Com o resultado, o Rubro-Negro termina a 11ª rodada na liderança isolada, com 26 pontos, cinco à frente de Cruzeiro e Grêmio. O Vasco se mantém com 14 pontos, ainda no 10º lugar.
Na Tribuna de Honra do Maracanã, os presidentes Márcio Braga e Roberto Dinamite assistiam à partida lado a lado. O exemplo de união e civilidade também esteve em campo, com as duas equipes entrando juntas. Na arquibancada não era visível qualquer problema mais sério entre os torcedores antes do apito inicial.
Desde o começo da partida ficou clara a superioridade do Flamengo. Enquanto o Vasco corria sem rumo e apostava na disposição de seus jogadores, o rival se distribuía bem em campo e saía de forma organizada para os contra-ataques.
Assim, o primeiro gol do Fla não demorou a sair. Ibson lançou Juan no lado esquerdo. O lateral dominou, entrou na área e foi derrubado por Wagner Diniz. Ibson cobrou o pênalti e abriu o placar aos nove minutos, deixando sua marca na primeira partida após a renovação de seu empréstimo junto ao Porto, de Portugal.
Ao Vasco restava apostar nas jogadas de bola parada e nos chutes de fora da área. Sem Morais, suspenso, ficou clara a falta de um organizador de jogadas. Os setores do time não se comunicavam, e, com isso, restava a correria para tentar pegar a defesa do Flamengo desprevenida. À beira do campo, o técnico Antônio Lopes pedia que a equipe apostasse em seu lado esquerdo, jogando nas costas do volante Airton. Mas a falta de objetividade nos passes impedia que o time cruzmaltino chegasse com perigo ao ataque.
O Flamengo dominava, mas arriscava poucos chutes. O segundo gol nasceu de um erro da defesa do Vasco, aos 37 minutos. Cristian cobrou falta na área, e Tiago parecia que faria a defesa com segurança. Eduardo Luiz se antecipou para cortar, mas a bola encobriu o goleiro e sobrou para Fábio Luciano, que completou para fazer 2 a 0.
O Rubro-Negro, no entanto, sofreu uma baixa aos 40 minutos, quando Leonardo Moura deixou o campo sentindo dores na coxa direita. Ele foi substituído pelo também lateral Luizinho.
No intervalo foi a vez de o Vasco mudar. O técnico Antônio Lopes tirou Beto e colocou o jovem Vinícius, buscando dar mais vitalidade e organização à equipe. O time cruzmaltino parecia mais empenhado. Mas ainda faltava mais agilidade na criação das jogadas.
O Vasco quase marcou em novo lance de bola parada, aos 12 minutos. Depois de muitas cobranças de falta equivocadas, Edmundo deixou Leandro Amaral bater. E o atacante colocou a bola muito perto do ângulo esquerdo de Bruno, que sequer pulou para tentar a defesa.
Mas qualquer indício de reação do Vasco foi por água abaixo aos 18 minutos. Depois de uma troca de passes do Flamengo sem que a defesa cruzmaltina conseguisse cortar, Cristian recebeu a bola pelo lado esquerdo e mandou uma bomba de fora da área. A bola foi no canto onde estava Tiago, mas o goleiro não chegou e o Rubro-Negro marcou o terceiro gol.
Imediatamente o clima de paz acabou na torcida do Vasco. Começou uma confusão na arquibancada, ainda com a explosão de uma bomba caseira. Insatisfeitos com o resultado e com a briga, muitos torcedores começaram a deixar o Maracanã.
Com o jogo resolvido, o Flamengo passou a dar mais espaços ao Vasco, que mesmo assim tinha dificuldades para organizar suas jogadas de ataque. Leandro Amaral chegou a assustar Bruno aos 35 minutos, acertando uma bola na trave esquerda, e Alex Teixeira fez o gol cruzmaltino aos 39 minutos, depois de passe de Edmundo.
Mas a torcida rubro-negra estava mais preocupada em brincar com a rival, gritando “créu” e “Roberto, estou com pena de você”, em referência ao presidente vascaíno. Os torcedores cruzmaltinos recolheram suas faixas antes do apito final.