O técnico Celso Teixeira disse esta manhã, em entrevista ao BLOG, que a situação com o jogador Paulo César não é a primeira vez que acontece na sua carreira. O capitão do Sampaio foi afastado, na última sexta-feira, ao criticar o treinador no vestiário após o jogo com o Nacional. Ele lembrou que viveu um episódio parecido no Cururipe-AL.
– Naquela ocasião afastei o Calmon. Lá, cheguei a ser procurado por sete jogadores que pediram que eu repensasse a posição. Aqui no Sampaio, por incrível que pareça, ninguém me procurou para falar nada. E aí você fica pensando: “gato escaldado tem medo de água fria” – afirmou.
A declaração do treinador deixa claro que o grupo de jogadores do Sampaio, mesmo em silêncio até o momento, apóia a decisão de Celso Teixeira.
Perguntado sobre as cobranças da torcida, Celso respondeu:
– Vocês não sabem o que eu estou passando. Fiquei algumas noites sem dormir por causa da repercussão que uma decisão dessas tem. Fiquei perguntando: por que as pessoas acham que eu estou dando o tiro final? Eu esperei o pior. Eu esperei até repúdio, mas só tive apoio. Todos que foram ao CT e vieram até a mim disseram que a decisão tomada estava correta – disse.
Para Celso Teixeira, o silêncio dos jogadores e o apoio dos torcedores demonstra que a decisão tomada na sexta-feira foi acertada.
– Ela não dá certeza não, dá muita certeza – contou.
O técnico do Sampaio disse que, até o momento, não foi procurado para discutir sobre o possível “perdão” ao jogador, mas admite que se for para o bem do clube.
– Quem sou eu para perdoar alguém. Eu não sou Deus. Eu tenho uma opinião, mas nada é “imudável”, desde que seja benéfico ao clube. Quero deixar bem claro que não vim para cá para medir forças com ninguém. Vim porque acredito no projeto do Sampaio que é um grande clube – explicou.
O treinador afirmou que a decisão de afastar o jogador não tem nenhuma relação com o fato de o clube ter contratado os meias Piá e Vidinha.
– Eles são jogadores que atuam na mesma posição, mas possuem características diferentes. O que posso dizer é que o Paulo César é excelente tecnicamente, mas, fisicamente, não suporta noventa minutos. Eu sempre digo na preleção aos outros jogadores que é preciso correr por ele e torcer para que ele tenha os “lampejos” durante as partidas. Assim ele vem decidindo os jogos. Quero deixar claro que ninguém chegou para ser melhor que o Paulo César. Nós trouxemos porque a Taça Cidade de São Luís era diferente do Estadual e do Campeonato Brasileiro Série C que serão duas competições mais difíceis – finalizou.
No momento em que concedia a entrevista, Celso Teixeira disse que se dirigia ao escritório do presidente Sérgio Frota, onde a situação do jogador seria discutida em reunião.