Os 65.379 torcedores que lotaram o Morumbi nesta quarta-feira estavam a fim de torcer pelo Brasil. E se não fosse por Luís Fabiano, teriam voltado para casa bem decepcionados. Até o lance do primeiro gol uruguaio, a grande maioria se comportou muito bem: cantou o hino nacional, gritou o nome dos jogadores, aplaudiu o início do jogo.
Mas logo que o Uruguai abriu o placar, aos sete minutos, começaram as críticas. Enquanto buscava a bola no fundo da rede, o goleiro Júlio César teve de ouvir os gritos de frangueiro e o coro corintiano: – Felipe! Felipe!
O jogo seguiu morno, com melhores chances para o Uruguai. A não ser pelos gritos contra o goleiro da Internazionale-ITA, o que se via eram tentativas de apoio.
No entanto, mesmo os que tentavam apoiar, perderam a paciência com o toque de bola ineficiente da seleção brasileira e com as várias chances desperdiçadas pelo Uruguai.
Aos 39, começam as primeiras vaias mais fortes para o lateral-direito Maicon, que errou um cruzamento. Aos 42, as vaias se tornaram bem mais altas. A essa altura, o Morumbi já implorava:
– Vamos jogar bola! Vamos jogar bola!
Até que aos 44, Luís Fabiano fez a torcida sorrir novamente. Os são-paulinos ficaram
especialmente felizes pelo gol de seu ex-jogador e por sua comemoração: ele se ajoelhou no distintivo do São Paulo que fica na beira no campo.
Torcida empolgada depois do intervalo
O segundo tempo começou como o primeiro: com a torcida mais empolgada, louca para gritar um gol, aplaudir uma grande jogada. Mas a seleção brasileira voltou àquela mesmice: toque de lado, sem objetividade e deixando o Uruguai apertar.
A torcida foi se calando, se calando até que, aos 15, o técnico Dunga tira Ronaldinho Gaúcho, que não vinha jogando bem. O problema não foi tirar o camisa 10, mas colocar um volante: Josué, justo quando o time carecia de criação. A galera não perdoou: – Burro, burro!
Mas o coro não durou. Mais uma vez, Luís Fabiano limpou a barra de Dunga ao marcar, aos 19 minutos. Explosão no Morumbi: – Luís Fabiano, Luís Fabiano!
Em seguida: – Sou brasileiro, com muito orgulho e muito amor!
A empolgação da torcida com o segundo gol foi tamanha que até Júlio César, vaiado no primeiro tempo, foi ovacionado ao fazer grande defesa em cabeçada de Abreu, aos 20 minutos.
Fonte: Globoesporte.com