Tapetão
Federação pernambucana pedirá suspensão da Série B
Santa Cruz entrega dossiê com denúncias sobre armação de resultados à Federação
A Série B do Brasileirão não foi das melhores para o Santa Cruz. Após cair da Série A para a Segundona, agora o Tricolor teve seu rebaixamento para a Terceirona com uma rodada antes do fim. Mas presidente do clube pernambucano, Édson Nogueira, prometeu expor denúncias graves com irregularidades no campeonato. E cumpriu. Nesta segunda-feira, ele entregou um dossiê com 13 páginas ao Ministério Público, no Recife, e também à Federação Pernambucana.
Na denúncia, Edinho diz que foi extorquido. Segundo o dirigente, pessoas supostamente ligadas a árbitros pediram dinheiro a ele para arrumar resultados a favor do Tricolor. Números de contas bancárias e e-mails foram mostrados. Na maioria das mensagens eletrônicas, a pessoa que se comunicou com o dirigente utiliza o nome de Paulo Jorge Alves, que é ex-bandeirinha, trabalhou na Copa do Mundo de 1990 e atualmente é da Comissão de Arbitragem da CBF. O dinheiro, entretanto, deveria ser depositado no nome de Francisco Gaspar Neto, também supostamente integrante da comissão.
– Tem que suspender a Segunda Divisão até se apurar o que houve – esbraveja Carlos Alberto Oliveira, presidente da Federação de Pernambuco, em entrevista à Rádio Jornal de Recife.
Outra medida do departamento jurídico da Federação será entrar com um pedido administrativo junto à Confederação Brasileira de Futebol, solicitando o afastamento preventivo da Comissão de Arbitragem.
A Federação irá cobrir todas as instâncias possíveis, vai instigar tanto o poder jurídico como o próprio poder administrativo da CBF de modo a pugnar pela lisura da competição. E caso seja apurada fraude ou crime que a mesma seja anulada, já que uma competição que resultou de vício não poderá gerar resultados jurídicos perfeitos. Os resultados terão que ser anulados – analisa Evandro Carvalho, vice-presidente jurídico da Federação.
Édson Nogueira preferiu não acusar ninguém diretamente. Ele revelou que foi orientado pelo MP a fazer um depósito (no valor de R$ 2.300,00) para ter como comprovar a denúncia.
– Entregamos o que temos em mãos ao presidente da federação e ao Ministério Público. Estou dizendo que o Santa Cruz foi extorquido, não estou dizendo que ninguém é ladrão. O nosso pedido é para que apurarem o que aconteceu – reclama Edinho.
Extorsão com palpites no time
Além de pedir dinheiro supostamente para dar aos árbitros, a pessoa que usava o nome de Paulo Jorge Alves também dava palpites no time. Segundo ele, se o elenco não ajudasse, não dava para o esquema dar certo: “De nada adianta a sua pessoa nos enviar ajuda se assim seu time não corresponde. Afirmo que não trabalhamos sem ajuda e a colaboração dos seus jogadores. Eles precisam ter mais pegada. (…) O seu atacante Kuki ainda está com a cabeça no Náutico. Comece a colocar jogadores mais velozes na frente e tire ele por uma partida. Tire também o meia (Carlinhos) Paraíba, acerte esta dupla de zaga e seus alas. Eles estão entregando o ouro e lhe prejudicando.”
Náutico é citado
Um dos trechos do dossiê mostra uma ameaça de uma outra pessoa. Paulo Serafim aconselha Edinho a seguir o que está combinado, e cita o Náutico como possível envolvido no esquema. Serafim pede para que o Santa Cruz não repita o que fez o rival: “O Náutico subiu porque nós subimos eles. Um rapaz chamado Segio (talvez Sérgio) que trabalha no Náutico veio a meu encontro e acertamos tudo (desde 2006), e até agora não pagou nada. Eles não perdem por esperar. Eu envio mensagens e eles nunca retornam. O que é deles está guardado”, diz um trecho do e-mail.
Fonte: Globoesporte.com