Festa e tensão marcam Brasil e Argentina

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014902132-dp00.jpgA atmosfera é de festa, com estádio lotado, camarotes cheios de artistas, shows antes e durante a partida, homenagem a Pelé e aos capitães dos cinco títulos mundiais. Uma euforia que contrasta ao clima tenso do duelo. A seleção brasileira joga sob pressão após as derrotas para a Venezuela e o Paraguai. A Argentina não fica atrás. Nos últimos anos, as derrotas para o Brasil nas decisões da Copa América (2004 e 2007) e na Copa das Confederações (2005) fizeram estragos. Neste “clima de decisão”, os dois países se enfrentam nesta quarta-feira, a partir das 21h50m, no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, pela sexta rodada das eliminatórias da Copa de 2010. A Rede Globo transmite ao vivo a partida, e o GLOBOESPORTE.COM acompanha em Tempo Real.

Os jogadores brasileiros chegaram a declarar que vão “jogar por Dunga”. A seleção caiu para o quinto lugar na classificação após a vitória do Uruguai sobre o Peru nesta terça-feira. O técnico recebeu muitas críticas após os últimos resultados. Apesar de não estar ameaçado, um resultado negativo o deixaria em uma situação bastante incômoda.

Para a partida, Dunga pediu uma mudança de atitude no time. Mas, além disso, o treinador deve fazer duas modificações: Anderson no lugar de Josué, e Julio Baptista na vaga de Diego. Além disso, o carrasco argentino Adriano também tem a chance de jogar no lugar de Luis Fabiano. No último treino tático, os dois foram testados entre os titulares.

A verdade é que nessas horas (de críticas) os jogadores querem é jogar. Por mais que você converse e o clima esteja bom, sempre parece um sorriso que não é forçado, mas que também não é aquele normal. Eles querem jogar e buscar logo a recuperação – disse Dunga.

Se a fase não é boa, Belo Horizonte parece ser o local ideal para a recuperação. Todos os 57 mil ingressos foram vendidos. Nas ruas, os torcedores estão otimistas. Vestem a camisa da seleção com orgulho e lembram que o retrospecto é a favor da seleção brasileira. Não apenas na Era Dunga, em que a seleção venceu os dois jogos por 3 a 0, mas também nas três partidas entre as seleções disputadas na capital mineira: 3 a 2, em 1968; 2 a 1, em 1975; e 3 a 1, em 2004.

Estrela e principal jogador da atual seleção, Robinho admite que a seleção não vem jogando bem. E que a cobrança por uma grande apresentação existe entre os próprios jogadores.

– Claro que me cobro. Todo jogador aqui tem que se cobrar. A gente sabe que não fez um grande jogo contra o Paraguai e agora, contra um grande adversário, nós temos mais uma oportunidade para melhorar. E mostrar realmente que a gente está aqui na seleção por mérito.

Nos últimos seis jogos entre as duas seleções, o Brasil venceu quatro e só perdeu um. O goleiro Julio César admite que mais um triunfo será muito importante para a seleção brasileira voltar a encontrar a paz.

– Pressão existe a todo momento, ainda mais quando o resultado não é bom. A Argentina também vem de um empate. Agora temos que reencontrar as vitórias. Não sei se os argentinos estão pressionados, estamos mais preocupados com a gente. Nossa obrigação em casa é de ganhar. Empate e derrota não passam pela minha cabeça, e acredito que seja assim também com meus companheiros.

Shows de Gal Costa e Skank

O torcedor que for ao estádio vai se divertir antes mesmo de a bola rolar. Os portões abrirão às 18h. Gal Costa cantará o Hino Nacional, e shows das bandas Jota Quest e Skank animarão o público, que presenciará ainda uma homenagem aos capitães campeões mundiais e a Pelé. O Rei do Futebol colocará os pés na Calçada da Fama. O Mineirão receberá novos telões e convidados especiais, entre artistas e personalidades do esporte.

A seleção argentina chegou na noite desta terça-feira a Belo Horizonte com um forte esquema de segurança. Os jogadores entraram pelos fundos do hotel e subiram para os quartos pelo elevador de serviço. Tudo isso para não ter qualquer contato com os torcedores.

O técnico Alfio Basile não terá o zagueiro Demichelis, suspenso ao receber o segundo cartão amarelo no empate com o Equador, em Buenos Aires. O escolhido para começar a partida deve ser Fabricio Coloccini. Além disso, o volante Javier Mascherano, que sofreu uma pancada no joelho, e o meia Juan Sebastian Verón, com uma contratura, são dúvidas. E a pressão por uma vitória não é apenas brasileira.

– Também temos a obrigação de ganhar. Sabemos que precisamos lutar muito e que precisamos somar a maior quantidade de pontos para nos classificarmos o mais cedo possível – disse Riquelme.

– O jogo para mim não tem clima de revanche – completou Zanetti, ex-companheiro de Adriano no Inter de Milão.

A Argentina ocupa atualmente a vice-liderança das eliminatórias, com dez pontos em cinco partidas.

Fonte: Carolina Elustondo e Thiago Lavinas, Globoesporte

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