu, juntamente com Marcelo Rodrigues e todos da crônica, sem exceção, esperamos que tenhas mais sucesso aí no andar de cima e sempre esteja por aqui, ao nosso lado, nas muitas jornadas que teremos pela frente.

Descanse em paz, “Internacional”! Que Deus lhe proteja, agora e sempre!

Você deixa saudades em nossos corações.

Obrigado por tudo!

Obrigado.
 
MARCELO RODRIGUES JÚNIOR
Radialista

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Na Folha de São Paulo

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ANTONIO BARTOLOMEU CABRAL (1960-2008)

O gol, e que gol, do rádio do Maranhão WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Foi uma partida em que a bola rolou preguiçosa, desgostosa até com um ou outro passe, mas os dez segundos de gol arrastados na voz de Deny Cabral fizeram aquele Bacabal e Palmas pela série C do Campeonato Brasileiro despontar no gogó. “E que gol, e que gol, e que goool.”
Quem ligasse na rádio Mirante do Maranhão ouviria aquela voz detalhando notícias de morte, comentando a política local e narrando jogos de futebol, sua seara preferida. Verdade que a lábia e o ritmo recendiam aos programas de domingo de Fausto Silva (que ele, aliás, não perdia). Difícil era imaginar, de ouvido, a calva perfeita que brilhava ao sol e os óculos sobre o nariz redondo.
Antonio Bartolomeu Cabral nasceu em Pinheiro (MA), filho de um comerciante pobre e uma professora idem. Foi pescador, ajudante de pedreiro e vendedor de picolés, até começar no rádio, tinha lá seus 15 anos -e não parou mais.
Em São Luís começou na locução de anúncios, depois notícias, virou repórter, comentarista e apresentador. Após 32 anos consecutivos, era o Deny da voz dos jogos mais excitantes da série C.
Fã de Roberto Carlos (e de Padre Zezinho), ouvia-os em casa, com a mulher e os dois filhos, resignados todos com as 16 horas diárias de trabalho de Cabral. Como no dia da tal locução do Bacabal e Palmas, quando passou mal. Foi de férias para a praia, piorou e descobriu a leucemia. Morreu quinta, aos 47.

[email protected]

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Sobre o Deny

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Querido Zeca,

Sei que não tenho o direito de comparar o meu sentimento de perda ao seu. Tantos anos de amizade, de fraternidade, de palavras certas, de “discussões” descabidas e sem fundamento e sem qualquer tipo de valor que fracassasse essa amizade … Não dá pra comparar.

Li seu blog… quanto sentimento!

Durante o enterro do “chefe” Deny tive inúmeras recordações daquele que foi, juntamente a Neres e você, um pai profissional e a quem devo tanta coisa. Enchi-me de orgulho hoje quanto tu me chamaste de “cria de Deny”. Ele deve ter escutado. Deve ter sorrido.

Emocionei-me a cada lembrança de seus atos para comigo, inclusive de suas “broncas” de pai profissional preocupado.

Ri sozinha quando me lembrei dele entrando pela porta da redação da AM narrando um jogo de futebol lúdico, proveniente de seus devaneios mais coesos, mais sensatos. Amargurei-me quando me lembrei que minhas visitas à AM não serão mais as mesmas, pois não há mais a possibilidade daquela mesma porta se abrir e ele dizer: “Alô, alô, alô Luana Melo”; não há possibilidades de mais nada. Podemos só relembrar, sorrir e agradecer por ter tido o imenso prazer de ter participado pelo menos um pouco da vida dele e ele da nossa.

 Doeu a projetar a imagem dele doente, fraco… Deny transpirava força, vibrações positivas, felicidade… Inundava qualquer recinto com seu falar alto e seus trejeitos inconfundíveis. É essa imagem que quero ter pra sempre.

O dia-a-dia ausente da presença de Deny ainda vai trazer muita dor, tristeza, choro… esse mesmo dia-a-dia trás o conforto.

Por Luana Melo, jornalista

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