Federação Bahiana, Bahia e Sudesb também são citadas no texto do relatório da promotoria
O Ministério Público da Bahia incluiu a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) como uma das responsáveis pelo desabamento de parte da arquibancada do anel superior do Estádio Octávio Mangabeira, a Fonte Nova, na partida entre Bahia e Vila Nova, no último dia 25 de novembro, pela Série C do Brasileirão 2007. Sete pessoas morreram no acidente. Segundo o texto publicado no site oficial do órgão público, a CBF, o Esporte Clube Bahia, a Federação Bahiana de Futebol (FBF), a Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb) e a Polícia Militar da Bahia foram omissas ao permitir que a partida se realizasse. O GLOBOESPORTE.COM entrou em contato com assessoria de imprensa da CBF, que não se pronunciou por ainda não ter recebido qualquer comunicação oficial. A ação foi proposta pela promotora de Justiça Joseane Suzart.
“Na busca desenfreada pela obtenção de lucros, a CBF, a Federação Bahiana de Futebol e o Esporte Clube Bahia fecharam os olhos e permitiram que eventos desportivos fossem concretizados em um estádio estigmado pela total ausência de infra-estrutura, esquecendo-se de que vidas estavam sendo tratadas com descaso e poderiam ser afetadas”, acusa Joseane. Segundo o texto, a CBF e o Bahia devem ser responsabilizados pela tragédia, nos termos do Código de Defesa do Consumidor. E que a Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), responsável pela gerência da Fonte Nova, a FBF e a PM devem indenizar os danos materiais e morais causados aos torcedores e aos familiares dos falecidos, de acordo com o Código Civil. O MP pedirá por meio de uma liminar o afastamento do diretor da Sudesb, Raimundo Nonato Tavares da Silva, o ex-jogador Bobô, e do diretor-geral de Operações Nilo dos Santos Júnior, “por se terem negligenciado quanto às irregularidades estruturais e à manutenção” do estádio.
A promotoria cita ainda os laudos técnicos referentes à Copa do Brasil de 2007, que, segundo ela, “existiam informações claras e precisas sobre as deficiências detectadas no estádio, havendo sérios riscos para os torcedores, que poderiam sofrer danos materiais e morais”. De acordo com Joseane, a CBF tinha ciência da situação “calamitosa” da Fonte Nova e mesmo assim concordou, de forma “negligente e irresponsável”, que partidas fossem realizadas no estádio.
Além disso, afirma a promotora, a CBF não colocou à disposição dos torcedores ambulâncias, médicos e enfermeiros destinados a atendê-los, caso necessário. No jogo do último dia 25, “houve uma excepcional expectativa de público, ou seja, 60 mil torcedores, mas, ainda assim, a CBF não se preocupou em adotar as providências cabíveis para que o plano de ação referente à segurança dos torcedores fosse concretizado”.
Além do Ministério Público da Bahia, a ONG “Instituto Gol Brasil” entrou com o pedido de afastamento dos presidentes Ricardo Teixeira, da CBF, e de Petrônio Barradas, do Esporte Clube Bahia, além da suspensão dos eventuais repasses de verbas públicas para as duas entidades, com base no Estatuto do Torcedor.
Fonte: Globoesporte.com