Gustavo Kuerten está próximo de fazer a sua última apresentação internacional antes de se aposentar do tênis, esporte que o consagrou mundialmente. E o palco não poderia ser melhor: Roland Garros. Tricampeão da competição (1997, 2000 e 2001), Guga vai se despedir em grande estilo. Vai usar a roupa que vestiu em 97, quando foi campeão em Paris pela primeira vez.
– Aquela camisa, com cores alegres, tem um valor diferenciado. Além disso, tem uma conexão forte comigo. E tem tudo a ver com a situação. Foi um boa idéia – explica o tenista, que está no Rio de Janeiro vivendo, segundo ele, um momento de adaptação. Durante anos, Guga tentou vencer um problema no quadril. Operações, fisioterapias, treinos e muita perseverança não foram suficientes para manter o ídolo brasileiro no esporte. Por isso, ele resolveu parar. E quando deixar as quadras, o Manezinho pretende, entre outras coisas, ter mais tempo para ficar em casa com a família, em Florianópolis. Porém, as boas lembranças de Roland Garros sempre estarão na memória.
– O grande momento para mim no torneio, que ficará marcado para sempre, foi quando desenhei um coração após conquistar o terceiro título, em 2001 – conta Guga, que elege a final de 2000 contra Magnus Norman a partida que simboliza a sua história em Roland Garros.
– Foi um jogo incrível. Horas achava que ia ganhar, horas achava que ia perder. Lembro que tiveram dez match points. Uma coisa absurda. Naquela época, eu e o Norman estávamos nos encontrando sempre nas decisões, o que dificultou para finalizar a partida. Aquele jogo foi meio que um tira-teima – relembra o tricampeão.
Despedida começa no final de maio
No dia 25 de maio começa Roland Garros, e Gustavo Kuerten almeja estender sua participação ao máximo no torneio. Ele não quer ser eliminado na primeira rodada, pretende derrotar seu adversário na estréia. No entanto, se pudesse escolher um rival para a despedida na França, o tenista gostaria de ter do outro lado da rede o espanhol Carlos Moyá.
– É um amigo, que está muito presente na minha trajetória no tênis. Além da amizade, gostaria de enfrentá-lo porque temos uma história de partidas. Foram vitórias e derrotas. No dia em que me torneio número 1 do mundo foi em um triunfo em cima dele – diz o brasileiro, que não descarta um amistoso contra o espanhol, no Brasil, nos próximos anos.
Isso porque, depois da despedida em Roland Garros, o foco não será mais em cima do competidor Guga, que viveu grandes momentos por amar competir, mas sempre cheio de planejamentos e muita disciplina. O novo tempo será dedicado a Gustavo Kuerten, filho de Alice e Aldo, irmão de Rafael e Guilherme, neto de Dona Olga e amigo de Larri Passos.
Fonte: Globoesporte.com