A julgar pelo que foi visto no Mineirão nesta quarta-feira, a popularidade do técnico Dunga no comando da seleção brasileira está bastante arranhada. Apesar de empatar em 0 a 0 com a arqui-rival Argentina, o treinador ouviu toda a sorte de gritos hostis, pedindo sua saída. Este foi o terceiro jogo seguido sem vitória da seleção (havia perdido para Venezuela e Paraguai).Com o resultado, a seleção brasileira subiu para o quarto lugar nas eliminatórias sul-americanas, com nove pontos. A Argentina está em segundo lugar, com 11 pontos, dois a menos que o líder Paraguai.
O jogo
O técnico Dunga, que começou a ouvir vaias da torcida quando teve seu nome anunciado no Mineirão, foi a campo apostando em Adriano no ataque na vaga de Luis Fabiano. No meio, Anderson e Julio Baptista ocuparam as vagas de Josué e Diego.
Anderson pareceu nervoso enquanto esteve em campo. O jogador do Manchester United errou muitos passes e saiu aos 33 minutos do primeiro tempo, sentindo dores no joelho esquerdo. Diego entrou. Os demais jogadores de meio também erraram muitos passes durante a primeira etapa. Mineiro perdeu mais bolas do que costuma no meio.
A primeira etapa acabou por ser equilibrada. O Brasil criou duas grandes chances, com Julio Baptista e Robinho, mas a Argentina respondeu com Messi. A torcida mineira, apreensiva, não gritou muito durante a primeira etapa. Adriano teve o nome cantado em coro depois de voltar para ajudar a defesa.
A primeira grande chance do Brasil aconteceu aos 22 minutos. Após chute de Robinho da direita, a bola espirrou e sobrou limpa para Julio Baptista. O camisa 10 chutou exatamente em cima do goleiro Abbondanzieri, que fez grande defesa e ainda correu atrás do rebote para agarrar em definitivo.
Logo depois, Robinho recebeu lançamento no lado esquerdo do ataque, driblou o goleiro Abbondanzieri rente à linha de fundo e partiu para dentro da área. O atacante, entretanto, não conseguiu chutar ao gol ou passar a bola para Adriano, que entrava pelo meio da área. Cercado de argentinos, acabou perdendo a bola.
Os hermanos respeitaram a seleção e não criaram muitas chances no primeiro tempo. Com o grandalhão Cruz como referência e Gutierrez na ala esquerda (uma surpresa), a Argentina foi bem na marcação, porém um tanto tímida no ataque. Teve duas boas oportunidades no primeiro tempo. Na primeira, Julio Cruz entrou nas costas de Juan e cabeceou nas mãos de Júlio César. Depois, Messi penetrou livre na área, por trás de Lúcio, e bateu muito mal, longe do gol.
Como costuma fazer, a Argentina demorou para voltar do intervalo. As duas equipes não sofreram alterações. A torcida mineira se inflamou e gritou forte. Em campo, Adriano por pouco não acertou passe para Robinho na área. Abbondanzieri saiu bem do gol e agarrou.
A Argentina respondeu com Messi, que avançou pela direita e foi derrubado por trás por Juan. O brasileiro merecia levar o segundo cartão amarelo, o que resultaria em sua expulsão, mas o árbitro Oscar Ruiz aliviou.
Aos poucos, os hermanos cresceram na partida e ficaram mais perto de abrir o placar. Julio Cruz recebeu bola limpa dentro da área, aos 11 minutos, mas bateu mal, por cima do gol de Júlio César.
Na base da raça, a seleção equilibrou as ações. Apesar de não conseguir grandes finalizações, o Brasil apertou a Argentina na defesa. Os hermanos passaram a parar as jogadas com falta. Os volantes Gago e Mascherano levaram cartões amarelos quase que um após o outro.
As duas seleções resolveram então mexer no ataque. Alfio Basile tirou Cruz e lançou Agüero, jogador de mais velocidade. Dunga foi chamado de burro por tirar Adriano e lançar Luis Fabiano. O nome de Pato era o mais gritado antes da substituição no Mineirão. O Imperador, por sua vez, foi aplaudido ao deixar o campo.
Torcida pede Pato, mas entra Luis Fabiano
Logo em sua primeira jogada, aos 26, Luis Fabiano ganhou de Coloccini, foi ao fundo e cruzou para Julio Baptista. O camisa 10 emendou um voleio, mas o tiro saiu fraco e Abbondanzieri defendeu sem problemas.
A seleção passou a ter mais a bola, embora sem criar grandes oportunidades. Dunga foi novamente chamado de burro ao trocar Diego por Daniel Alves. Daí para a frente, o treinador foi muito hostilizado. Foi chamado também de jumento, além de ouvir o corinho de “Adeus, Dunga”.
Daí para o fim, a seleção não se encontrou mais em campo. A Argentina ainda teve uma boa chance, em chute de Messi, mas Júlio César apareceu bem e o jogo terminou mesmo sem gols.
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